19:09

As perfeições de Deus
Que és, portanto, ó meu Deus? Que és, repito, senão o Senhor Deus? Ó Deus sumo,
excelente, poderosíssimo, onipotentíssimo, misericordiosíssimo e justíssimo.
Tao oculto e tão presente, formosíssimo e fortíssimo, estável e incompreensível; imutável,
mudando todas as coisas; nunca novo e nunca velho; renovador de todas as coisas, conduzindo à
ruína os soberbos sem que eles o saibam; sempre agindo e sempre repouso; sempre
sustentando, enchendo e protegendo; sempre criando, nutrindo e aperfeiçoando, sempre
buscando, ainda que nada te falte.
Amas sem paixão; tens zelos, e estás tranqüilo; te arrependes, e não tens dor; te iras, e
continuas calmo; mudas de obra, mas não de resolução; recebes o que encontras, e nunca
perdeste nada; não és avaro, e exiges lucro. A ti oferecemos tudo, para que sejas nosso devedor;
porém, quem terá algo que não seja teu, pois, pagas dívidas que a ninguém deves, e perdoas
dívidas sem que nada percas com isso?
E que é o que até aqui dissemos, meu Deus, minha vida, minha doçura santa, ou que
poderá alguém dizer quando fala de ti? Mas ai dos que nada dizem de ti, pois, embora seu muito
falar, não passam de mudos charlatães.

15:51

Louvor e Invocação

És grande, Senhor e infinitamente digno de ser louvado; grande é teu poder, e
incomensurável tua sabedoria. E o homem, pequena parte de tua criação quer louvar-te, e
precisamente o homem que, revestido de sua mortalidade, traz em si o testemunho do pecado e a
prova de que resistes aos soberbos. Todavia, o homem, partícula de tua criação, deseja louvar-te.
Tu mesmo que incitas ao deleite no teu louvor, porque nos fizeste para ti, e nosso coração está
inquieto enquanto não encontrar em ti descanso.

Concede, Senhor, que eu bem saiba se é mais importante invocar-te e louvar-te, ou se
devo antes conhecer-te, para depois te invocar. Mas alguém te invocará antes de te conhecer?
Porque, te ignorando, facilmente estará em perigo de invocar outrem. Porque, porventura, deves
antes ser invocado para depois ser conhecido? Mas como invocarão aquele em que não crêem?
Ou como haverão de crer que alguém lhos pregue?

Com certeza, louvarão ao Senhor os que o buscam, porque os que o buscam o encontram
e os que o encontram hão de louvá-lo.

Que eu, Senhor, te procure invocando-te, e te invoque crendo em ti, pois me pregaram teu
nome. invoca-te, Senhor, a fé que tu me deste, a fé que me inspiraste pela humanidade de teu
Filho e o ministério de teu pregador.

09:51

Firme até o fim



Leia em sua Bíblia: Salmo 27.1-6
“O Senhor é a fortaleza da minha vida; a quem temerei?” (v. 1)

Certamente, também há repouso, mesmo em meio à tentação. Agora, Deus faz com que as coisas sempre vão morro acima, morro abaixo e, logo, outra vez, morro acima. Ora é noite, ora é dia, e logo volta a ser noite, e nem sempre é dia. O dia e a noite se sucedem, assim que ora é noite, ora é dia e, logo em seguida, é noite outra vez. É assim que ele governa a sua Igreja cristã, como mostram todas as histórias do Antigo e do Novo Testamento.E isso se chama força, a saber, que o Senhor não é um conselheiro e consolador daqueles que se limitam a palavras e não fazem nada além disso. Não, ele também ajuda para que tudo seja superado. Quando estamos em meio à tentação, ele nos dá seu fiel conselho e nos fortalece com sua palavra, para que não desfaleçamos de fraqueza, mas possamos ficar firmes. Agora, quando é chegada a hora e já sofremos o suficiente, ele se põe do nosso lado com seu poder, para que superemos o momento crítico e saiamos vitoriosos. Precisamos de ambas as coisas: o conselho para nos consolar e sustentar no sofrimento, ou seja, consolo em meio às tentações e sofrimentos, para que não sucumbamos, mas tenhamos esperança e paciência. É assim que ele dirige toda a cristandade. É assim que ele governa. Quem desconhece isso, não sabe o que significa ter Cristo por Rei.

