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"Terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia..."

“Pois diz a Moisés: Compadecer-me-ei de quem me compadecer, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia.” [Romanos 9:15]

Por Charles Spurgeon

Nestas palavras o Senhor afirma de maneira bem clara o direito de dar ou reter sua misericórdia de acordo com sua própria soberana vontade. Como um monarca tem a prerrogativa de vida e de morte sobre seus súditos, assim o Juiz de toda a Terra tem um direito de poupar ou de condenar o culpado, como melhor parecer aos seus olhos. Os homens, por seu pecado, perderam todo o direito de reivindicar algo de Deus; eles merecem perecer por seus pecados – e se todos perecerem, não terão base para reclamar. Se o Senhor interfere para salvar alguém, Ele pode fazer isso se os fins da justiça não forem estorvados; mas se julgar melhor deixar o condenado sofrer a justa sentença, ninguém poderá intimá-lo a prestar esclarecimentos. Fúteis e insolente são todos os discursos sobre os direitos do homem a serem colocados no mesmo pé de igualdade; ignorantes, se não pior, são aquelas disputas sobre a graça discriminatória, que nada mais são do que rebeliões da natureza humana orgulhosa contra a coroa e o cetro de Jeová. Quando somos trazidos para ver nossa própria ruína profunda e a justiça do veredito divino contra o pecado, não mais protestamos diante da verdade que o Senhor não tem obrigação alguma de nos salvar; não murmuramos se Ele escolher salvar outros, como se estivesse fazendo uma injúria contra nós, mas sentimos que se Ele se dignou a olhar para nós, será por seu próprio ato livre de bondade imerecida, pelo qual sempre teremos de bendizer Seu nome.

Como aqueles que são os súditos da divina eleição adorarão suficientemente a graça de Deus? Eles não têm espaço para se gloriar, porque a soberania efetivamente a exclui. Somente a vontade do Senhor é glorificada e a própria noção do mérito humano é lançada ao desprezo perpétuo. Não há doutrina que nos torne mais humildes que a da eleição, que promova mais gratidão e, conseqüentemente, que seja mais santificadora. Os crentes não devem ter medo dela, mas reverentemente se regozijar por causa dela.

[Devoções Matinais, 25 de novembro; ]

FONTE: Olhar Reformado

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