15:10

Apenas o reflexo

Por: Aldair Ramos Rios

"...o meu povo é destruído porque lhe falta o conhecimento..."(Os 4:6)


Não aguentava mais ver meu blog parado, então resolvi fazer alguns comentários de observações que tenho feito, da irmandade de um povoado, aqui no sertão da Bahia.
O povoado aqui é pequeno e possui aproximadamente umas oito igrejas, (três igrejas de uma mesma denominação) e o relacionamento entre elas não é dos melhores (claro que não quero generalizar).
As vezes fico me perguntando; se eles realmente sabem o que é evangelho? ...se realmente sabem a razão pela qual foram chamados?
A resposta para as minhas indagações, foram surgindo no meu dia a dia, e a triste realidade em que se encontram é essa:

"Estão sem norte, sem direção, sem diretrizes que os faça diferenciar, o verdadeiro evangelho do falso evangelho. Acreditam terminantemente, na salvação praticamente pelas obras, são legalistas no tocante as roupas, e são contendeiros, tendênciosos, orgulhosos"

A falta de conhecimento da palavra de Deus, os deixou extremamente radicais, pois confiam que estarão um dia diante do santíssimo Deus, por alguma coisa que tenham feito para ele, ...
O mais interessante é notar que eles desconhecem as doutrinas da graça, o evangelho que aprenderam, não os tem levado a confiarem em Cristo, mas em suas obras. Percebe-se uma inquietação, uma incerteza acerca das coisas de Deus.

Estão procurando achegar-se a Deus com suas próprias justiças e não com a Justiça que nos é conferida em Cristo
Sei que existem situações piores do que estas, em vários outros lugares, mas tudo isso é um reflexo da triste situação da igreja brasileira...reflexo de uma teologia que mais exalta o homem do que a Deus...

"Senhor, tenha misericórdia de nós"

"ó meu Deus, reaviva tua igreja de novo, faz a chama arder neste povo começando em meu coração..."

Soli deo Glória

05:22

O Jardineiro Celestial



James Meikle
Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto1

A sabedoria do jardineiro é vista no cultivo de suas plantas; algumas ele
coloca no sol, outras na sombra; algumas num solo rico e fértil, outras num
terreno árido e estéril; e assim, a habilidade do jardineiro é evidente, pois cada
uma floresce melhor em seu próprio solo. Então, visto que a Sabedoria
Infinita designou uma grande parte da minha vida à tristeza e solidão (não que
eu me queixe) – percebo que não poderia crescer melhor em outro solo.
Atrás do alto muro da adversidade, e na sombra da aflição, os santos
produzirão frutos de humildade, abnegação, resignação e paciência. Essas
graças não podem crescer tão bem nos raios solares da prosperidade.
Ora, se outro solo fosse mais apropriado para o meu crescimento
espiritual, o Jardineiro Celestial já teria me transplantado para lá.
Isso não importa, conquanto eu cresça na sombra; sim, se o Sol da
justiça brilhar em minha alma, e fizer cada graça florescer. Ele sabe mais do
que eu mesmo qual é a melhor porção para mim. Ao escolhê-la, deveria antes
admirar Sua sabedoria, do que reclamar de Sua conduta; e assim o faço,
quando considero que num solo estéril, e numa sombra solitária, Ele pode
cultivar plantas que se aquecerão nos raios eternos de glória!

Fonte: Converse with the Unseen World, James Meikle.2


1 E-mail para contato: felipe@monergismo.com. Traduzido em janeiro/2008.
2 O autor viveu de 1730 a 1799.


Fonte: www.monergismo.com

13:06

O Pastor e as ovelhas


Por: Aldair Ramos Rios

"As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão." (Jo 10:27,28)

Quem é de Deus ouve a palavra de Deus ( Jo 8:47 ) visto que todo o salvo pertence a Ele...a palavra é um dos meios as quais Deus usa para santificá-los, ensiná-los e exortá -los. O salmista Davi, jubilosamente declara "...a tua vara e o teu cajado me consolam..." (Sl 23:4 ).
O bom Pastor usa o seu cajado (a palavra) para conduzir as suas ovelhas em segurança no caminho, de tal maneira, que não vivem por si mesmas, sem rumo ou levadas ao vento, pelo contrário; elas não ouvem a voz do estranho, pois reconhecem a voz de seu pastor, não á como confundi-las nem enganá-las, as ovelhas seguem prontamente ao pastor, quando são chamadas.
O que Jesus declarou no texto acima?

"As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem..."

Não estou pregando perfeccionismo, é claro que á lutas, perseguições, perigos e quedas, mas prevalece a Fidelidade de Deus, se derrepente a ovelha se desgarra, o bom pastor que dá a vida pelas suas ovelhas ( Jo 10:11 ) deixa as noventa e nove no aprisco e vai átras da que se desgarrou. O Pastor não é como o mercenário que foge quando vê o lobo chegando ( Jo 10:12,13 ),...Davi é um exemplo no ramo, quem não se lembra das palavras de Davi á Saul, que sempre quando as ovelhas estavam sendo atacadas por algum urso ou algum leão, ele os enfrentava para defender as ovelhas de seu pai? ( 1 Sm 17:34,35 )
Se Davi sendo homem protegia com todas as suas forças o rebanho, quanto mais Cristo, o Sumo Pastor, ás protegerá. Se nós sendo maus sabemos dar boas coisas aos nossos filhos ( Lc 11:13 ) quanto mais o Pai nos concederá do seu Espirito Santo, que é a garantia que Ele terminará a obra, quem em nós já começou. (Ef 1:13,14, Fl 1:6)
Afinal, aquele que habita no esconderijo do Altíssímo, a sombra do Onipotente descansará ( Sl 91:1 )...O apóstolo Paulo afirma, estar nossas vidas escondidas em Cristo ( Cl 3:3 ). E foi Cristo mesmo quem revelou a vontade de seu Pai, que Ele não perca nenhum, de todos o que o Pai lhe deu ( Jo 6:39 ).

Soli deo Gloria

16:06

Veja se esse, não é meu retrato?


Por: Aldair Ramos Rios

"Outrora, sem lei, eu vivia; mas, sobrevindo o preceito, reviveu o pecado, e eu morri. E o mandamento que me fora para vida, verifiquei que esse mesmo se me tornou para a morte" Romanos 7:9,10

Como é bom saber, que homens como o apóstolo Paulo, tão usado por Deus, enfrentava as mesmas dificuldades que nós enfrentamos; que bom saber que, em meio a consciência de sua pecaminosidade e de suas fraquezas, tais homens, confiavam plenamente na cruz de Cristo ou melhor na eficácia do sacrifício realizado por Ele. Talvez seja correto a realização do seguinte questionamento...Porque nos falta essa mesma certeza?...Por que a igreja acredita tanto...Que Deus cura e realiza o impossível, e muitas vezes nega a segurança eterna da salvação, nega mesmo que inconscientemente a eficácia do sacrifício de Cristo?. Percebo que nos falta, muitas vezes, o conhecimento da lei de Deus, pois a lei abre os nossos olhos para a contemplar a nossa própria miséria, a nossa incapacidade, a nossa atitude obstinada em não obedecer perfeitamente a lei de Deus.

J. C Philpot em seu comentário, do referido texto acima, diz que:
"Antes de Paulo familiarizar-se espiritualmente e experimentalmente com a condenação da lei em sua consciência, ele estava" vivo" isto é , estava satisfeito com sua própria justiça, com as suas próprias realizações. Não percebia que Deus requer a verdade no intimo; não conhecia a pureza e a santidade do caráter divino; não sentia que a lei amaldiçoa cada transgressão cometida por pensamento, tanto quanto por palavra ou ação"

Porventura, não é nesta situação que milhares de pessoas, tem vivido, sem o conhecimento da lei de Deus, e por essa razão, acreditam haver alguma coisa boa ou recomendável nelas, que agrada ao Santo de Israel. A falta de consciência da malignidade do pecado, impera na mente do evangelicalismo brasileiro, porque se conhecêssemos realmente quem somos, imediatamente encontraríamos o verdadeiro significado da palavra "graça"...Só procura por água o sedento, só procura por alimento os famintos, só reconhece a necessidade de um salvador, aquele que tem consciência do terrível estado o qual se encontram, e a condenação que os ímpios e obstinados receberão no dia do juízo.

Talvez você me diga; "puxa vida" é assim que tenho vivido todos esses anos, contente comigo mesmo, alegre com minha vidinha medíocre de religiosidade aparente, sabe como é, nós crescemos numa comunidade cristã, participamos de todas as programações (ou quase todas), afinal...até que ponto atos externos mudam o nosso interior? Apesar de tudo, para mim pecado era exatamente as práticas externas, eu não tinha olhado para dentro de mim e contemplado em quão densas trevas se encontrava o meu coração, até que descobri, a minha miséria...A lei de Deus me fez contemplar a realidade do meu ser, o estado de corrupção que minha alma se encontrava. Afinal o que é pecado? (hoje eu sei o que é) é a transgressão da lei . É do conhecimento de todos, aquela teoria que diz que "Toda ação, tem uma reação"...ou seja uma consequência, e a palavra de Deus é essa "...maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei para faze-las. (Gl 3:10)"

Deus exige santidade absoluta, ele diz: "sede santos, porque eu sou santo"...será que diante do Deus santissímo (no sentido mais absoluto da palavra) existe alguém santo?, será que existe alguém que só faça o bem e nunca peque?, será que alguém pode cumprir a lei perfeitamente?

A resposta é um sonoro: NÂO
O que diz o apóstolo?


"Não há um justo, nenhum sequer. Não há ninguém que entenda; não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem não nenhum só" (RM 3:10-12)

"é evidente que pela lei ninguém será justificado diante de Deus..."(Gl 3:11) "Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz, aos que estão debaixo da lei o diz, para que toda a boca esteja fechada e todo mundo seja condenável diante de Deus" (Rm 3:19)

Talvez fosse conveniente fazer a exposição de inúmeros versículos sobre o assunto, mas decidi parar por aqui, é evidente a depravação total da humanidade, é importante saber sobre isso, acredito que a falha em nosso evangelismo, está em não compreendermos as consequências da queda, enfim...gostaria de terminar, dizendo que a experiência do apóstolo Paulo é a minha experiência, talvez você também também se identifica com ele...qunto mais olho pra mim, pro meu coração, percebo o quanto ele é desesperadamente corrupto, só me resta reconhecer:

"Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte? (Rm 7:24)

Porém, assim como apóstolo contemplo a Cristo Jesus crucificado, como substituto em meu lugar, tornou-se maldito por minha causa, sofreu a penalidade devida ao meu erro ...sim me amou.

"Dou graças á Deus Por Jesus Cristo nosso Senhor..."(Romanos 7:25)

14:57

O evangelho esta mudado

Por: Aldair Ramos Rios

Como o evangelho esta mudado...
a criatura determina para o Criador,
não se ouve mais, a mensagem da cruz,
falam de um Deus, que não é o Senhor.

Proclamam a mensagem da prosperidade...
levando as pessoas ao materialismo,
onde elas simplismente mudam de religião,
não sabem na verdade quem é Cristo.

Aviva, óh! Senhor a tua obra,
e nos faz voltar ao primeiro amor,
Para que olhemos para o sacrificio lá da cruz,
e nossa alma se renove com o teu vigor.
Em saber que o sacrificio foi perfeito,
ao ponto de me dar a vida eterna,
cada dia mais e mais me regozijo ...
na certeza de que o céu já me espera.

As vezes me pergunto o que levava,
os crentes primitivos enfrentarem ao coliseu,
imediatamente a resposta logo vem,
a certeza da vida que tinham no Filho de Deus.