15:21

Frases de Spurgeon



"A profissão de fé sem a graça divina é a pompa funerária de uma alma morta."

"Uma fé pequena leva as almas até o céu, mas uma grande fé traz o céu até as almas"

"A recondução de um pastor, que caiu em pecado de imoralidade, só deve ocorrer quando o seu arrependimento for tão gritante quanto seu pecado"

"Ouvi falar dos Santos dos Últimos Dias. Prefiro os Santos de todos os Dias!"

"Meu povo ora por mim".
- Quando perguntado sobre seu sucesso.

"Perdoe e esqueça. Quando você enterra um cão raivoso, nunca deixa a cauda dele para fora"

"Você pode ocultar sua fraqueza de seu melhor amigo, mas não a esconderá de seu pior inimigo."

"Eu pessoalmente acredito que não seja possível pregar a Cristo e Ele crucificado, a menos que estejamos pregando o que hoje é conhecido como Calvinismo. O Calvinismo é apenas um apelido; o Calvinismo é o evangelho e nada mais. "

"Para previnir para sempre a possibilidade de papistas queimarem protestantes, anglicanos enforcarem padres, e puritanos afogarem quacres, que toda forma de união entre Igreja e Estado seja totalmente abolida, e a lembrança da longa maldição seja apagada para sempre."



"Dez minutos orando são melhores do que um ano murmurando".

"Em geral, jamais veremos muita melhoria em nossas Igrejas, enquanto a reunião de oração não ocupar o lugar mais elevado na estima dos crentes."

"Há pecado até na nossa santidade, há incredulidade na nossa fé; há ódio no nosso próprio amor; há lama da serpente na mais bela flor do nosso jardim."

"Aqueles que mergulham no mar das aflições trazem pérolas raras para cima."

“Será que um homem que ama o seu Senhor estaria disposto a ver Jesus vestindo uma coroa de espinhos, enquanto ele mesmo almeja uma coroa de louros? Haveria Jesus de ascender ao trono por meio da cruz, enquanto nós esperamos ser conduzidos para lá nos ombros das multidões, em meio a aplausos? Não seja tão fútil em sua imaginação. Avalie o preço; e, se você não estiver disposto a carregar a cruz de Cristo, volte à sua fazenda ou ao seu negócio e tire deles o máximo que puder, mas permita-me sussurrar em seus ouvidos: “Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?”

"Não deixe aquilo que é urgente tomar o lugar daquilo que é importante em sua vida."

"Muitas pessoas devem a grandeza de suas vidas aos problemas e obstáculos que tiveram de vencer."

15:07

A sabedoria e o poder de Deus


Terminando Paulo sua magistral exposição do evangelho nos primeiros onze capítulos de Romanos, o modo pelo qual Deus apresentou a Cristo como o sacrifício propiciatório, justifica os pecadores através da fé em Cristo, transforma-os mediante a obra interior do Espírito e está criando a sua nova comunidade à qual os gentios são admitidos nas mesmas condições que os judeus, ele exclama em extasiada doxologia: “Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria, como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos e quão inescrutáveis os seus caminhos!. . . Porque dele e por meio dele e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém” (11:33-36). Antes o apóstolo vê a morte expiatória de Cristo como uma demonstração da justiça e do amor de Deus; agora é vencido por um sentimento da sabedoria de Deus - a sabedoria de projetar um plano de salvação tão custoso que ao mesmo tempo preenche as nossas necessidades e satisfaz ao seu próprio caráter.

