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Dois Breves Catecismos:


Dois Breves Catecismos:

Em Que

Os Princípios da Doutrina de Cristo

São

Expostos e Explicados

por

John Owen



Adequado para todas as pessoas que necessitam aprender, antes que elas sejam admitidas ao sacramento da Ceia do Senhor; e composto para o uso de todas as congregações em geral.


“Vinde, meninos, ouvi-me; eu vos ensinarei o temor do Senhor.” Sl. 32:11



Prefácio dos Editores


A primeira edição destes catecismos
foi imprimida na publicação de 1645.

O Dr Owen esteve naquele período [1645], encarregado da paróquia de Fordham em Essex, e elaborou diligentemente, para a instrução e beneficio de seu rebanho, através da catequização de casa em casa. Os catecismos foram preparados de modo que, ele pudesse aplica-los nestas atividades paroquiais com grande eficiência e sucesso. “O Catecismo Menor” [1] é destinado para o uso da instrução de crianças; - “O Catecismos Maior” [2], para o exame de pessoas mais avançadas em idade. Seu conteúdo, é essencialmente doutrinário. Era a intenção de Owen, continuar o empenho desta pequena obra, adicionando ao Catecismo algo ainda sobre a Ceia do Senhor, os Dez Mandamentos, e alguns artigos do Credo. Esta intenção, todavia, nunca foi completada. Estes Catecismos sobre “os Princípios da Doutrina de Cristo” estão incluídos neste volume, - que abrange todos os tratados de Owen, diretamente relacionados com a segunda Pessoa da Trindade, de acordo com uma declaração do autor no prefácio, eles tinham o propósito de relembrar seu povo daquilo que ele havia lhes ensinado publicamente, “especialmente cerca da pessoa e ofícios de Cristo.” Eles estavam dentre os primeiros, como os outros tratados, neste volume estão entre as últimas publicações do autor; e somos incapazes de apontar a ininterrupta consistência com a qual, durante todas as atividades ministeriais públicas, Owen manteve firme a grande doutrina do Evangelho, “- as insondáveis riquezas de Cristo.”





Aos meus entes amados e amigos cristãos


Irmãos

O desejo de meu coração e petição junto a Deus por vós, é que sejais salvos. Também, afirmo a verdade em Cristo, não minto, pois minha consciência leva-me a testemunhar no Espírito Santo, que, com grande desconforto, e contínua tristeza em meu coração, pois, há quem dentre vós, que anda desordenadamente e não busca o Evangelho, pouco esforçando para familiarizar-se com os mistérios da divindade; pois estes que assim procedem, de quem tenho vos falado, muitas vezes chorando, e agora continuo afirmando com tristeza, que eles são inimigos da cruz de Cristo, o seu fim é a destruição, pois o seu Deus é seu ventre, e sua mente é mundana. Vós conheceis, irmãos, como tenho me portado dentre vós, e da maneira como passei aqueles poucos anos, e como nada tenho omitido (o máximo da atribuição a mim confiada) que vos fosse proveitoso; mas, tenho vos apresentado e ensinado, publicamente, e de casa em casa, testificando a todos do arrependimento que deve ser dirigido a Deus, e da fé em nosso Senhor Jesus Cristo. Então, com a sinceridade que tenho exercido, com aquele sucesso por vós recebido, Deus o justo Juiz, um dia declarará; pois, diante dEle, tanto vós, como eu apareceremos, para prestarmos conta da dispensação do glorioso Evangelho entre nós; - entretanto, o desejo do meu coração é ser servo, o menor entre vós na obra do Senhor; e que de algum modo, consiga vos conceder algo proveitoso, - a cada um ou a vossas famílias. Então, dentre os meus esforços desta natureza, depois da ordenança da pregação pública da Palavra, não há, eu creio, nada mais necessário (como todos admitirão que sabem do estado deste lugar, o que tenho ensinado nesses últimos dias, àquelas pessoas totalmente ignorantes) do que a catequização; que tem motivado-me separar algumas horas, para a compilação deste texto, o que também, tenho procurado imprimir, simplesmente, porque, uma pequena parte da paróquia é capaz de lê-lo; - minha intenção nestes catecismos, é principalmente firmar aquelas verdades necessárias, em que vós tendes sido em minha pregação mais plenamente instruídos. Como eles são, e o seu uso, vos apresentarei, brevemente:

1. O Catecismo Menor pode ser estudado por toda juventude, podendo ser lido, para se responder a todas as suas questões.

2. O Catecismo Maior chamará a vossa mente, muito do que tem sido vos ensinado em público, especialmente acerca da Pessoa e Ofícios de Jesus Cristo.

3. Além do que, vós podeis ser auxiliados ao instruir vossas famílias no Catecismo Menor, sendo assim edificado, para mais uma parte, onde cada capítulo é estudado em desdobramento de uma questão a outra.

4. Os textos citados da Escritura são diligentemente para serem procurados e ponderados, para saberdes indicar, onde estes ensinos assim estão.