O verdadeiro evangelho é transformador,
o velho homem dá lugar para um novo,
Cristo muda a vida, do homem pecador,
Na vida deste, tudo se faz novo.

07:31

O Antigo Evangelho



Por: Aldair Ramos Rios
"Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos, e vede; perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele, e achareis descanso para as vossas almas..." (Jr 6:16)
Quem nunca leu o livreto " O Antigo Evangelho" da editora Fiel, devia dar uma conferida no seu conteúdo. Na verdade o livro é um "ensaio introdutório ao livro de John Owen, A morte da morte na morte de Cristo". O autor do livro J. I. Packer procura mostrar as diferenças de conteúdo entre o Antigo e o novo evangelho, analisando também o impacto causado por cada uma deles na vida dos pecadores...
"Não há dúvidas de que o mundo evangélico de nossos dias encontra-se em um estado de perplexidade e flutuação...se descermos até a raiz da questão, descobriremos que estas perplexidades, em última análise, deve-se ao fato que temos perdido de vista o evangelho bíblico...durante os últimos cem anos temos trocado o evangelho por um substituto que, embora lhe seja semelhante quanto a determinado pormenores, trata-se de um produto totalmente diferente... O Assunto abordado pelo antigo evangelho era Deus e os Seus caminhos com os homens; e o assunto abordado pelo novo é o homem e a ajuda que Deus lhe dá" (J. I. Packer / páginas 2 e 3)
A precisão com que ele analisa os fatos é de admirar; o autor procura mostrar, que se quisermos pregar o evangelho Bíblico, não existe outro caminho, a não ser pregar aquilo que hoje é apelidado de Calvinismo. Gostaria de aproveitar o texto e fazer uma reflexão sobre a situação evangélica atual:
"Não há dúvidas de que o mundo evangélico de nossos dias encontra-se em um estado de perplexidade e flutuação"
Seria exagero da parte do autor, afirmar tal coisa?

É claro que não...muitos de nós; estamos cansados de ver na mídia, escândalos envolvendo líderes evangélicos, o que tem levado a igreja perder o prestígio que tinha anteriormente perante a sociedade. Afinal, afirmam hoje "Templo é dinheiro"...a situação que chegamos é lamentável, a casa de oração virou comércio, o verdadeiro evangelho foi trocado por um outro evangelho, pelo FALSO EVANGELHO, não se fala mais na Cruz de Cristo, não se fala mais contra o pecado...não sabemos mais o que realmente é o Cristianismo, quais são as verdades que influênciaram multidões de pessoas no passado, perdemos a nossa identidade, não sabemos mais, nem mesmo que nós somos.

"se descermos até a raiz da questão, descobriremos que estas perplexidades, em última análise, deve-se ao fato que temos perdido de vista o evangelho bíblico..."

O que temos ouvido, hoje em dia em cima de nossos púlpitos é de arrepiar os cabelos. Um certo escritor disse, que "precisaríamos ser onisciente, para saber, tudo o que estão pregando por ai"

O que você sabe sobre, Regeneração ? Justificação? Providência de Deus?....Com certeza quase nada, não é mesmo? Como saber ,se não nos ensinam? Como defender a nossa fé, sem ao menos conhecê-la?
Realmente o evangelho antropocêntrico está em alta em nossos dias, quando abordamos assuntos como a Soberania de Deus, somos logo rotulados de "fatalistas e deterministas", por que Será? A verdade é que não conseguem ouvir a sã doutrina, sentem coceiras nos ouvidos, quando as proclamamos...na verdade qual é a mensagem pregada por eles?
A mensagem do humanismo... quem está no centro de todas as coisas para os humanistas? "o homem"
Dessa mesma, a igreja tem deixado de render ,toda a glória a Deus somente, para dividi-la com os homens.

"durante os últimos cem anos temos trocado o evangelho por um substituto que, embora lhe seja semelhante quanto a determinado pormenores, trata-se de um produto totalmente diferente... "

E o quanto mudou mesmo...leia os textos de homens de Deus como Spurgeon, Calvino, Lutero, John Bunyan, George Withfield, Jonathan Edward´s, dentre outros, veja as principais confissões de fé da igreja do passado e compare com tudo o que temos ouvido hoje.
Mudou a forma de ver Deus, de ver a morte de Jesus, de ver a salvação, de ver o pecado e de ver o homem...poderia seguir como uma lista de mudanças que ocorreram...afinal quem está no rumo certo?
É evidente que não somos nós, e é vergonhoso encontrar declarações como essas..."Quanto mais os evangélicos crescem, menos eles mudam a cara do país" Por que Será?
Que Deus tenha misericórdia de nós
Olhemos para o passado e contemplemos, multidões e mais multidões de cristão que morreram confiando no evangelho da graça de Deus, você já se perguntou por que eles morriam muitas vezes cantando? Na verdade eles conheciam o evangelho, que multidões de "cristãos" hoje ainda não conhecem...
"...perguntai pelas veredas antigas"
Sola Gratia.

16:07

UMA MENSAGEM À NAÇÃO

Nossa pátria ergue-se pujante e majestosa, como uma nação continental, de beleza multiforme e encantos mil. Somos um país multiracial, policultural, com muitos matizes, que fazem da nossa terra um torrão mui amado. O Brasil é um país banhado pelo mar, ornado por montanhas alcantiladas, planícies férteis e vales cheios de riqueza. O Brasil abriga em seu seio bosques, rios, campinas e vastos campos cheios de farturosas lavouras. Somos o mais importante celeiro do mundo. Somos agraciados por Deus por uma terra de grandes reservas minerais, de imensa riqueza hídrica, de recursos naturais sem paralelos no cenário mundial. Nossa terra é o maior santuário ecológico do mundo. Nossas florestas constituem-se no pulmão do planeta.Por outro lado, somos também o país dos contrastes. Somos a nação de grandes universidades e um país de muitos analfabetos. Somos o país emergente de uma economia que se robustece e de uma grande população que vive condenada à pobreza. Somos um país democrático, mas com uma liderança política ainda levedada pelo fermento da corrupção endêmica e sistêmica, e que morde esfomeadamente o erário público. A tessitura moral da nossa nação está rota e doente: a violência grassa. A injustiça social perdura. A corrupção se espalha. A imoralidade sopita. O roubo viceja. O vício espraia-se. A corrosão dos valores morais avança. A impunidade blinda com couraça de ferro os poderosos que se escondem atrás das filigranas da lei. A falta de integridade no governo, na sociedade, na família e até na igreja faz ouvir seus pavorosos bramidos, anunciando a chegada inevitável, visível, clara e ampla do juízo de Deus como a luz da aurora que se espraia do topo de uma montanha.Não se constrói uma grande nação apenas com riquezas materiais. Não se forma um grande povo apenas com os recursos da terra. O pecado é o opróbrio das nações. Ele traz em si o DNA da morte. Onde o pecado prevalece, a nação adoece, fragiliza-se e entra em colapso. Embora o governo seja laico, não deve ser neutro nem mesmo tendencioso para a promoção dos vícios e dos descalabros que destroem a família e a própria nação. Uma nação não é derrotada por forças que vêm de fora, mas pelo pecado que vem de dentro.É preciso tocar a trombeta aos ouvidos da nossa nação. É preciso dizer a ela, que dela vem a sua ruína, mas só de Deus o seu socorro. É preciso dizer ao Brasil que feliz é a nação cujo Deus é o Senhor. Por outro lado, infeliz é a nação que abandona o conhecimento de Deus e corre atrás de ídolos e se envolve com ocultismo e feitiçaria. Infeliz é a nação cujos líderes espirituais são cegos, guiando outros cegos ao abismo. Infeliz é a nação cujas autoridades, que devem ser ministros de Deus, para a promoção do bem e a coibição do mal, desconhecem a Deus ou se rebelam contra sua autoridade, decretando leis injustas para oprimir os fracos ou para abrir largas avenidas para o povo desviar-se ainda mais celeremente de Deus. Infeliz é a nação cujos meios de comunicação são veículos e promotores intencionais de toda sorte de devassidão moral. Infeliz é a nação cuja igreja, que deveria ser sal da terra e luz do mundo, perde sua integridade.É preciso dizer ao Brasil que só Deus pode salvar o nosso povo e sarar a nossa terra. É preciso dizer ao Brasil que se o barco está afundando e o povo está naufragando na desesperança, Jesus tem poder de caminhar sobre essas ondas encapeladas e vencê-las. Jesus tem autoridade para fazer cessar a tempestade e aquietar os ventos procelosos que nos fuzilam. Só ele pode nos levar ao porto seguro da ordem e do progresso.