A cruz como a sabedoria e poder de Deus é o tema principal de 1 Coríntios 1:17-2:5, especialmente em contraste com a sabedoria e o poder do mundo. É a menção que Paulo faz do “evangelho” que dá partida à sua meditação, pois ele imediatamente sabe que precisa tomar uma decisão quanto ao seu conteúdo. A escolha é entre “palavras de sabedoria humana” e “a cruz de Cristo”. Se ele optasse pela sabedoria humana, a cruz seria “esvaziada”, desnudada, deveras destruída (1:17). De modo que escolhe a “mensagem da cruz”, a qual ele sabe ser loucura para os que estão perecendo, mas ao mesmo tempo é o poder de Deus aos que estão sendo salvos (1:18). Sabedoria impotente ou poder louco: foi (e ainda é) uma escolha decisiva. A combinação que não é opção é a sabedoria do mundo mais o poder de Deus.

O motivo pelo qual Paulo opta pelo poder contra a sabedoria, o poder de Deus contra a sabedoria do mundo, é que Deus no Antigo Testamento já declarou a sua intenção de destruir a sabedoria do sábio e frustrar a inteligência dos entendidos (1:19). De modo que, se Deus já se pôs contra eles, onde se encontram os sábios, os entendidos e os filósofos deste século? Deus já não decidiu contra eles tornando a sua sabedoria em loucura (1:20)? Eis como ele o fez. Em sua sabedoria Deus primeiro decretou que o mundo, através de sua própria sabedoria, não o conheceria, e então se agradou em salvar os que crêem por meio da loucura do evangelho revelado e pregado (1:21). De forma que se torna claro novamente que o poder (o poder salvador) não está na sabedoria do mundo mas na loucura de Deus, a saber, o evangelho do Cristo crucificado.

Pode-se ver esse princípio em operação na evangelização dos judeus e gregos, pois ambos os grupos determinam condições sobre as quais o evangelho lhes seria aceitável. “Tanto os judeus pedem sinais, como os gregos buscam sabedoria” (1:22). Em outras palavras, insistem em que a mensagem deve autenticar-se para eles respectivamente mediante o poder e a sabedoria. Em contraste total com suas exigências, contudo, “pregamos a Cristo crucificado” (1:23), que nem mesmo chega perto de conformar-se com os critérios deles. Pelo contrário, os judeus acham a cruz um “escândalo” e os gentios “loucura”, pois ela os ofende em vez de impressioná-los, ao passo que para os que são chamados por Deus, quer judeus, quer gregos, é o oposto exato. Embora crucificado em fraqueza, Cristo é o poder de Deus, e embora aparentemente tolo, é a sabedoria de Deus (1:24). Pois o que os homens vêem como loucura de Deus é mais sábio do que a sabedoria deles, e o que vêem como a fraqueza de Deus é mais forte do que a força deles (1:25). Em resumo, os valores divinos e os humanos discordam completamente um do outro. E a cruz, que como meio de salvação parece o auge da impotência e estultícia, na realidade é a maior manifestação da sabedoria e do poder de Deus.

Paulo coroa o seu argumento com duas ilustrações, a primeira tirada da experiência da chamada e conversão dos coríntios (1:26-31), e a segunda de sua própria experiência de evangelização. Quanto a eles, segundo os padrões humanos, não muitos eram sábios ou poderosos. De fato, Deus deliberadamente escolheu o que o mundo considera como pessoas tolas e fracas, a fim de envergonhar as sábias e fortes; escolheu até as humildes, as desprezadas e as que não são, para anular as que são. O seu objetivo nisso era excluir a vanglória humana. A vangloria estava totalmente fora de lugar, porque fora Deus quem os tinha unido a Cristo, e Cristo que se havia tornado a sabedoria deles (revelando-lhes Deus) e o poder deles (trazendo-lhes justificação, santidade e a promessa da redenção final). Portanto, como dizem as Escrituras, se alguém se gloriar, glorie-se hão em si mesmo, nem nos outros, mas no Senhor somente.

Quanto a Paulo, o evangelista, ao chegar a Corinto, não fora com mensagem de sabedoria humana. Nem tinha ele ido em sua própria força. Pelo contrário, havia levado a mensagem louca e revelada da cruz, confiando somente no poder do Espírito Santo para confirmar a palavra. Todo o seu propósito em ir a eles em tal loucura e fraqueza era que a sua fé descansasse firmemente no poder de Deus, não na sabedoria dos homens.