5. Lendo a Palavra, podereis ter luz no significado de muitos lugares, considerando que eles são escolhidos para confirmação.

6. Deixei de comentar a doutrina dos Sacramentos, porque já tenho examinado tão freqüentemente a seu respeito.

7. Omiti completamente acerca da prática dos deveres morais, pois, pela assistência de Deus, tenciono fazer-vos uma breve explicação da Oração do Senhor, e os Dez Mandamentos, com alguns artigos do Credo, não discorrendo estes assuntos, por si mesmos, mas pelo método de pergunta e resposta.



Assim, em tudo isto, como as aflições foram minhas, oro para que o benefício possa ser vosso, e a adoração seja Dele, a quem somente todo bem que há nisto, ou alguma coisa além, que lhe seja atribuído. Então, que o Deus do céu continue com aquela paz, amor e comunhão entre nós, que até aqui tem sido inabalável, nestes tempos divididos, e permita que o aroma e o reino de seu Filho possa ser gloriosamente aumentado em vossos corações, que as coisas concernentes a vossa paz, não sejam ocultadas de vossos olhos em vosso dia; sendo esta a oração diária de...

Vosso servo na obra do Senhor,
John Owen
Do meu estudo,
Setembro de 1645.



O Catecismo Menor



Perg. Onde podemos encontrar toda a verdade acerca de Deus e a nosso respeito, que necessitamos aprender?
Resp. Na da santa Escritura, a Palavra de Deus. – Cap. 1 do Catecismo Maior.

Perg. Qual o ensino da Escritura do que Deus é?
Resp. Um eterno, santíssimo Espírito, sendo doador de todas as coisas, e realiza com elas tudo quanto lhe agrada. – Cap. 2.

Perg. Há somente um Deus?
Resp. Um somente, no que concerne a sua essência e ser, mas um em três distintas pessoas, o Pai, o Filho e o Espírito Santo. – Cap. 3.

Perg. O que além disto é declarado na Palavra acerca de Deus, que temos a obrigação de saber?
Resp. Seus decretos e suas obras. – Cap. 4.

Perg. O que são os decretos de Deus no que se refere a nós?
Resp. Seu eterno propósito, da salvação apenas por Jesus Cristo, para a adoração de sua glória, e a condenação dos demais em seus pecados. – Cap. 5.

Perg. O que são as obras de Deus?
Resp. São os atos ou realizações do seu poder, pelos quais criou, sustenta, e governa todas as coisas. – Cap. 6.

Perg. O que é-nos exigido em relação ao Todo-Poderoso Deus?
Resp. Santidade e obediência espiritual, de acordo com a sua lei, que nos foi entregue. – Cap. 7.

Perg. Somos capazes de cumprir esta exigência por nós mesmos?
Resp. Não, de modo algum, sendo por natureza em toda boa obra reprovados. – Cap. 7

Perg. Como nos passamos para este estado, sendo que fomos, primeiramente, criados à imagem de Deus, em justiça e inocência?
Resp. Pela queda de nossos primeiros pais, que quebraram o pacto de Deus, perdendo a sua graça, e merecendo a sua maldição. – Cap. 8

Perg. De que modo, podemos ser salvos deste miserável estado?
Resp. Somente por Jesus Cristo. – Cap. 9

Perg. O que é Jesus Cristo?
Resp. Deus e homem unidos em uma pessoa, para ser um mediador entre Deus e o homem. – Cap. 10.

Perg. O que ele é por nós?
Resp. Um Rei, um Sacerdote e um Profeta. – Cap. 11.

Perg. De que modo ele exerce o seu poder real sobre nós?
Resp. Em converter-nos a Deus pelo seu Espírito, dominando-nos para a sua obediência, e corrigindo-nos pela sua graça. – Cap. 12.

Perg. De que modo o exercício de seu ofício sacerdotal é por nós?
Resp. Oferecendo a si mesmo como um sacrifício aceitável sobre a cruz, satisfazendo deste modo, a justiça de Deus pelos nossos pecados, e removendo a sua maldição de nossas pessoas, e trazendo-nos a Ele. – Cap. 13.

Perg. De que modo Cristo exerce o seu ofício profético para nós?
Resp. Revelando aos nossos corações, do íntimo do Pai, o caminho e a verdade, através da qual, precisamos ir a Ele. – Cap. 13.

Perg. Em que condição Jesus Cristo exerce estes ofícios?
Resp. Ele o fez num estado inferior de humilhação na terra, mas, agora num glorioso estado de exaltação no céu. – Cap. 14.

Perg. Por quem Cristo realizou todas estas coisas?
Resp. Somente pelos eleitos. – Cap. 15.

Perg. O que é a igreja de Cristo?
Resp. A universal comunhão dos eleitos de Deus, chamados para a adoção de filhos. – Cap. 16.

Perg. Como podemos nos tornar membros desta igreja?
Resp. Por uma fé vivificadora. – Cap. 17.