Rev. Hernandes Dias Lopes

15:16

Amazing grace

Por Robson Wellington

Estou há uma semana querendo postar alguma coisa aqui, mas a verdade é que eu não tinha nada de interessante pra contar. Venci o tácito desejo de impressionar a Deus e aos irmãos desfilando com uma bonita máscara de super-crente “Vai tudo bem”. Na verdade desde que assentei no banco dos catecúmenos da igreja maltrapilha dia-a-dia procuro matar uma pouco desse impostor que de tanto dormir e acordar comigo, às vezes penso que sou eu. As coisas não vão nada bem. Estou fraco. Eu não sou o que você pensa que sou e nem o que eu gostaria de ser. Eu não sou o que deveria ser e não faço o que deveria fazer. Como uma espécie de utopia, muito provavelmente eu nunca atinja as minhas e as suas expectativas. Pela minha capacidade, com toda a certeza eu nunca atingirei as expectativas de Deus. Mas sabe aquela história do poder de Deus se aperfeiçoando na fraqueza? Eu tenho experimentado muito isso. E é sobre isso que eu quero falar. Porque agora eu sei que quanto mais santo mais humano, quanto mais humano mais santo. Como Paulo descobriu, eu tenho descoberto a cada dia a glória da fraqueza.É bem verdade que ambientes adoecidos pela religiosidade tendem a rejeitar a fraqueza. Ali não se percebe essa glória da fraqueza. Ali fraqueza rima com exposição imprópria e desonra. A preferência é sempre pelo testemunho teatral e auto-engano. Essa preferência é justificada pelo fantasma do escândalo. Eu sinceramente acho que ninguém deve sair por aí com o firme propósito de escandalizar, mas também ninguém deve permitir que a nossa liberdade em Cristo seja objeto da gestão adoecida de fariseus. A religião segue exalando o formol da salvação pelas obras.Entorpecidos por esse cheiro, sobrevivemos oscilando entre o desejo de punir a nós mesmos por não nos “santificarmos” como deveríamos, por não orarmos como deveríamos, por não meditarmos na Bíblia como deveríamos, por não evangelizarmos como deveríamos e o desejo de congratular a nós mesmos pelo nosso “êxito espiritual” que produz um falso senso de segurança baseado numa certa superioridade moral, comprovada pelas nossas atitudes politicamente corretas e nossa boa reputação. Muitas vezes, ficamos alarmados diante da nossa inconsistência, frustrados por não termos vivido à altura de nossas expectativas. Crentes iô-iô presos em um círculo vicioso de euforia e depressão. Em nenhum desses dois desejos a glória da fraqueza é percebida. Aqui não há Boa Notícia. Lutamos em vão, perdemos tempo, em vez de simplesmente reconhecermos que não somos nada diante de Deus e assim mergulhar num relacionamento profundo com Ele, relacionamento esse que não é ópio, porque não aliena, ele conscientiza, liberta e consola.O Evangelho declara que não importa o quanto somos dedicados e devotos, não somos capazes de salvar a nós mesmos. O que Jesus fez foi, é e sempre será plenamente suficiente. Nossa total confiança passa ser justamente o fato de não termos confiança nenhuma em nós mesmos. Arriscamos tudo em Jesus. Somos libertos do medo de se admitir, do medo de se enxergar, do medo de olhar pra dentro e se perceber. A glória da fraqueza é ser convertido a arrebatadora realidade da graça de Jesus. Essa verdade, no entanto, não é de fácil apreensão. Ela requer um destronar do eu que ele mesmo não pode fazer sozinho. Sendo assim, somente através de um milagroso golpe de estado contra o eu, resultado da revelação que ilumina o entendimento, efetuando o querer e o realizar em nós, ou através das milagrosas e determinadas quebradas de caras da vida que nos mostram o perdão sem auto-justificação é possível pacificar a nossa resistência, para uma rendição à graça.Só assim, percebemos a tolice do esforço para obter o favor de Deus, para garantir valor próprio e da pressa competitiva para chegar na frente dos outros. A nossa falência é a Sua exaltação. Aqui descobrimos que somos apaixonadamente e incondicionalmente amados. Maravilhosa graça! Perfeitamente determinada, perfeitamente aplicada, perfeitamente apropriada para minha necessidade.“Chegando a Macedônia, nenhum alívio tivemos; pelo contrário, em tudo fomos atribulados: lutas por fora, temores por dentro”. Isso foi o que Paulo disse no verso 5 do capítulo 7 da sua segunda carta aos coríntios. Pelo contexto da passagem, percebo claramente que os medos e lutas de Paulo eram bem mais sadios que os meus, mas mesmo assim, me identifico e aprendo ao vê-lo debaixo da graça de se enxergar, de se assumir, de se aceitar livre de grilos, exatamente do jeito que está, de não negar a fraqueza, e de perceber nela uma oportunidade para a manifestação do poder de Deus. A graça que bastou pra Paulo, basta pra mim. O grito reformado de "Sola gratia", é o meu grito também. Os vasos de barro que guardam os tesouros do reino serão sempre de barro “para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós”. A graça de ser fraco. A força de ser gente em Cristo. Aleluia!Quero terminar falando de “Amazing Grace”. Uma bela e antiga canção conhecida no mundo todo mas que eu só conheci a pouco tempo num evento que participei. Escrevi esse post enquanto ouvia essa composição de John Newton, um traficante de escravos, que oferece sua vida à Cristo em meio a tempestade e naufrágio de seu navio. Quando pensava que iria morrer ele descobriu a glória da fraqueza, Jesus. Certa vez, ele disse: “Eu não sou o que poderia ser, eu não sou o que deveria ser, eu não sou o que gostaria de ser, eu não sou o que pretendo ser, mas agradeço a Deus, que não sou o que uma vez já fui, e posso dizer com a graça de Deus, eu sou o que sou”. Sem saber, falei algo bem parecido no começo. Mas sabe aquela história de identificação e aprendizado? Pecadores graciosamente salvos sempre se identificam (risos).
Amazing grace! (how sweet the sound)That sav’d a wretch like me!I once was lost, but now am found,Was blind, but now I see. ’Twas grace that taught my heart to fear,And grace my fears reliev’d;How precious did that grace appear,The hour I first believ’d! Thro’ many dangers, toils and snares,I have already come;’Tis grace has brought me safe thus far,And grace will lead me home. The Lord has promis’d good to me,His word my hope secures;He will my shield and portion be,As long as life endures. Yes, when this flesh and heart shall fail,And mortal life shall cease;I shall possess, within the veil,A life of joy and peace. The earth shall soon dissolve like snow,The sun forbear to shine;But God, who call’d me here below,Will be forever mine. A Ele seja a glória!

16:08

Novo Nascimento, Nova Criatura

Octavius Winslow

O Espírito Santo testifica: “Se alguém está em Cristo, é nova criatura” (2 Co 5.17). Esse testemunho é verdade, pois:Em primeiro lugar, aquele que está em Cristo ama e adora um novo Deus. O homem natural é um deus para si mesmo; além disso, possui muitos outros deuses. Quer seja a justiça própria, o agradar a si mesmo, o mundo, as riquezas, a família, em qualquer forma que tudo isso apareça, “outros senhores têm exercido domínio sobre ele”, exceto o Deus vivo e verdadeiro. A mente humana possui tal natureza que deve amar e adorar algum objeto. Em seu estado de inocência, a criatura tinha o Senhor como seu único objeto de amor e adoração. Caídos desse estado de afeição simples e suprema, mediante a promessa do tentador (a promessa de que, se comessem do fruto da árvore proibida, seriam como Deus — Gn 3.5), lançaram fora, num momento, sua dedicação ao Senhor, rejeitaram-No como objeto de seu amor supremo, como o centro de suas afeições mais santas e tornaram-se deuses para si mesmos. O templo foi arruinado, o altar, derrubado, a chama pura, apagada. Deus afastou-se, e “outros senhores” entraram e tomaram posse da alma do ser humano.Mas, que admirável mudança a graça produz! Ela repara o templo, reconstrói o altar, reacende a chama e traz a Deus de volta ao homem! Deus em Cristo é agora o principal objeto do amor, da adoração e do culto do homem. O ídolo do eu foi subjugado, a justiça própria, renunciada, a auto-exaltação, crucificada. O “valente, bem armado” entrou, expulsou o usurpador e, “fazendo novas todas as coisas”, recuperou a supremacia que, por direito, era dEle mesmo. As afeições, livres de sua falsa deidade e renovadas pelo Espírito, agora voltam-se para Deus e descansam nEle. Deus em Cristo! Quão glorioso Ele se mostra agora! De fato, a alma é levada a conhecer e amar um novo Deus. Ela nunca tinha visto em Deus tanta beleza, excelência e bem-aventurança como vê agora. Qualquer outra glória fenece e morre perante a insuperável glória do caráter, dos atributos, da autoridade e da lei de Deus. Agora, a alma se vê reconciliada com Deus, em Cristo; a inimizade cessa, o ódio desaparece, a hostilidade abandona suas armas, bem como os pensamentos injustos sobre a lei dEle; findam-se os sentimentos rebeldes contra a autoridade de Deus, e o amor surge na alma. E, no precioso Cristo, o único Mediador, Deus e o pecador se encontram, recebem um ao outro e passam a viver em harmonia. Verdadeiramente, eles se tornam um. Deus diz à alma: “Tu és minha”. Esta responde: “Tu és o meu Deus — outros deuses tiveram domínio sobre mim, mas, daqui por diante, servirei somente a Ti, amarei somente a Ti . ‘A minha alma apega-se a ti; a tua destra me ampara’ (Sl 63.8). ‘Uma coisa peço ao Senhor, e a buscarei: que eu possa morar na Casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a beleza do Senhor e meditar no seu templo’ (Sl 27.4)”.Agora, Deus é o Pai daquele que está em Cristo. “Levantar-me-ei, e irei ter com o meu pai” (Lc 15.18) — esse é o primeiro impulso de uma alma renovada. “Pai, pequei contra... ti” é a primeira confissão que surge do coração quebrantado. O Pai apressa-se a encontrar e abraçar seu filho; e, apertando-o ao peito, exclama: “Este meu filho estava morto e reviveu” (Lc 15.24). Reconciliado, agora o filho olha para Deus como seu Pai. “Porque vós sois filhos, enviou Deus ao nosso coração o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai!” (Gl 4.6). “Pai me chamarás e de mim não te desviarás” (Jr 3.19). Deus fala? É a voz de um Pai que o nascido de novo escuta. Deus disciplina e repreende? É de seu Pai que ele sente que vêm essas correções. As esperanças dele são frustradas, seus planos, impedidos, suas cisternas, destruídas, e seus frutos murcham? “Meu Pai fez tudo isso!”, ele exclama. Abençoado Espírito de adoção! Tu és doce penhor e testemunho da nova criatura! Agora, Deus é o objeto de segurança e confiança daquele que está em Cristo. A confiança em um Deus e Pai reconciliado não caracterizava nem constituía o estado anterior da pessoa nascida de novo. Naquele tempo, ele confiava em si mesmo, em sua suposta sabedoria, força e bondade. Confiava no braço de carne, em causas inferiores. Agora, aquele que está em Cristo confia em Deus — a todo instante, em todas as circunstâncias. Confia em Deus nas horas mais difíceis, nas obrigações mais deprimentes; confia nEle quando a providência divina parece sombria e ameaçadora e quando Deus parece esconder-se. Confia em Deus, ainda que Ele o mate (Jó 13.15 - RC)... Oh! quão segura a pessoa nascida de novo se sente, agora, nas mãos de Deus e sob sua autoridade! Sua alma, seu corpo, sua família, seus negócios e seus cuidados foram completamente renunciados, e Deus é tudo. Leitor, isto é o que significa ser nascido de novo.Em segundo lugar, a alma regenerada possui e confessa um novo Salvador. Quão glorioso, agradável e precioso é Jesus para ela agora! Não era assim antes, quando tinha seus salvadores, seus refúgios de mentiras (Is 28.17), suas muitas convicções trágicas. Antes, para esta pessoa Jesus era “como raiz de uma terra seca; não tinha aparência nem formosura” (Is 53.2). Talvez ela tenha negado a divindade de Jesus, rejeitado a sua redenção, desdenhado sua graça e desprezado seu perdão e seu amor. Cristo é tudo para ela agora. A pessoa nascida de novo adora Jesus como o “Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Is 9.6); como Aquele que “é sobre todos, Deus bendito para todo o sempre” (Rm 9.5); como Deus “manifestado na carne” (1 Tm 3.16); como Aquele que se humilhou, assumindo a natureza humana, tornando-se osso de nossos ossos, e carne de nossa carne; como Aquele que se ofereceu por “propiciação pelos nossos pecados” (1 Jo 2.2); como Aquele que morreu, “o justo pelos injustos” (1 Pe 3.18). Sua justiça é gloriosa por ser justificadora de todo os pecados (At 13.39); seu sangue é precioso como meio de purificar todo pecado (1 Jo 1.7). Sua plenitude de graça é estimada como capaz de suprir todas as necessidades. Oh! quão infinitamente glorioso, quão incomparavelmente amável, quão indescritivelmente precioso é Jesus para a alma nascida de novo!Verdadeiramente, um novo Salvador! O nascido de novo renunciou “outros senhores”; virou as costas para “o refúgio da mentira”; não segue mais os “falsos cristos”. Encontrou um Salvador melhor — Jesus, o Deus forte, o Redentor dos pecadores, “o fim da lei... para justiça de todo aquele que crê” (Rm 10.4). Tudo é novo para a visão restaurada da pessoa regenerada; um mundo novo de glória paira em sua mente. Jesus, o Cordeiro, é a luz e a glória desse mundo. A pessoa nascida de novo jamais imaginou que houvesse tanta beleza na pessoa de Jesus, tanto amor em seu coração, tanta perfeição em sua obra, tanto poder e tanta disposição para salvar. Aquele sangue que antes era desprezado agora é precioso. Aquela justiça que era desdenhada agora é gloriosa. Aquele nome que era insultado agora é como música para a alma, um “nome que está acima de todo nome” (Fp 2.9).Jesus é seu único salvador. A pessoa nascida de novo não se permite confiar em nada além de Cristo. Renunciou o pacto das “obras mortas”. Livrando-a desse pacto, o Espírito a conduz à aliança da graça, da qual Jesus é a essência, a estabilidade e a glória. Sobre a base ampla da obra completa e redentora de Emanuel, o nascido de novo descansa sua alma. E, quanto mais ele pressiona o alicerce, tanto mais se apóia na pedra angular e tanto mais ele percebe que o alicerce é forte e capaz de sustentá-lo. É verdade que o nascido de novo sente um princípio de justiça própria a segui-lo de perto durante toda a sua jornada através do deserto. Quando ele ora, a justiça própria encontra-se por perto; quando fala, ela está ali; quando trabalha, ela está ali; quando pensa, ela o assedia. Ele a detecta quando a suspeita de sua existência está quieta. Contudo, nos momentos prudentes de seu discernimento, quando o nascido de novo está prostrado aos pés da cruz e olha para Deus, mediante Jesus Cristo, ele descobre esse princípio, detesta-o, confessa-o e lamenta-o. Com os olhos da fé voltados para o Salvador que sofreu, a linguagem de seu coração é: “Outro refúgio não tenho... Sustenta em Ti a minha alma desamparada?”Em terceiro, compreensões novas e mais profundas a respeito do Espírito Santo Caracterizam a mente nascida de novo. Após receber o Espírito Santo como aquele que vivifica, a pessoa convertida sente a necessidade de tê-Lo como Mestre, Santificador, Consolador e Penhor. Como Professor, o Espírito Santo revela ao nascido de novo mais sobre a maldade oculta do coração e dá-lhe mais conhecimento de Deus, de sua Palavra e de seu Filho. Como Santificador, o Espírito Santo dá continuidade à obra da graça na alma, gravando mais profundamente no coração a imagem de Deus e transformando cada pensamento, sentimento e palavra numa agradável, santa e filial obediência à lei de Jesus. Como Consolador, nos momentos de forte provação, o Espírito Santo leva o nascido de novo a Cristo, confortando-o ao mostrar a compaixão e a ternura de Jesus, bem como a conveniência peculiar das promessas abundantes da Palavra da verdade, para consolação dos aflitos do Senhor. Como Penhor, o Espírito Santo grava no coração o senso de perdão, aceitação e adoção. Ele mesmo entra no coração como “penhor da nossa herança, até ao resgate da sua propriedade” (Ef 1.14).Oh! que compreensão elevada o nascido de novo tem agora sobre o eterno e bendito Espírito Santo — sobre a sua glória pessoal, a sua obra, as suas funções, influências, amor, ternura e fidelidade! O ouvido está aberto para o mais brando sussurro da voz do Espírito; o coração dilata-se à mais gentil impressão de sua influência que sela e santifica. O nascido de novo, por lembrar que é “santuário do Espírito Santo” (1 Co 6.19), deseja andar como tal — em humildade, gentileza, vigilância e oração. Ele evita tudo que entristeceria o Espírito, renunciando cada pecado que percebe ter em si, que desonraria o Espírito e o faria retirar-se. O único objetivo de sua vida é andar de maneira agradável a Deus, “para que, em todas as coisas, seja Deus glorificado, por meio de Jesus Cristo” (1 Pe 4.11). Não teríamos uma lista correta de algumas das características da nova criatura, se excluíssemos a natureza e a tendência crescente do princípio vital da graça implantado no coração do regenerado. Nenhuma outra coisa prova de modo tão surpreendente e verdadeiro a realidade, poderíamos dizer, a divindade, da obra interna do Espírito Santo, além da força crescente e da disposição santa que sempre acompanha essa obra. Ela é a propriedade que faz a vida em si mesma crescer e se multiplicar. A semente lançada na terra germina, e logo surge o delicado rebento, que se desenvolve num arbusto novo e, depois, torna-se uma árvore gigantesca, com galhos que produzem sombra, ricamente carregados de frutos. Obedecendo a lei de sua natureza, o nascido de novo aspira a perfeição que lhe pertence. A vida em Cristo deve crescer. Nada pode impedi-la, exceto um ferimento que prejudique seu princípio vital ou sua derrubada por completo. A vida de Deus na vida de um homem inclui o princípio de crescimento. Aquele que não está se desenvolvendo — crescendo em graça e força; sendo frutífero em cada boa palavra e ação; crescendo no conhecimento de Deus, de seu próprio coração, da preciosidade, plenitude e completa suficiência de Jesus; e crescendo em Cristo, em todas as coisas (Ef 4.15), tem grande razão para suspeitar da ausência da vida divina em sua alma... Mas o espírito que ora consideramos é o de um homem verdadeiramente “nascido de novo”. “Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição; mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus. Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo” (Fp 3.12-14). Oh! santa decisão de um homem regenerado! Isto é o que jorra da fonte da água viva no coração. Este é o retorno da alma para Deus. Veja como a fonte sobe! Veja como a chama se eleva! É a imensa força de Deus, o Espírito Santo, atraindo a alma para cima, em direção ao céu, para Deus!Que o leitor cristão não encerre este capítulo com o coração oprimido. Que nenhum querido filho de Deus escreva coisas severas e tristes contra si mesmo, enquanto lê estas últimas palavras. Que ele não chegue a conclusões precipitadas, incrédulas, duvidosas, que desonrem a Deus!Como você vê a si mesmo — indigno, vil, vazio? Quem é Jesus para você — Alguém precioso, amável, é toda a sua salvação e tudo que você deseja? O que é pecado para você — a coisa mais odiosa do mundo? E o que é santidade — a coisa mais agradável, aquilo que você mais anela? O que é o trono da graça para você — o lugar mais atraente? E a cruz — o mais doce lugar de descanso do universo? Quem é Deus para você — seu Deus e Pai, a fonte de todas as suas alegrias, o manancial de toda a sua felicidade, o centro de suas afeições? É isso? Então, você nasceu de novo; é filho de Deus e nunca morrerá eternamente. Alegre-se, alma preciosa! O dia de sua redenção se aproxima. Aquela opinião degradante de si mesmo — aquele desânimo, aquele luto interior, a confissão secreta, o desejo por mais espiritualidade, mais graça, mais zelo e mais amor provam a existência, a realidade e o crescimento da obra de Deus em você. Deus, o Espírito Santo, está ali... Então, leitor, levante a cabeça e deixe este pensamento alegrá-lo: nunca perece a alma que sente sua vileza e a preciosidade de Jesus.