O que temos ouvido através de toda essa passagem são variações do tema da sabedoria e do poder de Deus, sua sabedoria através da loucura humana e o seu poder através da fraqueza humana. O evangelho da cruz jamais será uma mensagem popular porque humilha o orgulho de nosso intelecto e caráter. Contudo, Cristo crucificado é tanto a sabedoria de Deus (1:24) como a nossa (1:30). Pois a cruz é o modo pelo qual Deus satisfaz ao seu amor e justiça na salvação dos pecadores. Portanto, ela também manifesta o seu poder, “o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Romanos 1:16).

De sorte que quando olhamos para a cruz, vemos a justiça, o amor, a sabedoria e o poder de Deus. Não é fácil determinar qual desses aspectos é mais brilhantemente revelado, se a justiça de Deus ao julgar o pecado, se o amor de Deus ao levar o castigo em nosso lugar, se a sabedoria de Deus em combinar com perfeição as duas coisas, ou se o poder de Deus em salvar aqueles que crêem. Pois a cruz é, de igual forma, um ato, e portanto uma demonstração da justiça, do amor e da sabedoria de Deus. A cruz nos assegura que esse Deus é a realidade dentro, por trás e além do Universo.

(John Stott, A Cruz de Cristo, Editora Vida)

Retirado do Blog http://blog.monergismo.com/?p=8

16:45

Nascido Escravo


Lutero considerou a doutrina da escravidão da vontade como a pedra angular do evangelho e o verdadeiro alicerce da fé Cristã.Em "Nascido Escravo", um resumo de sua obra suma, "A escravidão da vontade", temos uma refutação clara e definitiva aos argumentos em favor do livre-arbítrio, apresentados por Erasmo em sua defesa da posição humanista da Igreja Católica Apostólica Romana.Na luz dos argumentos bíblicos exposto por Lutero, um exame honesto do evangelho apresentado em nossos dias, mostra tragicamente que a posição da maioria dos evangélicos esta mais voltada para o humanismo de Erasmo do que para a posição bíblica do reformador.(Extraído do livro "Nascido Escravo" Editora Fiel) http://www.editorafiel.com.br/detalhes.php?id=1026&tipo=2

16:23

O Poder do Evangelho


por Phillip Melanchthon (1497-1560)