Perg. O que é a fé vivificadora?
Resp. Um garantido descanso da alma sobre as promessas de Deus, da misericórdia em Cristo Jesus, para o perdão dos pecados, aqui e na glória. – Cap. 18.

Perg. Como podemos ter esta fé?
Resp. Pela eficaz obra do Espírito de Deus em nossos corações, livremente chamando-nos do estado natural para o estado de graça. – Cap. 18.

Perg. Somos considerados justos pela nossa fé?
Resp. Não, mas tão somente pela justiça de Cristo, livremente imputada a nós, e recebida pela fé. – Cap. 19.

Perg. Não há nada mais exigido de nós do que a fé somente?
Resp. Sim, também o arrependimento, e a santidade. – Cap. 20.

Perg. O que é arrependimento?
Resp. Um abandono de todo pecado, com sincera tristeza pelo que temos cometido. – Cap. 20.
Perg. Qual é a santidade que é exigida de nós?
Resp. A obediência universal a toda vontade de Deus que nos é revelada. – Cap. 20.

Perg. Quais são os privilégios dos crentes?
Resp. Primeiro, a união com Cristo; segundo, a adoção de filhos; terceiro, a comunhão dos santos; quarto, o direito aos selos do novo pacto; quinto, a liberdade cristã; sexta, ressureição do corpo à vida eterna. – Cap. 21.

Perg. O que são os sacramentos, ou selos do novo pacto?
Resp. São os selos visíveis das promessas espirituais de Deus que nos foram feitas no sangue de Jesus Cristo. – Cap. 22.

Perg. Quais são eles?
Resp. O Batismo e a Ceia do Senhor.

Perg. O que é o Batismo?
Resp. Uma santa ordenança, pela qual, aspergindo água, conforme com a instituição de Cristo, somos pela sua graça feitos filhos de Deus, e temos as promessas do pacto selada em nós. – Cap. 23.

Perg. O que é a Ceia do Senhor?
Resp. Uma santa ordenança de Cristo, designada para comunicar espiritualmente aos crentes seu o corpo e sangue, sendo representados pelo receber do pão e vinho abençoados, partido, bebido.

Perg. Quem tem direito a estes sacramentos?
Resp. Somente aqueles que tem por Cristo um interesse pela fé. – Cap. 24

Perg. O que é a Comunhão dos Santos?
Resp. Um santo ajuntamento entre todos o povo de Deus, participantes do mesmo Espírito, e membros do mesmo corpo místico. – Cap. 25.

Perg. Qual é o fim de toda esta dispensação?
Resp. A glória de Deus em nossa salvação.


Glória seja a Deus nas alturas!


NOTAS:

1 - The Lesser Catechism.
2 - The Greater Catechism.





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Tradução: Rev. Ewerton Barcelos Tokashiki
15 de Setembro de 2003.


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O Milagre da Fé


O Milagre da Fé


Martinho Lutero

Leia em sua Bíblia: Mateus 8.5-13

“Ouvindo isto, admirou-se Jesus e disse aos que o seguiam: Em verdade vos afirmo que nem mesmo em Israel achei fé como esta… Então disse Jesus ao centurião: Vai-te, e seja feito conforme a tua fé. E naquela hora o servo ficou curado”. (vv. 10 e 13)

Nesse exemplo do texto aconteceram dois milagres, ou, então, um milagre duplo. Um, feito pelo Senhor, outro, pelo centurião. Pois lemos aí que o próprio Jesus se admira da grande fé do centurião. Se, pois, Cristo considera isso um milagre e o louva, também nós o consideraremos assim. Encontrar um centurião com tal fé é para Jesus erva rara e caça excepcional.

As pessoas consideram grande milagre o fato de Jesus devolver a vista aos cegos, o ouvido aos surdos, a saúde aos leprosos. É claro, de fato, são grandes sinais. Jesus, porém, considera milagre maior o que acontece na alma do que as coisas que acontecem no corpo. Portanto, quanto mais vale a alma do que o corpo, tanto maior deve ser considerado este milagre em comparação com os milagres físicos.

Aconteceram, pois, aqui dois milagres; e Cristo os continuará fazendo diariamente, até o fim dos tempos. Os milagres físicos ele os faz raras vezes, como, aliás, os fez raras vezes enquanto estava na terra. Pois não curou a vista a muitos cegos, nem curou a todos os doentes. A muitos deixou cegos e doentes… Por isso tais milagres e sinais físicos não são eternos nem generalizados. Pois não é neles que está seu interesse. Ele os faz por amor de nós, para a cristandade começar a crer. Aqueles sinais, porém, que ele próprio considera milagres, esses permanecem para sempre, como, por exemplo, a fé do centurião de Cafarnaum. É uma obra milagrosa, uma grande obra milagrosa o homem ter uma fé tão maravilhosa, forte, correta. Por isso também elogia e exalta a fé desse centurião como se fosse o milagre dos milagres.

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