16:05

Novo Nascimento e a Obrigação do Pregador

John Owen

A obra do Espírito de Deus na regeneração da alma dos homens deve ser analisada diligentemente pelos pregadores do evangelho e por todos a quem a Palavra é outorgada.Quanto aos pregadores, eles têm uma razão peculiar para atentarem a este dever, pois são usados e empregados nesta obra pelo Espírito de Deus, que os utiliza como instrumentos para a realização deste novo nascimento e vida. O apóstolo Paulo se intitulou pai daqueles que foram convertidos a Deus ou regenerados por meio da Palavra de seu ministério: “Porque, ainda que tivésseis milhares de preceptores em Cristo, não teríeis, contudo, muitos pais; pois eu, pelo evangelho, vos gerei em Cristo Jesus” (1 Co 4.15). Ele foi usado no ministério da Palavra para a regeneração daqueles crentes e, portanto, era seu pai espiritual; e somente ele o era, embora mais tarde o trabalho tenha sido levado adiante por outros.E, se homens são, no evangelho, pais de convertidos a Deus por meio do ministério pessoal deles, não há qualquer vantagem para alguém ter assumido, um dia, esse título se não teve qualquer envolvimento nessa obra, nem no seu sucesso. Assim, falando sobre Onésimo, que foi convertido por ele na prisão, Paulo o chama de seu filho, a quem havia gerado entre algemas (Fm 10). E declarou que isso lhe havia sido prescrito como o principal objetivo de seu ministério, que incluía a comissão de pregar o evangelho (At 26.17-18). Cristo disse-lhe: “Eu te envio, para lhes abrires os olhos e os converteres das trevas para a luz e da potestade de Satanás para Deus”; essas palavras descrevem a obra que estamos considerando. Essa também é a principal finalidade de nosso ministério.Certamente, é dever dos ministros compreender, tanto quanto puderem, a obra com a qual estão ocupados, para que não trabalhem no escuro nem combatam de forma incerta, como homens que desferem golpes no ar. O que as Escrituras revelam sobre esta obra, a sua natureza e a maneira como se realiza, suas causas, efeitos, frutos, evidências — tudo isso eles devem analisar diligentemente. Ser espiritualmente habilitado nisso é a principal arma de qualquer um para a obra do ministério. Sem esta habilidade, ele nunca estará apto a manejar bem a Palavra nem a apresentar-se como obreiro que não tem de que se envergonhar. Contudo, é raro imaginarmos com que fúria e perversidade de espírito, com que expressões de zombaria toda esta obra é mal interpretada e exposta ao desprezo.Dizem a respeito daqueles que exercem esta função que eles “prescrevem longas e entediantes conferências de conversão, para declararem precisos e sutis processos de regeneração, visando encher a cabeça das pessoas com inúmeros medos e escrúpulos supersticiosos sobre os devidos graus da contrição piedosa, e os sintomas de uma humilhação completa”.1 Se algum erro quanto a essas coisas ou a prescrição de regras sobre a conversão a Deus e a regeneração pudesse ser atribuído a certas pessoas específicas que não são asseguradas pela Palavra da verdade; se tudo isso pudesse ser cobrado de pessoas em particular, não seria errado refletir sobre essas regras e refutá-las. Entretanto, a intenção dessas expressões é evidente, e a reprovação contida nelas é lançada na própria obra de Deus. E devo confessar que acredito na degeneração que se aparta da verdade e do poder do cristianismo, na ignorância das principais doutrinas do evangelho e no desprezo lançado, por meio destas e de expressões semelhantes, sobre a graça de nosso Senhor Jesus Cristo por aqueles que não somente se declaram ministros, e também declaram possuir um nível mais elevado que o dos outros, e que serão tristemente agourentos quanto a toda a situação da igreja reformada entre nós, se não forem reprimidos e corrigidos em tempo. Mas, no presente, o que afirmo sobre este assunto é:1. O dever indispensável de todos os ministros do evangelho é inteirar-se totalmente com a natureza de seu trabalho, para que possam aquiescer à vontade de Deus e à graça do Espírito em sua realização na alma daqueles a quem ministram a Palavra. Também não podem cumprir seu trabalho e obrigação, de maneira correta, sem conhecimento apropriado dele. Se todos que os escutam nasceram mortos em delitos e pecados, se Deus os destinou para serem instrumentos de regeneração dessas pessoas, é uma loucura, da qual será necessário prestar contas um dia, negligenciar uma constante análise da natureza desta obra e dos meios pelos quais ela é realizada. A ignorância e a negligência quanto a esta necessidade, aliadas à carência de uma experiência do poder desta obra na alma deles é uma grande causa da falta de vida e do ministério não aproveitável entre nós.2. Por semelhante modo, todos a quem a Palavra é pregada têm o dever de investigá-la. É para estes que o apóstolo fala: “Examinai-vos a vós mesmos se realmente estais na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não reconheceis que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados” (2 Co 13.5). A preocupação de todo cristão ou do que professa a religião cristã é provar e examinar em si mesmo a obra que o Espírito de Deus efetuou em seu coração. Ninguém o impedirá de fazer isso, exceto aqueles que desejam enganá-los e levá-los à perdição.(1) A doutrina da obra de pregação nos foi revelada e ensinada: “As coisas encobertas pertencem ao Senhor, nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem, a nós e a nossos filhos, para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei” (Dt 29.29). Não falamos em investigar ou informar-nos, com curiosidade, sobre as coisas ocultas, ou secretas, ou as ações encobertas do Espírito Santo. Falamos apenas sobre um esforço correto para pesquisar e compreender o ensino concernente a esta obra, tendo em vista esta finalidade: que possamos entendê-la.(2) É muito importante para todos os nossos deveres e confortos que tenhamos um entendimento apropriado da natureza da obra de pregação e de nosso próprio interesse nela. A análise de ambas essas coisas não pode ser negligenciada sem a maior insensatez; a isso podemos acrescentar:(3) O perigo de que os homens sejam enganados quanto ao assunto da regeneração, ou seja, a base sobre a qual se firmam e dependem o seu estado e condição eternos. É certo que, no mundo, muitos se enganam neste assunto; evidentemente, vivem num destes erros perniciosos: a) que os homens vão para o céu ou que podem “entrar no reino de Deus” sem nascer de novo, o que é contrário ao que nosso Salvador disse (Jo 3.5). b) Outro erro é o pensamento de que os homens podem nascer de novo e continuarem vivendo no pecado, mas isso contradiz 1 João 3.9.