Há pessoas as quais a consciência tem terrificado através do convencimento do pecado, que seriam seguramente dirigidas ao desespero, a condição habitual dos condenados, se elas não fossem sustentadas e encorajadas pela promessa da graça e misericórdia de Deus, comumente chamado de evangelho. Se a consciência afligida acredita na promessa da graça em Cristo, ela é ressuscitada e estimulada pela fé, como os exemplos seguintes revelarão maravilhosamente.
Em Gênesis, capítulo 3, o pecado, arrependimento e justificação de Adão são descritos. Depois de Adão e Eva haverem pecado, e estando procurando cobertas para a nudez deles - pois nós, os hipócritas, temos o hábito de aliviar nossas consciências fazendo compensações - eles foram chamados para prestarem contas ao Senhor; mas a Sua voz era insuportável.
Debaixo destas condições, nem cobertas nem pretextos desculparam o pecado deles. Condenados e culpados, a consciência cai prostrada quando é confrontada diretamente com o pecado pela voz de Deus. Eles fogem, e Adão explica a causa da fuga deles quando ele diz: " Eu ouvi a Tua voz no jardim, e, porque estava nu, tive medo e me escondi." (Gn. 3:10). Note a confissão e o reconhecimento pela consciência. Enquanto isso, Adão cai em profundo pesar até que ele ouve a promessa de misericórdia, de que, através do descendente de sua mulher, a cabeça da serpente seria esmagada (Gn. 3:15). Até mesmo o fato de que o Senhor os vestiu, fortaleceu suas consciências, e é inegavelmente um sinal da encarnação de Cristo, porque a Sua carne, em última análise ,é que cobre nossa nudez e destrói a confusão de consciências trêmulas sobre as quais os insultos dos acusadores tem caído (Sl.69).
Nós recordamos como Davi foi quebrantado pela voz do profeta Natã. E ele certamente teria perecido se não tivesse ouvido o evangelho imediatamente: " Também o Senhor te perdoou o pecado; não morrerás " (II Sm. 12:13). O Espírito de Deus tem nos mostrado ricamente o modo como opera através da Sua ira e da Sua misericórdia. Que expressão mais evangélica pode ser concebida do que esta: " O Senhor te perdoou o pecado "? Não é este a suma do evangelho ou da pregação no Novo Testamento: o pecado foi perdoado? Você pode acrescentar a estes exemplos muitas histórias dos evangelhos. Lucas 7:37-50 conta sobre a mulher pecadora que lava os pés do Senhor; Ele a consola com estas palavras: " Teus pecados estão perdoados " (v. 48). E o que é mais conhecido do que a história narrada em Lucas, capítulo 15, do filho pródigo que confessa o seu pecado? Como amorosamente seu pai o recebe, abraça, e o beija! Em Lucas 5:8 Pedro, admirado pelo milagre e, o que é mais importante, tocado em seu coração, exclama: "Aparta-Te de mim, porque sou um homem pecador, ó Senhor". Cristo o consola e o restaura dizendo: "Não tenhas medo, ... " (v. 10). Destes exemplos acredito que possa ser entendido a diferença existente entre a lei e o evangelho, e entre o poder do evangelho e o da lei. A lei terrifica; o evangelho consola. A lei é a voz de ira e morte; o evangelho é a voz de paz e vida, e para resumir, "a voz do noivo e a voz da noiva," como o profeta diz (Jr. 7:34). E aquele que é encorajado pela voz do evangelho e confia em Deus já está justificado. Cristãos sabem bem quanta alegria e satisfação a consolação traz. E aqui situam-se, apropriadamente, aquelas palavras de alegria que os profetas usam para descrever Cristo e a Igreja. Is. 32:18: "O meu povo habitará em moradas de paz, em moradas bem seguras, e em lugares quietos e tranqüilos". Is. 51:3: "regozijo e alegria se acharão nela, ações de graça e sons de música". Jr. 33:6: "e lhes revelarei abundância de paz e segurança. Sl. 21:6: " Pois o puseste por bênção para sempre, e o encheste de gozo com a tua presença". Sl. 97:11: Ä luz difundi-se para o justo, e a alegria para os retos de coração".
Mas por que amontoar argumentos quando é óbvio, através da promulgação da lei e do advento de Cristo, o que significa o poder da lei e o do evangelho? Assim Êxodo, capítulo 19, descreve com que horrível espetáculo a lei foi dada. Assim, da mesma maneira que o Senhor terrificou a Israel naquele momento, as consciências individuais são atormentadas pela voz da lei, e eles exclamam junto com o Israel: "Não fale Deus conosco, para que não morramos" (Ex. 20:19). A lei exige o impossível, e a consciência, condenada pelo pecado, é assaltada em todas as direções. Nesta condição, medo e confusão perturbam a consciência de tal forma, que nada, nem ninguém pode trazer-lhe alívio, a não ser que Aquele que a acusou, retire a acusação. Alguns buscam consolação através de seus esforços, trabalhos, e atos de apaziguamento.
Mas estes não realizam mais do que Adão realizou com suas folhas de figo. Assim são aqueles que se ornam contra o pecado confiados no poder do seu próprio querer (arbítrio). Os fatos atuais ensinam que eles logo caem ainda mais miseravelmente. "O cavalo não garante a vitória; a despeito de sua grande força, a ninguém pode livrar " (Sl. 33:17).
" Presta-nos auxílio na angústia, pois vão é o socorro homem" (Sl. 108:12)!
Por outro lado, o advento de Cristo é descrito pelo profeta Zacarias como lemos em 9:9: "Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém: eis aí te vem o teu Rei, justo e salvador, humilde, ... ". Primeiro, quando o profeta dá a ordem para regozijar, ele ensina que a palavra deste Rei é diferente da lei; além disso, ele expressa a alegria na consciência de um jubiloso a ouvir a palavra de graça. Em seguida, não há tumulto, mas tudo está tranqüilo, que o leva a entender que Ele é o autor da paz, não da ira. Esta é aquela característica que extraímos do termo "humilde", que o Evangelista usa, para explicar Sua mansidão. Isaías tem a mesma idéia em 42:3: "não esmagará a cana quebrada, nem apagará a torcida que fumega".
De modo similar, o apóstolo contrasta a face de Moisés com a de Cristo em II Co. 3:13. Moisés amedrontou as pessoas ao olharem para o seu semblante. Pois quem poderia agüentar a majestade do julgamento divino quando até mesmo o profeta implora isto: "Não entres em juízo com o teu servo" (Sl. 143:2)? Quando os discípulos vêem a glória de Cristo no Monte da Transfiguração, uma alegria nova e maravilhosa inunda seus corações a tal ponto, que Pedro, esquecendo-se de si mesmo, exclama: "Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, farei aqui três tendas" (Mt. 17:4). Aqui está uma visão da graça e misericórdia de Deus. Da mesma maneira que um olhar à serpente de bronze salvou os homens no deserto, assim também, eles são salvos se fixarem os olhos da fé na cruz de Cristo (Jo. 3:14.). Aí está o porque de os apóstolos, de modo adequado, chamarem sua mensagem, cheia de alegria, de evangelho ou boas novas. Os gregos também comumente designavam de evangelho, seus anúncios e elogios públicos de atos valorosos.
Tradução: Tânia Gueiros.
Revisão: Rev. Joás Gueiros