08:17

Se o Senhor não edificar a casa...


Por Aldair Ramos Rios


"Se o Senhor Deus não edificar a casa, não adianta nada trabalhar para construi-la..."(Sl 127:1)

Algumas pessoas realmente acham que se não fizerem alguma coisa por si mesmas, Deus estará impossibitado de agir em favor delas...(não quero aqui desconsiderar nossas responsabilidades diante de Deus) porém, protestar a forma que o problema é exposto na maioria das vezes, talvez inconcientemente.
Esta postura faz Deus um ser limitado, que fica a mercê da vontade de suas criaturas e impossibitado de executar a sua vontade, tal suposição desconsidera a doutrina da Soberania de Deus e o seu governo sobre tudo o que existe, talvez pela dificuldade que encontramos de conciliar a doutrina da Soberania de Deus com a responsabilidade humana. Porém,
devemos estar cientes que é nosso dever pregar, todo o conselho de Deus, considerando que a mente humana é limitada, para compreender os desígnios do Altissímo Senhor dos céus e da terra, portanto, não nos é permitido acrescentar nada as escrituras e nem dela retirar parte alguma, "devemos falar onde ela fala, e calar onde ela cala"...
Querendo nós ou não Deus está no governo de todas as coisas, nada acontece por acaso, ou pelo determinismo humano, a verdade é uma só, se Ele não Fizer, se ele não edificar a casa, estaremos e maus lençóis...por que sem Ele, nada podemos fazer.

17:11

Vem de Deus

Por: Aldair Ramos Rios

"...a salvação vem de Deus, o Senhor!" (Jn 2:9)

Não poderia vir de outro lugar, o que um morto pode fazer para salvar-se? Pode ao menos se movimentar? Pode ao menos respirar?...Sem oxigênio o homem estará morto fisicamente, sem a fé o homem estará morto espiritualmente, e tanto o oxigênio quanto a fé, provêm de Deus...Afinal, o que nos diz a palavra de Deus?

"Pois pela graça de Deus vocês são salvos por meio da fé. Isso não vem de vocês, mas é um presente dado por Deus. A salvação não é resultado dos esforços de vocês; portanto ninguém pode se orgulhar de tê-la. Pois foi Deus quem nos fez o que somos agora; em nossa união com Cristo Jesus, ele nos criou para que fisessemos as boas obras que ele já havia preparado para nós" (Ef 2:8-10)

Não tem escapatória o dono da vida é Jesus, ele pode dar vida aos mortos, ele pode dar vistas aos cegos, ele da audição aos surdos, ele opera milagres e maravilhas...Ele ainda é o mesmo...e Hoje ele pode dizer para você:
-Sai para fora

16:56

ALEGRE-SE E EXULTE POIS VOCÊ FOI DESTINADO PARA A GLÓRIA

O povo de Deus não tem apenas expectativa da glória, tem garantia dela. A glória não é uma conquista das obras, mas uma oferta da graça. O apóstolo Pedro trata deste momentoso assunto em sua Primeira Carta e nos ensina quatro grandiosas lições.1. O crente é nascido para a glória (1Pe 1.3,4) – Nós fomos regenerados para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos. Nascemos para uma herança incorruptível, sem mácula, e imarcescível, que está reservada nos céus para nós. Nascemos de novo, de cima, do alto, de Deus, para buscarmos as coisas lá do alto, onde Cristo vive. Não nascemos para o fracasso. Não nascemos para o cativeiro. Não nascemos para amar o mundo nem as coisas que há no mundo. Não nascemos para fazer a vontade da carne nem para andar segundo o príncipe da potestade do ar. Nascemos para as coisas mais elevadas. Nascemos para a glória!2. O crente é guardado para a glória (1Pe 1.5) – Neste mundo cruzamos vales profundos, atravessamos pinguelas estreitas, palmilhamos desertos tórridos, enfrentamos inimigos cruéis. Essa caminhada rumo à glória não é amena. A vida cristã não se assemelha a um parque de diversões. Ao contrário, é luta sem pausa contra as trevas; é luta titânica contra o mal. Nessa caminhada rumo à glória pisamos estradas juncadas de espinhos e suportamos muitas aflições. Porém, Deus nunca nos desampara. Ele nunca nos abandona à nossa própria sorte. O apóstolo Pedro escreve: “vós sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para revelar-se no último tempo” (1Pe 1.5). Louvado seja Deus, pois nascemos para a glória e somos guardados para ela. Vamos caminhando em sua direção de força em força, de fé em fé, sendo transformados de glória em glória.3. O crente está sendo preparado para a glória (1Pe 1.6,7) – O crente exulta com a certeza da glória, mesmo sabendo que no caminho para ela é contristado por várias provações (1Pe 1.6). Nossa fé é um dom gratuito de Deus a nós, mas não é uma fé barata. Ela é mais preciosa do que ouro depurado pelo fogo (1Pe 1.7). Deus não apenas nos destinou para a glória, mas também nos prepara para ela. Nessa jornada bendita despojamo-nos continuamente dos trajos inconvenientes do pecado e nos revestimos das virtudes de Cristo. Deus não apenas nos destinou para a glória, mas também está nos transformando à imagem do Rei da glória (Rm 8.29). Estamos sendo preparados para sermos apresentados ao Noivo, como uma noiva pura, imaculada, santa e sem defeito. Isso redundará em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo.4. O crente já se regozija na glória desde agora (1Pe 1.8,9) – Agora vivemos por fé e não pelo que vemos. Agora caminhamos sustentados pelo bordão da esperança de que Aquele que fez a promessa é fiel. É preciso dizer em alto e bom som que essa caminhada rumo à glória não é feita com gemidos e lamentos. Não cruzamos esse deserto rumo à terra prometida murmurando, assaltados por avassaladora tristeza. Ao contrário, há um cântico de júbilo em nosso peito. Há um grito de triunfo em nossos lábios. Há uma alegria indizível e cheia de glória transbordando do nosso coração. Assim escreve o apóstolo Pedro: “A quem, não havendo visto, amais; no qual, não vendo agora, mas crendo, exultais, com alegria indizível e cheia de glória, obtendo o fim da vossa fé: a salvação da vossa alma” (1Pe 1.8,9). A alegria indizível e cheia de glória não é apenas uma promessa para a vida futura, mas um legado para o tempo presente. O evangelho que abraçamos é boa nova de grande alegria. O Reino de Deus que está dentro de nós é alegria no Espírito Santo. O fruto do Espírito é alegria e a ordem de Deus para a igreja é: “Alegrai-vos sempre no Senhor” (Fp 4.4). Que Deus inunde nossa alma dessa bendita alegria. Que as glórias inefáveis da Glória por vir já sejam desfrutadas por nós, aqui e agora, enquanto marchamos rumo à posse definitiva dessa mui linda herança.Rev. Hernandes Dias Lopes