15:32

Graças á Deus


Graças á Deus que sempre nos concede vitória por meio de Cristo Jesus, o nosso Senhor...Só tenho motivos para agradecer ao Senhor afinal, até aqui ele tem nos sustentado, e nos guardado é claro...se não fosse essa certeza reconfortante ...poderia estar agora cabisbaixo, sem esperanças...afinal o que me reservaria o futuro?
O que enfrentarei no amanhã?
para onde irei após a morte?
Nenhuma dessas indagações permeiam mais a minha mente, pois encontrei a Cristo, a vida eterna. Já não receio o futuro pois Ele cuida de mim ...sei que o meu Deus é Soberano e Ele tem as rédeas da história em suas mãos ...então, por que temer?
Já não receio mais morrer, afinal Cristo morreu a minha morte, e me concedeu a sua vida que é eterna, é por Ele que vivo, afinal já não vivo eu , mas Cristo vive em mim....então. Porque temer?
" aquele que começou a boa obra em mim, aperfeiçoará até o dia de Cristo Jesus " (Fl 1:6)

12:27

A VONTADE DE DEUS

A vontade de Deus aqui se usa para abarcar o seguinte: (1) A faculdade de Deus auto-determinar-se e escolher. (2) A preferência inerente de Deus. (3) O propósito e plano de Deus.
I. QUALIDADES DA VONTADE DE DEUS
1. LIBERDADE.
Liberdade da vontade, quer de Deus, anjos ou homens, significa que a vontade não está constrangida por qualquer coisa fora da natureza do ser que a possui. Mas não quer dizer que a vontade pode agir independente do ou contrário ao caráter desse ser. Na operação da vontade temos simplesmente um ser moral preferindo, escolhendo e determinando cursos de ação em vista de motivos. Os motivos influenciam, mas não constrangem a vontade. A energia relativa dos motivos é determinada pelo caráter. A vontade jamais está sujeita ao capricho ou à arbitrariedade.
2. FORÇA.
Falamos de alguns homens a quem falta força de vontade. Por isto queremos significar que lhes falta a força de vontade para quererem o que deveriam querer. Isto resulta da perversidade do caráter ou da natureza do homem através do pecado. Mas não há falta de força em Deus para querer o que Ele deveria querer. O Seu caráter é perfeitamente santo. Conseqüentemente, Deus sempre quer aquilo que é perfeitamente santo, justo e bom.
II. FASES DA VONTADE DE DEUS
1. VONTADE OU PROPÓSITO DE Deus.
Deus propôs ou decretou tudo que se tem passado e tudo que ainda terá de passar. Salmos 135:6; Isaías 46:10; Daniel. 4:35; Atos 2:23; 4:27,28; 13:48; Romanos 8:29,30; 9:15-18; Efésios 1:11. Estas passagens mostram que Deus é um soberano absoluto ao dirigir todos os negócios deste mundo e ao distribuir a graça salvadora. Sua vontade de propósito inclui tanto o mal como o bem, tanto o pecado como a justiça e é sempre executada perfeitamente. Mas são necessárias as seguintes subdivisões da vontade e do propósito de Deus.
(1). O Propósito Positivo de Deus.
Deus é a causa ativa e positiva de todo o bem. Tudo que é bom é o resultado da operação eficiente do poder de Deus, quer diretamente ou por meio de Suas criaturas. É a esta subdivisão da vontade e do propósito de Deus que se aplica Filipenses 2:13, que nos diz: "É Deus que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a Sua boa vontade".
(2). O Propósito Permissivo de Deus.
Deus não é a causa do mal; mas, por razões justas, santas e sábias, só por Ele inteiramente conhecidas, Ele decretou permitir aquele mal que vem a acontecer, dominando-o para Sua própria glória. É à vontade permissiva de Deus que se refere a Escritura, quando diz: "seguramente a ira do homem Te louvará e o remanescente da ira Tu o restringirás" (Salmos 76:10). Esta passagem frisa que Deus restringe os homens de fazerem mais pecados do que Ele se apraz dominar para Sua glória; portanto, Ele lhes permite cometerem tal pecado como o que cometem. Ele podia guardar os homens de todo o pecado tão facilmente como Ele os detém no lugar apontado. Não podemos dar razão porque Deus permite o pecado que satisfará a mente carnal, mas o fato que Ele o faz é abundantemente claro; e, desde que Deus sempre faz o bem, sabemos que é direito para Ele permitir semelhante pecado como o que se vem a passar.
Em Atos 2:23 e 4:27,28 temos uma clara afirmação que a crucificação de Cristo foi parte da vontade propositante ou decretante de Deus. Mas sabemos que Deus não fez os crucificadores fazerem eficientemente o que eles fizeram, que tal tornaria Deus responsável pela morte de Cristo: Deus meramente retirou o Seu poder restritivo e permitiu aos crucificadores proceder segundo os seus próprios desejos maus. Isso é tudo que Deus tem a fazer para alcançar o perpetramento de qualquer pecado que lhe apraz dominar para Sua glória. O homem cometerá qualquer pecado que Deus lhe permitir cometer.