15:21

A Doutrina da Predestinação Comentário do Texto de Romanos 8.29-30

John Stott

Primeiro há uma referência a aqueles que Deus de antemão conheceu. Essa alusão a "co-nhecer de antemão", isto é, saber alguma coisa antes que ela aconteça, tem levado muitos comentaristas, tanto antigos como contemporâneos, a concluir que Deus prevê quem irá crer e que essa presciência seria a base para a predestinação. Mas isso não pode estar certo, pelo menos por duas razões: 1) neste sentido Deus conhece todo mundo e todas as coisas de antemão, ao passo que Paulo está se referindo a um grupo específico; 2) se Deus predestina as pessoas porque elas haverão de crer, então a salvação depende de seus próprios méritos e não da misericórdia divina; Paulo, no entanto, coloca toda a sua ênfase na livre iniciativa da graça de Deus.Assim, outros comentaristas nos fazem lembrar que no hebraico o verbo "conhecer" expressa muito mais do que mera cognição intelectual; ele denota um relacionamento pessoal de cuidado e afeição. Portanto, se Deus "conhece" as pessoas, Ele sabe o que passa com elas (Sl 1.6; 144.3); e quando se diz que Ele "conhecia"os filhos de Israel no deserto, isto significa que ele cuidava e se preocupava com eles (Os 13.5). Na verdade Israel foi o único povo dentre todas as famílias da terra a quem Javé "conheceu", ou seja, amou, escolheu e estabeleceu com ele uma aliança (Am 3.2). O significado de "presciência" no Novo Testa-mento é similar: "Deus não rejeitou o seu povo [Israel], o qual de antemão conheceu", istao é, a quem Ele amou e escolheu (11.2 Cf. 1 Pe 1.2). À luz deste uso bíblico John Murray escreve: "'Conhecer' ... É usado em um sentido praticamente sinônimo de 'amar'...Portanto, 'aqueles que ele conheceu de antemão' ... é virtualmente equivalente a 'aqueles que ele a-mou de antemão'". Presciência é "amor peculiar e soberano". Isto se encaixa com a grande declaração de Moisés: "Não vos teve o Senhor afeição, nem vos escolheu porque fôsseis mais numerosos que qualquer povo ... mas porque o Senhor vos amava ..." A única fonte de eleição e predestinação divina é o amor divino.Segundo, aqueles que [Deus] de antemão conheceu, ou que amou de antemão, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogê-nito entre muitos irmãos (29). O verbo predestinou é uma tradução de prooriz, que signifi-ca "decidiu de antemão", como se vê em Atos 4.28: "Fizeram o que o teu poder e tua von-tade haviam decido de antemão que acontecesse" . É, pois, evidente que o processo de tor-nar-se um cristão implica uma decisão; antes de ser nossa, porém, tem de ser uma decisão de Deus. Com isso não estmos negando o fato de que nós "nos decidimos por Cristo", e isso livremente; o que estamos afirmando é que, se o fizemos, é só porque, antes disso, Ele já havida "decidido por nós". Esta ênfase na decisão ou escolha soberana e graciosa de Deus é reforçada pelo vocabulário com o qual ela está associada. Por um lado, ela é atribuída ao "prazer" de Deus, a sua "vontade", "plano" e "propósito" (Ef 1.5, 9, 11; 3.11), e por outro lado, já existia "antes da criação do mundo"(Ef 1.4) ou "antes do princípio das eras"(1 Co 2.7; 2 Tm 1.9; cf. 1 Pe 1.20; Ap 13.8). C. J. Vaughan resume esta questão nas seguintes palavras: "Cada um que se salva no final só pode atribuir sua salvação, do primeiro ao último passo, ao favor e à ação de Deus. O mérito humano tem de ser excluído: e isto só pode acontecer voltando às origens do que foi feito e que se encontra muito além da obediência que evi-dencia a salvação, ou mesmo da fé que a ela é atribuída; ou seja, um ato de espontâneo favor da parte daquele Deus que antevê e pré-ordena desde a eternidade todas as suas obras.Este ensino não pode ser minimizado. Nem a Escritura nem a experiência nos autoriza fazê-lo. Se apelarmos para a Escritura, veremos que no decorrer de todo o Antigo Testamento se reconhece ser Israel 'a única nação da terra' a quem Deus decidiu 'resgatar para ser seu povo', escolhido para ser sua 'propriedade peculiar'; e em todo Novo Testamento se admi-te que os seres humanos são por natureza cegos, surdos e morto, de forma que sua conver-são é impossível, a menos que Deus lhes dê vista, audição e vida."Nossa experiência confirma isso. O Dr. J. I. Packer, em sua excelente obra O Evangelismo e a Soberania de Deus aponta que, mesmo que neguem isso, a verdade é que os cristãos crêem na soberania de Deus na salvação. "Dois fatos demonstram isso", ele escreve. "Em primeiro lugar, o crente agradece a Deus por sua conversão. Ora, por que o crente age as-sim? Porque sabe em seu coração que foi Deus inteiramente responsável por ela. O crente não se salvou a si mesmo; Deus o salvou. (...) Há um segundo modo pelo qual o crente re-conhece que Deus é soberano na salvação. O crente ora pela conversão de outros ... roga a Deus que opere neles tudo quanto for necessário para a salvação deles". Assim os nossos agradecimenos e a nossa intercessão provam que nós cremos na soberania divina. "Quando estamos de pé podemos apresentar argumentos sobre a questão; mas, postados de joelhos, todos concordamos implicitamente" .Mesmo asim há mistérios que permanecem. E, como criaturas caídas e finitas que somos, não nos cabe o direito de exigier explicações ao nosso Criador, que é perfeito e infinito. Não obstante, ele lançou luz sobre o nosso problema de tal maneira a contradizer as princi-pais objeções que são levantadas e a mostrar que a predestinação gera conseqüências bem diferentes do que se costuma supor. Vejamos cinco exemplos.1. Dizem que a predestinação gera arrogância, uma vez que (alega-se) os eleitos de Deus se gloriam de sua condição privilegiada. Mas acontece é justamente o contrário: a predestina-ção exclui a arrogância, pois afinal, não dá para entender como Deus pôde se compadecer de pecadores indignos como eles! Humilhados diante da cruz, eles só querem gastar o resto de suas vidas "para o louvor da sua gloriosa graça"e passar a eternidade adorando o Cordei-ro que foi morto.2. Dizem que a predestinação produz incerteza e que cria nas pessoas uma ansiedade neuró-tica quanto a serem ou não predestinadas e salvas. Mas não é bem assim. Quando se trata de incrédulos, eles nem se preocupam com a sua salvação - até que, e a não ser que, o Espí-rito Santo os convença do pecado, como um prelúdio para a sua conversão. Mas, se são crentes, mesmo que estejam passando por um período de dúvida, eles sabem que no final a sua única certeza consiste na eterna vontade predestinadora de Deus. Não há nada que pro-porcione mais segurança e conforto do que isso. Como escreveu Lutero ao comentar o ver-sículo 28, a predestinação "é uma coisa maravilhosamente doce para quem tem o Espírito" (Lutero).3. Dizem que a predestinação leva à apatia. Afinal, se a salvação depende inteiramente de Deus e não de nós, argumentam, então toda responsabilidade humana diante de Deus perde a razão de ser. Uma vez mais, isso não é verdade. A Escritura, ao enfatizar a soberania de Deus, deixa muito claro que isso não diminui em nada a nossa responsabilidade. Pelo con-trário, as duas estão lado a lado em um antinomia, que é uma aparente contadição entre duas verdades. Diferentemente de um paradoxo, uma antinomia "não é delieradamente pro-duzida; ela nos é imposta pelos próprios fatos ... Nós não a inventamos e não conseguimos explicá-la. Não há como nos livrar dela, a não ser que falsifiquemos os próprios fatos que nos levam a ela"(J. I. Packer). Um bom exemplo se encontra no ensino de Jesus quando declarou que "ninguém pode vir a mim, se o Pai ... não o atrair" (Jo 6.44) e que "vocês não querem vir a mim para terem vida" (Jo 5.40). Por que as pessoas não vão a Jesus? Será por-que não podem"Ou é porque não querem? A única resposta compatível com o próprio ensi-no de Jesus é: "Pelas duas razões, embora não consigamos conciliá-las" .4. Dizem que a predestinação produz complacência e gera antinomianos. Afinal, se Deus nos predestinou para a salvação, por que não podemos viver como nos agrada, sem restri-ções morais, e desafiar a lei divina? Paulo já respondeu esta questão no Capítulo 6. Aqueles que Deus escolheu e chamou, ele os uniu com Cristo em sua morte e ressurreição. E agora, mortos para o pecado, eles renasceram para viver para Deus. Paulo escreve também em outro lugar que "Deus nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis em sua presença (Ef 1.4 cf. 2 Tm1.9). Ou melhor, ele nos predestinou para sermos conformes à imagem de seu Filho.5. Dizem que a predestinação deixa as pessoas bitoladas, pois os eleitos de Deus passam a viver voltados apenas para si mesmos. Mas o que acontece é o contrário. Deus chamou um único homem, Abraão, e sua família apenas, não para que somente eles fossem abençoados, mas para que através deles todas a famílias da terra pudessem ser abençoadas (Gn 12.1ss). Semelhantemente, a razão pela qual Deus escolheu seu Servo, a figura simbólica de Isaías que vemos cumprida parcialmente em Israel, mas especialmente em Cristo e em seu povo, não foi apenas para glorificar Israel, mas para trazer luz e justiça às nações (Is 40.1ss; 49.5ss). Na verdade estas promessas serviram de grande estímulo para Paulo quando ele, num ato de grande ousadia, decidiu ampliar sua visão evangelística para alcançar os genti-os. Assim, Deus fez de nós seu "povo exclusivo", não para nos tornarmos seus favoritos, mas para que fôssemos suas testemunhas, "para anunciar as grandezas daquele que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz"(1 Pe 2.9ss).Portanto, a doutrina da predestinação divina promove humildade, não arrogância; segurança e não apreensão; responsabilidade e não apatia; santidade e não complacência; e missão, não privilégio. Isso não significa que não existam problemas, mas é uma indicação de que estes são mais intelectuais que pastorais.Coleção A Bíblia Fala Hoje - Romanos, John Stott, pp. 300-304.

09:41

Enganoso é o coração

"Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e incorrigível, quem o conhecerá" (Jeremias 17:9)

Nós seres humanos, totalmente depravados como somos, temos a mania de achar, que existe algum vestígio de justiça em nós mesmos.
A questão é que partimos do ponto errado, se analisarmos o que Deus exige de nós, veremos então o quanto, nosso coração é enganoso, o quanto ele é mal e rebelde.
É do coração que brota, toda sorte de pecado. É impossível a criatura caída, não pecar, assim como é impossível o urubu, não comer a carniça. Da mesma forma, os nossos desejos e intenções do coração são maus continuamente.

"...mais do que todas as coisas..."

10:18

Cremos e Confessamos— Proposições da Fé Reformada —

por
Ewerton Barcelos Tokashiki
I. Das Escrituras Sagradas
1. É a Palavra de Deus;2. É a especial revelação de Deus;3. É uma revelação histórico-progressiva;4. É cessada a transmissão desta revelação especial;5. É inspirada verbal, plenária e organicamente pelo Espírito;6. É dada através de homens escolhidos e capacitados;7. É inerrante em cada uma das suas declarações;8. É claramente inteligível a todos;9. É iluminada pelo Espírito para o nosso entendimento espiritual;10. É completo o seu conteúdo;11. É suficiente para a nossa salvação;12. É pública, ou seja, todos têm direito ao livre exame;13. É necessário traduzi-la em língua vernáculo;14. É autoridade final em toda discussão;15. É a nossa única fonte e regra de fé e prática.
II. De Deus
1. É um só Deus em três Pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo;2. É perfeito, imutável, independente, infinito, eterno;3. É pessoal em toda relação com a Sua criação;4. É santo, bondoso, sábio, justo, verdadeiro em Seu Ser;5. É possível conhecê-lo suficientemente;6. É impossível compreendê-lo exaustivamente;7. É criador de todas as coisas em seu estado de perfeição;8. É providente em todas as Suas obras;9. É absolutamente soberano sobre tudo e todos.
III. Do Homem
1. É criado à imagem de Deus;2. É constituído de corpo e alma;3. É ordenado a formar uma família: homem e mulher;4. É decaído em pecado;5. É escravo do pecado e perdeu o seu livre-arbítrio;6. É sofredor das conseqüências do seu pecado;7. É incapaz de se salvar, ou de preparar-se para isso;8. É maldito e condenado por causa do seu pecado;9. É imputado o seu pecado sobre toda a sua descendência;10. É uma única família em várias raças.
IV. De Jesus Cristo
1. É Deus-homem;2. É verdadeiro Deus em todos os Seus atributos;3. É verdadeiro homem em toda a Sua constituição;4. É encarnado da virgem Maria por obra sobrenatural do Espírito;5. É impecável, todavia, podia ser tentado;6. É nosso único representante diante de Deus;7. É nosso Mediador na Nova Aliança;8. É o prometido Profeta que nos traz a Palavra do Pai;9. É o perfeito Sacerdote que intercede por nós;10. É o soberano Rei que inaugura o Reino de Deus sobre nós;11. É nosso suficiente e definitivo sacrifício;12. É intercessor eficaz à destra do Pai;13. É esperado o seu retorno físico num futuro não revelado.
V. Da Salvação
1. É planejada na eternidade;2. É garantida pela graciosa e livre eleição de Deus;3. É baseada na obra expiatória de Cristo;4. É aplicada em nós pelo Espírito Santo;5. É iniciada em nós na regeneração;6. É proclamada pelo sincero chamado do evangelho;7. É evidenciada pela fé e arrependimento;8. É declarada na justificação;9. É familiarizada na adoção;10. É comprovada pela santificação;11. É continuada pela preservação na poderosa graça;12. É consumada na glorificação, após o juízo final.
VI. Do Espírito Santo
1. É verdadeiro Deus em todos os Seus atributos;2. É o consolador prometido procedente do Pai e do Filho;3. É testemunha da obra de Cristo por nós;4. É aquele que internaliza a obra da salvação em nós;5. É quem convence-nos do pecado, da justiça e do juízo;6. É o penhor e selo de nossa salvação;7. É quem frutifica as virtudes da santificação;8. É comunicador de nossos dons;9. É agente que torna real nossa comunhão com toda a Igreja.
VII. Da Igreja
1. É o glorioso corpo de Cristo;2. É composta de todos os eleitos de Deus;3. É visível pela confissão pública de fé em Cristo;4. É una, santa e universal;5. É pura pela fiel pregação da Palavra de Deus6. É confirmada pura pelo correto exercício dos Sacramentos7. É purificada pela justa aplicação da Disciplina8. É testemunha da glória de Deus;9. É comunicadora do Evangelho da salvação;10. É serva num mundo corrompido pelo pecado;11. É adoradora do soberano Deus Trino.
VIII. Das Últimas Coisas
1. É inaugurado, mas não consumado (já-ainda-não) o Reino de Deus;2. É pessoal na sua realização;3. É universal em sua extensão;4. É esperado o retorno físico de Cristo Jesus;5. É verdadeira a promessa da ressurreição final;6. É absolutamente certa a vitória sobre o mal e seus agentes;7. É inevitável o julgamento de todos os homens;8. É real o lugar de punição eterna que os condenados sofrerão;9. É ansiada a restauração de toda a criação;10. É a consumação final de toda obra da providência;11. É gracioso o galardão que os salvos receberão;12. É eterna a habitação com Deus e o Seu povo escolhido.

17:45

Prontos pra batalhar pela fé?

Lembro-me do dia que fui alertado, alguém me disse algo parecido com isso "um calvinista precisa estar preparado para enfrentar as perseguições". Ao ouvir essa declaração não acreditei que fosse verídica, mas hoje algum tempo depois percebo, que a afirmação procede. Crer nas antigas "Doutrinas da Graça" é estar colocando a cabeça para ser decepada pela guilhotinha. O que seria de mim se a inquisição tivesse operante ainda, com certeza não somente eu mais todos os reformados experimentariamos, as chamas furiosas que se levantariam sobre nós, para nos consumir...Uma coisa é certa, apesar de tudo...grandes coisas fez o Senhor por nós e por isso estamos alegre.

17:41

Predestinação: Cinco Afirmações Incontestáveis

por
John Stott
Comentário Sobre Romanos 8:28-30


“A predestinação para a vida é o eterno propósito de Deus, pelo qual (antes de lançados os fundamentos do mundo) tem constantemente decretado por seu conselho, a nós oculto, livrar da maldição e condenação os que elegeu em Cristo dentre o gênero humano, e conduzi-los por Cristo à salvação eterna, como vasos feitos para honra. Por isso os que se acham dotados de um tão excelente benefício de Deus, são chamados segundo o propósito de Deus, por seu Espírito operando em tempo devido; pela graça obedecem à vocação; são justificados gratuitamente; são feitos filhos de Deus por adoção; são criados conforme à imagem de seu Unigênito Filho Jesus Cristo; vivem religiosamente em boas obras, e, enfim, chegam, pela misericórdia de Deus, à felicidade eterna”. (XVII Artigo de Religião – Predestinação e Eleição).
“Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito. Pois aqueles que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, também chamou, também justificou; aos que justificou também glorificou” (Romanos 8:28-30). Nestes dois versículos Paulo esclarece o que quis dizer no versículo 28 ao referir-se ao “propósito” de Deus, segundo o qual ele nos chamou e age para que tudo contribua para o nosso bem. Ele analisa o “bem” segundo os parâmetros de Deus, bem como o seu propósito de salvação, através de cinco estágios, desde que a idéia surgiu em sua mente até a consumação do seu plano na glória vindoura. Segundo o apóstolo, esses estágios são: presciência, predestinação, chamado, justificação e glorificação. Primeiro há uma referência a aqueles que Deus de antemão conheceu. Essa alusão a “conhecer de antemão”, isto é, saber de alguma coisa antes que ela aconteça, tem levado muitos comentaristas, tanto antigos como contemporâneos, a concluir que Deus prevê quem irá crer e que essa presciência seria a base para a predestinação. Mas isso não pode estar certo, pelo menos por duas razões. A primeira é que neste sentido Deus conhece todo mundo e todas as coisas de antemão, ao passo que Paulo está se referindo a um grupo específico. Segundo, se Deus predestina as pessoas porque elas haverão de crer, então a salvação depende de seus próprios méritos e não da misericórdia divina; Paulo, no entanto, coloca toda a sua ênfase na livre iniciativa da graça de Deus. Assim, outros comentaristas nos fazem lembrar que no hebraico o verbo “conhecer” expressa muito mais do que mera cognição intelectual; ele denota um relacionamento pessoal de cuidado e afeição. Portanto, se Deus “conhece” as pessoas, ele sabe o que passa com elas [138]; e quando se diz que ele “conhecia” os filhos de Israel no deserto, isto significa que ele cuidava e se preocupava com eles.[139] Na verdade Israel foi o único povo dentre todas as famílias da terra a quem Javé “conheceu”, ou seja, amou, escolheu e estabeleceu com ele uma aliança. [140] O significado de “presciência” no Novo Testamento é similar. “Deus não rejeitou o seu povo [Israel], o qual de antemão conheceu”, isto é, a quem ele amou e escolheu (11:2). [141] À luz deste uso bíblico John Murray escreve: “’Conhecer’... É usado em um sentido praticamente sinônimo de ‘amar’... Portanto, ‘aqueles que ele conheceu de antemão’... é virtualmente equivalente a ‘aqueles que ele amou de antemão”.[142] Presciência é “amor peculiar e soberano”. [143] Isto se encaixa com a grande declaração de Moisés: “Não vos teve o Senhor afeição, nem vos escolheu, porque fôsseis mais numerosos do que qualquer povo... mas porque o Senhor vos amava...”. [144] A única fonte de eleição e predestinação divina é o amor divino.
Segundo, aqueles que [Deus] de antemão conheceu, ou que amou de antemão, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos (29). O verbo predestinou é uma tradução de proorizõ que significa “decidiu de antemão” (BAGD), como se vê em Atos.4:28 (“Fizeram o que o teu poder e tua vontade haviam decidido de antemão que acontecesse”). É, pois, evidente que o processo de tornar-se um cristão implica uma decisão; antes de ser nossa, porém, tem de ser uma decisão de Deus. Com isso não estamos negando o fato de que nós “nos decidimos por Cristo”, e isso livremente; o que estamos afirmando é que, se o fizemos, é só porque, antes disso, ele já havia “decidido por nós”. Esta ênfase na decisão ou escolha soberana e graciosa de Deus é reforçada pelo vocabulário com o qual ela está associada. Por um lado, ela é atribuída ao “prazer” de Deus, a sua “vontade”, “plano” e “propósito”, [145] e por outro lado, já existia “antes da criação do mundo” [146] ou “antes do princípio das eras”. [147] C. J. Vaughan resume esta questão nas seguintes palavras:
Cada um que se salva no final só pode atribuir sua salvação, do primeiro ao último passo, ao favor e à ação de Deus. O mérito humano tem de ser excluído: e isto só pode acontecer voltando às origens do que foi feito e que se encontra muito além da obediência que evidencia a salvação, ou mesmo da fé a que ela é atribuída; ou seja, um ato de espontâneo favor da parte daquele Deus que antevê e pré-ordena desde a eternidade todas as suas obras. [148]
Este ensino não pode se minimizado. Nem a Escritura nem a experiência nos autoriza faze-lo. Se apelarmos para a Escritura, veremos que no decorrer de todo o Antigo Testamento se reconhece ser Israel “a única nação na terra” a quem Deus decidiu “resgatar para ser seu povo”, escolhido para ser sua “propriedade peculiar”; [149] e em todo o Novo Testamento se admite que os seres humanos são por natureza cegos, surdos e mortos, de forma que sua conversão é impossível, a menos que Deus lhes dê vista, audição e vida. Nossa própria experiência confirma isso. O Dr. J. I. Packer, em sua excelente obra O Evangelismo e a Soberania de Deus,[150] aponta que, mesmo que neguem isso, a verdade é que os cristãos crêem na soberania de Deus na salvação. “Dois fatos demonstram isso”, ele escreve. “Em primeiro lugar, o crente agradece a Deus pela sua conversão. Ora, por que o crente age assim? Porque sabe em seu coração que Deus foi inteiramente responsável por ela. O crente não se salvou a si mesmo; Deus o salvou. (…) Há um segundo modo pelo qual o crente reconhece que Deus é soberano na salvação. O crente ora pela conversão de outros... roga a Deus para que opere neles tudo quanto for necessário para a salvação deles”. Assim os nossos agradecimentos e a nossa intercessão provam que nós cremos na soberania divina. “Quando estamos de pé podemos apresentar argumentos sobre a questão; mas, postados de joelhos, todos concordamos implicitamente”. [151] Mesmo assim há mistérios que permanecem. E, como criaturas caídas e finitas que somos, não nos cabe o direito de exigir explicações ao nosso Criador, que é perfeito e infinito. Não obstante, ele lançou luz sobre o nosso problema de tal maneira a contradizer as principais objeções que são levantadas e a mostrar que a predestinação gera conseqüências bem diferentes do que se costuma supor. Vejamos cinco exemplos: 1. Dizem que a predestinação gera arrogância, uma vez que (alega-se) os eleitos de Deus se gloriam de sua condição privilegiada. Mas o que acontece é justamente o contrário: a predestinação exclui a arrogância, pois afinal, não dá para entender como Deus pode se compadecer de pecadores indignos como eles! Humilhados diante da cruz, eles só querem gastar o resto de suas vidas “para o louvor da sua gloriosa graça” [152] e passar a eternidade adorando o Cordeiro que foi morto. [153]2. Dizem que a predestinação produz incerteza e que cria nas pessoas uma ansiedade neurótica quanto a serem ou não predestinadas e salvas. Mas não é bem assim. Quando se trata de incrédulos, eles nem se preocupam com a sua salvação – até que, e a não ser que, o Espírito Santo os convença do pecado, como um prelúdio para a sua conversão. Mas, se são crentes, mesmo que estejam passando por um período de dúvida, eles sabem que no final a sua única certeza consiste na eterna vontade predestinadora de Deus. Não há nada que proporcione mais segurança e conforto do que isso. Como escreveu Lutero ao comentar o versículo 28, a predestinação “é uma coisa maravilhosamente doce para quem tem o Espírito”. [154]3. Dizem que a predestinação leva à apatia. Afinal, se a salvação depende inteiramente de Deus e não de nós, argumentam, então toda responsabilidade humana diante de Deus perde a razão de ser. Uma vez mais, isso não é verdade. A Escritura, ao enfatizar a soberania de Deus, deixa muito claro que isso não diminui em nada a nossa responsabilidade. Pelo contrário, as duas estão lado a lado em uma antinomia, que é uma aparente contradição entre duas verdades. Diferentemente de um paradoxo, uma antinomia “não é deliberadamente produzida; ela nos é imposta pelos próprios fatos... Nós não a inventamos e não conseguimos explicá-la. Não há como nos livrar dela, a não ser que falsifiquemos os próprios fatos que nos levaram a ela”. [155] Um bom exemplo se encontra no ensino de Jesus quando declarou que “ninguém pode vir a mim, se o Pai... não o atrair” [156] e que “vocês não querem vir a mim para terem vida”. [157] Por que as pessoas não vão a Jesus? Será porque não podem? Ou é porque não querem? A única resposta compatível com o próprio ensino de Jesus é: “Pelas duas razões, embora não consigamos conciliá-las”. 4. Dizem que a predestinação produz complacência e gera antinomianos. Afinal, se Deus nos predestinou para a salvação eterna, por que não podemos viver como nos agrada, sem restrições morais, e desafiar a lei divina? Paulo já respondeu esta questão no capítulo 6. Aqueles que Deus escolheu e chamou, ele os uniu com Cristo em sua morte e ressurreição. E agora, mortos para o pecado, eles renasceram para viver para Deus. Paulo escreve também em outro lugar que “Deus nos escolheu nele antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis em sua presença”. [158] Ou melhor, ele nos predestinou para sermos conformes à imagem de seu Filho (29). 5. Dizem que a predestinação deixa as pessoas bitoladas, pois os eleitos de Deus passam a viver voltados apenas para si mesmos. Mas o que acontece é o contrário. Deus chamou um único homem, Abraão, e sua família apenas, não para que somente eles fossem abençoados, mas para que através deles todas as famílias da terra pudessem ser abençoadas. [159] Semelhantemente, a razão pela qual Deus escolheu seu Servo, a figura simbólica de Isaías que vemos cumprida parcialmente em Israel, mas especialmente em Cristo e em seu povo, não foi apenas para glorificar Israel, mas para trazer luz e justiça às nações. [160] Na verdade estas promessas serviram de grande estímulo para Paulo (como deveriam ser também para nós) quando ele, num ato de grande ousadia, decidiu ampliar sua visão evangelística para alcançar os gentios. [161] Assim, Deus fez de nós seu “povo exclusivo”, não para nos tornarmos seus favoritos, mas para que fôssemos suas testemunhas, “para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”. [162]Portanto, a doutrina da predestinação divina promove humildade, não arrogância; segurança e não apreensão; responsabilidade e não apatia; santidade e não complacência; e missão, não privilégio. Isso não significa que não existam problemas, mas é uma indicação de que estes são mais intelectuais do que pastorais. E o ponto que Paulo quer enfatizar no versículo 29 é, com toda certeza, pastoral. Tem a ver com dois propósitos práticos da predestinação de Deus. O primeiro é que nós devemos ser conformes [viver de conformidade com] à imagem de seu Filho. Ou, dito da forma mais simples possível, o eterno propósito de Deus para seu povo é que nos tornemos como Jesus. O processo de transformação começa aqui e agora, em nosso caráter e conduta, por meio da obra do Espírito Santo, [163] mas só será completado e aperfeiçoado quando Cristo vier e nós o virmos, [164] e quando nossos corpos se tornarem como o corpo de sua glória. [165] O segundo propósito da predestinação de Deus é que, como resultado de nos tornarmos conformes à imagem de Cristo, ele passe a ser o primogênito entre muitos irmãos, desfrutando da comunhão da família como também da prerrogativa de ser o primogênito. [166]Vamos agora à terceira afirmação de Paulo: E aos que predestinou, também chamou (30a). O chamado de Deus é a aplicação histórica da sua predestinação eterna. Seu chamado chega às pessoas por meio do evangelho; [167] quando esse evangelho é anunciado a elas com poder e elas lhe respondem com a obediência da fé, aí é que se sabe que Deus as escolheu. [168] Assim a evangelização (o anúncio do evangelho), longe de se tornar supérflua em virtude da predestinação de Deus, é indispensável, pois é exatamente ela o meio proporcionado por Deus para que o seu chamado chegue às pessoas e desperte a sua fé. Fica, pois, evidente que aqui, quando Paulo fala do “chamado de Deus”, não se trata daqueles apelos generalizados do evangelho, mas sim da convocação divina que levanta os espiritualmente morto e lhes dá vida. Geralmente se chama isso de chamado “efetivo” de Deus. Aqueles a quem Deus dirige esse chamado (30) são os mesmos que “foram chamados de acordo com o seu propósito” (28). Em quarto lugar, aos que chamou, também justificou (30b). O chamado efetivo de Deus capacita aqueles que o ouvem a crer; e aqueles que crêem são justificados pela fé. Como a justificação pela fé é um assunto dominante nos capítulos anteriores desta carta de Paulo, não há necessidade de se repetir o que já foi dito, a não ser talvez enfatizar que a justificação é muito mais do que simples perdão ou absolvição, ou mesmo aceitação; é uma declaração de que nós, pecadores, agora somos justos aos olhos de Deus, pois ele nos conferiu o status de justos, que na verdade trata-se da justiça do próprio Cristo. É “em Cristo”, em virtude da nossa união com ele, que nós fomos justificados. [169] Ele se fez pecado com o nosso pecado, para que nós pudéssemos nos tornar justos com a sua justiça. [170]Quinto, aos que justificou, também glorificou (30c). Já por diversas vezes Paulo usou o substantivo “glória”. Trata-se essencialmente da glória de Deus, a manifestação do seu esplendor, a glória da qual todos os pecadores estão destituídos (3:23), mas que se regozijam na esperança de recobrar (5:2). Paulo promete também que se participarmos dos sofrimentos de Cristo iremos participar também da sua glória (8:17), e que a própria criação irá um dia experimentar a liberdade da glória dos filhos de Deus (8:21). Agora ele usa o verbo: aos que justificou, também glorificou. Nosso destino é receber corpos novos em um mundo novo, e ambos serão transfigurados com a glória de Deus. Muitos estudiosos percebem que o processo da santificação, que ocorre entre a justificação e a glorificação, foi omitido no versículo 30. No entanto, ele está implícito ali, tanto na alusão a sermos conformados à imagem de Cristo, como na preliminar necessária para nossa glorificação. Pois “santificação é glória iniciada; glória é santificação consumada”. [171] Além disso, tão certo é esse estágio final que, embora ainda se encontre no futuro, Paulo o coloca no mesmo tempo aoristo, como se fosse um fato passado, tal como tem usado para os outros quatro estágios que já são passado. É o assim chamado “passado profético”. James Denney escreve que “o tempo da última palavra é impressionante. É a mais ousada antecipação de fé que o próprio Novo Testamento contém”. [172]
Vimos aqui, portanto, as cinco afirmações incontestáveis apresentadas por Paulo. Deus é retratado como alguém que se move irresistivelmente de um estágio ao outro; de uma presciência e predestinação eternas, através de um chamado e uma justificação históricos, para a glorificação final de seu povo em uma eternidade futura. Faz-nos lembrar uma cadeia composta de cinco elos inquebráveis.
NOTAS:
[136] Jeremias 29.11. [137] At 2.23; cf. 4.27. [138] Sl. 1.6; 144.3. [139] Os 13.5. [140] Am 3.2. [141] Cf. 1 Pe 1.2. [142] Murray, vol. I, p. 317.[143] Ibid., p. 318.[144] Dt 7.7s.; cf. Ef 1.4s. [145] Ef 1.5,9,11; 3.11. [146] Ef 1.4.[147] 1 Co 2.7; 2 Tm 1.9; cf. 1 Pe 1.20; Ap 13.8. [148] Vaughan, 9. 163. [149] 2 Sm 7.22ss; cf. Êx 19.3ss; Dt 7.6; 10.15; 14.2; Sl 135.4. [150] Edições Vida Nova, 1961.[151] Ibid., pp. 13ss.[152] Ef 1.6,12.14.[153] Ap 5.11ss. [154] Lutero (1515), p. 371. [155] Packer, op. cit., p. 21. [156] Jo 6.44. [157] Jo 5.40. [158] Ef 1.4; cf 2 Tm 1.9. [159] Gn 12.1ss. [160] Is 40.1ss; 49.5ss. [161] Ver; por exemplo, At 13.47; 26.23. [162] 1 Pe 2.9ss. [163] 2 Co 3.18. [164] 1 Jo 3.2ss. [165] 1 Co 15.49; Fp 3.21. [166] Cf. Cl 1.18. [167] 2 Ts 2.13s. [168] 1 Ts 1.4s. [169] Gl 2.17. [170] 2 Co 5.21. [171] Bruce, p. 168. [172] Denney, p. 652.