O endurecimento do coração de Faraó, segundo Êxodo pormenoriza, e fazer vasos para desonra (Romanos 9:31) são para ser entendidos como vindos sob o propósito permissivo de Deus.
As seguintes citações podem ajudar a exemplificar a relação de Deus com o pecado. "Que o pecado procede dos homens mesmos; que, pecando, eles realizam esta ou aquela ação, é de Deus, que divide as trevas segundo o Seu prazer" (Agostinho). "Deus não é a força causadora, mas a força dirigente nos pecados do homem. Os homens estão em rebelião contra Deus, mas não estão fora de sob o Seu controle. Os decretos de Deus não são a causa necessitante dos pecados do homem, mas os limites e as diretrizes predeterminados e prescritos aos atos pecaminosos dos homens" (C. D. Cole, Baptist Examiner, March. 1, 1932). "Os desejos do pecado são os desejos do homem; o homem é culpado; o homem é para ser acusado, mas o Deus onisciente impede esses desejos de produzirem ações indiscriminadamente, Ele compele esses desejos a tomarem um certo curso divinamente estreitado. As enchentes da iniqüidade são do coração dos homens, mas não lhes é concedido cobrirem a terra: são trancadas pelo apontamento soberano de Deus no Seu canal e assim são os homens desapercebidamente contidos em represas, de modo que nem um jota do propósito de Deus cairá. Ele traz as torrentes dos ímpios ao canal de Sua providência a moverem o moinho do Seu propósito" (P. W. Hedward).
2. A VONTADE DE PRECEITO DE DEUS.
Faz-se clara distinção em Deuteronômio 29:29 entre a vontade de propósito de Deus e Sua vontade de preceito. Diz esta passagem: "As coisas secretas pertencem a Jeová nosso Deus, mas as que estão reveladas pertencem-nos e aos nossos filhos, para que façamos todas as palavras desta Lei". "As coisas secretas" têm referência à vontade decretante de Deus ou Sua vontade de propósito". "As coisas que estão reveladas" têm referência à vontade preceptiva de Deus ou Sua vontade de mando.
A vontade preceptiva de Deus difere da Sua vontade de propósito em esta abarcar tanto o mal como o bem, ao passo que a vontade preceptiva abarca só aquilo que é bom em si mesmo. Uma outra diferença entre estas duas fases da vontade de Deus está no fato que a vontade propositiva de Deus é executada sempre, enquanto que a sua vontade preceptiva se cumpre muito imperfeitamente na terra. A vontade preceptiva de Deus fixa a responsabilidade do homem; a propositiva nada tem a ver com essa responsabilidade.
3. VONTADE PRAZENTEIRA DE DEUS.
A referência aqui é ao prazer e desprazer nas coisas em si mesmas consideradas em contraste com coisas consideradas como um todo. Considerado em si mesmo, Deus nunca se agradou do pecado. Considerada em si mesma, Deus está sempre agradado com a verdadeira justiça; mas, em vista de coisas como um todo, Ele não decretou que todos os homens virão à justiça.
Não suponha ninguém que aqui se quis dizer que Deus teria algumas coisas a acontecer que Ele não pode fazer que aconteçam; ou que Ele impediria que acontecessem algumas coisas que Ele não pode impedir. Deus sempre executa o que Ele quer executar, mas, ao fazê-lo, Ele usa aquilo que em Si mesmo não é uma coisa agradável a Ele. Tal como um pai, tomando gosto no devido treino de um filho, muitas vezes castiga o filho, não obstante o fato que o castigo em si mesmo não proporciona prazer ao pai.
O prazer de Deus em coisas como um todo sempre se realiza. "O nosso Deus está nos céus; Ele fez tudo o que Lhe aprouve" (Salmos 115:3). "O que quer que a Jeová agradou, isso Ele fez, no céu e na terra, nos mares e em todos os abismos" (Salmos 135:6). "Declarando o fim desde o princípio e desde os velhos tempos as coisas ainda não feitas; dizendo: O meu conselho ficará firme e farei toda a minha vontade" (Isaías 46:10).
É na base da fase da vontade de Deus agora sob consideração que Ezequiel 33:11 se explica e se entende (Talvez devamos entender 2 Pedro 3:9 da mesma maneira, mas não 1 Timóteo 2:4. Vide a Versão Revista de 2 Pedro 3:9 e exposição em "An Americam Commentary on the New Testament". Em 1 Timóteo 2:4 "todos" alude a todas as classes. Vide exposição do v. 6 no capítulo sobre expiação). Contudo, a morte aqui mencionada não é a morte espiritual, mas a morte física no assédio babilônico; mas a relação da declaração com a vontade de Deus é a mesma. Em si mesmo considerada, a ruína dos israelitas no sitio babilônico não foi coisa agradável a Deus; mas, considerada em conexão com as coisas como um todo, Deus decretará permitir a morte de muitos deles.
A salvação dos homens é em si mesma coisa agradável a Deus como se evidencia pelo Seu mandamento que todos os homens se arrependam (Atos 17:30); mas Deus não decretou ou propôs que todos se salvassem.
Autor: Thomas Paul Simmons, D.Th.
retirado do site: www.PalavraPrudente.com.br