Fonte: STOTT, John. A Mensagem de Romanos. Trad. Silêda e Marcos D S Steuernagel. 1ed. São Paulo: ABU Ed., 2000. 528p.; pp. 300-306.

retirado do site: www.monergismo .com

08:35

Arminianos, ouçam Armínio!

A posição evangélica dominante nos dias de hoje identifica-se com o teólogo holandês Jacó Armínio, pelo que nos debates teológicos é designada como arminianismo. O que muitos não sabem é que Armínio era bem mais "calvinista" que os arminianos atuais imaginam ou gostariam de saber. Se eles soubessem o que ele escreveu a respeito de alguns assuntos importantes no debate sobre a salvação, poderiam não se tornar calvinistas, mas pelo menos seriam arminianos melhores.

Descobririam, por exemplo:

a) Que ele recomendava a leitura da obra de Calvino

"Depois da leitura das Escrituras..., e mais do que qualquer outra coisa,... eu recomendo a leitura dos Comentários de Calvino ... Pois afirmo que na interpretação das Escrituras Calvino é incomparável, e que seus Comentários são mais valiosos do que qualquer coisa que nos tenha sido legada nos escritos dos pais — tanto assim que atribuo a ele um certo espírito de profecia no qual ele se encontra em uma posição distinta acima de outros, acima da maioria, na verdade, acima de todos." (Carta escrita a Sebastian Egbertsz, publicada em P. van Limborch e C. Hartsoeker, Praestantium ac Eruditorum Virorum Epistolae Ecclesiasticae et Theologicae (Amsterdam, 1704), nº 101).

b) Que ele cria na doutrina da providência

"Nesta definição de Providência Divina, eu de forma alguma a privo de qualquer partícula daquelas propriedades que concordam ou pertencem a ela; mas eu declaro que ela preserva, regula, governa e dirige todas as coisas e que nada no mundo acontece acidentalmente ou por acaso. Além disto, eu coloco em sujeição à Providência Divina tanto o livre-arbítrio quanto até mesmo as ações de uma criatura racional, de modo que nada pode ser feito sem a vontade de Deus, nem mesmo as que são feitas em oposição a ela , somente devemos observar uma distinção entre as boas e as más ações, ao dizer, que "Deus tanto deseja e executa boas ações," quanto que "Ele apenas livremente permite as que são más." Além disto ainda, eu muito prontamente admito, que até mesmo todas as ações, sejam quais forem, relativas ao mal, que possam possivelmente ser imaginadas ou criadas, podem ser atribuídas ao Emprego da Divina Providência, tendo apenas um cuidado, "não concluir deste reconhecimento que Deus seja a causa do pecado." (Works, vol 1: The providence of God)

c) Que ele cria nos decretos divinos

"Os decretos de Deus são os atos extrínsecos de Deus, ainda que sejam internos, e, por essa razão, feitos pelo livre-arbítrio de Deus, sem qualquer necessidade absoluta . Todavia um decreto parece exigir a suposição de outro, a bem de uma certa conveniência de igualdade; como o decreto relativo à criação de uma criatura racional, e o decreto relativo à salvação ou condenação [dessa criatura] sob a condição de obediência ou desobediência. A ação da criatura também, quando considerada por Deus desde a eternidade, pode algumas vezes ser a ocasião, e algumas vezes a causa motriz externa de criar algum decreto; e isto de tal forma que sem tal ação [da criatura] o decreto não seria nem poderia ser feito. (...) Embora todos os decretos de Deus foram feitos desde a eternidade, todavia uma certa ordem de prioridade e posterioridade deve ser formulada, de acordo com sua natureza, e a relação mútua entre elas." (Works, vol 2: On decree of God)

d) Que ele cria na predestinação

"O primeiro na ordem dos decretos divinos não é o da predestinação, pela qual Deus preordenou para fins sobrenaturais, e pela qual ele resolveu salvar e condenar, declarar sua misericórdia e sua justiça punitiva, e ilustrar a glória de sua graça salvadora , e de sua sabedoria e poder que concordam com aquela mais livre graça.(...) Os eleitos não são chamados "vasos de misericórdia" na relação de meios para o fim, mas porque a misericórdia é a única causa motriz, pela qual é feito o próprio decreto da predestinação para salvação." (Works, vol 2: On predestination to salvation)

e) Que ele cria na imperdibilidade da salvação

"Embora eu aqui, aberta e sinceramente, afirmo que eu nunca ensinei que um verdadeiro crente pode, total ou finalmente, abandonar a fé, e perecer; todavia não nego que haja passagens da Escritura que me parecem apresentar este aspecto; e as respostas a elas que tive a oportunidade de ver não se mostraram, em minha opinião, convincentes em todos os pontos. Por outro lado, certas passagens são fornecidas para a doutrina contrária [da perseverança incondicional] que merecem especial consideração." (Works, vol 1: The perseverance of the saints).

De minha parte, ficaria muito feliz se os atuais arminianos firmassem posição com Jacó Armínio. Pois já estaríamos no lucro.

Copiado de: http://cincosolas.blogspot.com/2008/08/arminianos-ouam-armnio.html