03:32

Sola Scriptura



Alderi Souza de Matos



1. Princípios da Reforma: sola gratia, sola fides, solus Christus, sacerdócio universal dos fiéis, sola Scriptura.

2. Sola Scriptura: somente a Escritura é a suprema autoridade em matéria de vida e doutrina; só ela é o árbitro de todas as controvérsias (= a supremacia das Escrituras). Ela é a norma normanda ("norma determinante") e não a norma normata ("norma determinada") para todas as decisões de fé e vida.

3. A autoridade da Escritura é superior à da Igreja e da tradição. Contra a afirmação católica: "a igreja ensina" ou "a tradição ensina," os reformadores afirmavam: "a Escritura ensina."

4. A experiência pessoal dos reformadores com as Escrituras e com o Cristo revelado nas Escrituras. Lutero: "Quando eu estava com 20 anos de idade, eu ainda não havia visto uma Bíblia. Eu achava que não existiam evangelhos ou epístolas exceto as que estavam escritas nas liturgias dominicais. Finalmente, encontrei uma Bíblia na biblioteca e levei-a comigo para o mosteiro. Eu comecei a ler, reler e ler tudo novamente, para grande surpresa do Dr. Staupitz."

5. Para os reformadores, a Bíblia não era um livro de doutrinas e proposições a serem aceitas intelectualmente ou mediante a autoridade da igreja, mas uma revelação direta, viva e pessoal de Deus, acessível a qualquer pessoa.

6. Daí a preocupação de colocar as Escrituras nas línguas vernaculares. Lutero e sua tradução no castelo de Wartburgo. Calvino e sua introdução ao Novo Testamento francês de seu primo Robert Olivétan (1535).

7. A autoridade das Escrituras é intrínseca: a Igreja não confere autoridade às Escrituras, mas apenas a reconhece. Essa autoridade decorre da origem divina das Escrituras.

8. Existem evidências internas e externas da inspiração e divina autoridade das Escrituras, mas estes atributos não são passíveis de "prova." A única evidência que importa é o "testemunho interno do Espírito" no coração do leitor. Ênfase de Calvino: "A menos que haja essa certeza [pelo testemunho do Espírito], que é maior e mais forte que qualquer juízo humano, será fútil defender a autoridade da Escritura através de argumentos, ou apoiá-la com o consenso da Igreja, ou fortalecê-lo com outros auxílios. A menos que seja posto este fundamento, ela sempre permanecerá incerta" (8.1.71).

9. A Igreja não se coloca acima da Escritura pelo fato de ter definido o seu cânon (Novo Testamento). A Igreja apenas reconheceu o que já era aceito há muito tempo pelos cristãos. Paralelo: a observância do domingo e sua oficialização por Constantino. A afirmação de que a igreja estabeleceu o cânon é verdadeira; mas o evangelho estabeleceu a igreja, e a autoridade da Escritura não está no cânon, mas no evangelho.

10. Não foi a igreja que formou a Escritura, mas vice-versa. A Igreja está edificada "sobre o fundamento dos apóstolos e profetas" (Ef 2:20), ou seja, o evangelho, que está contido nas Escrituras e é a sua essência. Lutero: a igreja, longe de ter prioridade sobre a Escritura, é na realidade uma criação da Escritura, nascida do ventre da Escritura.

11. Por isso, Cristo é o centro e a chave das Escrituras (ênfase especial dos reformadores). A Escritura se interpreta a si mesma ("analogia da Escritura"), sempre à luz do princípio cristológico. A mensagem central da Bíblia, o evangelho, é a única chave para a interpretação bíblica.

12. Essa ênfase cristocêntrica, levou Lutero a estabelecer distinções entre os livros da Bíblia. Nem todos revelam a Cristo com igual clareza. Os evangelhos e Paulo o fazem de maneira profunda. Já a carta de Tiago tem uma limitada ênfase cristológica ("epístola de palha").

13. A interpretação alegórica e os múltiplos sentidos atribuídos à Escritura, obscurecem a sua mensagem. Os reformadores deram ênfase ao sentido comum, histórico-gramatical.

14. Os "entusiastas" estavam errados ao apelarem para revelações diretas fora das Escrituras. O Espírito Santo é o autor último das Escrituras, o inspirador dos profetas e apóstolos. Ele não pode contradizer-se.

15. Por outro lado, o "princípio do livre exame" não significa interpretar as Escrituras de modo subjetivo e exclusivista. É preciso levar em conta a história e o testemunho da Igreja. Os reformadores não sentiram a necessidade de abandonar os credos do cristianismo antigo e o testemunho dos Pais da Igreja. Todos estes, porém, devem ser julgados e avaliados pela Escritura.

16. Lutero nada sabia de um conhecimento puramente objetivo, desinteressado ou erudito da Bíblia. "A Palavra de Deus é viva. Isto significa que ela vivifica aqueles que nela crêem. Portanto, devemos correr para ela antes de perecermos e morrermos." A experiência é necessária para o entendimento da Palavra: esta não deve ser simplesmente repetida ou conhecida, mas vivida e sentida. Na Escritura o Deus vivo e verdadeiro sempre confronta o leitor em julgamento e graça.

17. Alguns textos relevantes: Sl 19:7-11; Sl 119; Jo 5:39; Rm 15:4; 2 Tm 3:16-17.


Fonte: www.monergismo.com

04:44

Da interpretação das Escrituras Sagradas; e dos santos padres, dos concílios e das tradições





A verdadeira interpretação da Escritura.

O Apóstolo São Pedro disse que as Escrituras Sagradas não são de interpretação particular (II Ped 1.20). Assim não aprovamos quaisquer interpretações; pelo que nem reconhecemos como a verdadeira ou genuína interpretação das Escrituras a que se chama simplesmente a opinião da Igreja Romana, isto é, a que os defensores da Igreja Romana claramente sustentam que deve ser imposta à aceitação de todos. Mas reconhecemos como ortodoxa e genuína a interpretação da Escritura que é retirada das próprias Escrituras segundo o gênio da língua em que elas foram escritas, segundo as circunstâncias em que foram registradas, e pela comparação de muitíssimas passagens semelhantes e diferentes, e que concorda com a regra de fé e amor, e mais contribui para a glória e a salvação dos homens.

Interpretação dos santos padres.

Por isso, não desprezamos as interpretações dos santos padres gregos e latinos, nem rejeitamos as suas discussões e os seus tratados sobre assuntos sagrados, sempre que concordem com as Escrituras; mas respeitosamente divergimos deles, quando neles encontramos coisas estranhas às Escrituras ou contrárias a elas. E não julgamos fazer-lhes qualquer injustiça nesta questão, visto que todos eles, unanimemente, não procuram igualar seus escritos com as Escrituras Canônicas, mas nos mandam verificar até onde eles concordam com elas ou delas discordam, aceitando o que está de acordo com elas e rejeitando o que está em desacordo.

Concílios.

Nessa mesma ordem colocam-se também as definições e cânones dos concílios.

Por esse motivo, nas controvérsias religiosas não aceitamos como imposição as simples opiniões dos Santos Padres ou os decretos dos concílios; muito menos, os costumes herdados ou, até, o fato de ser uma opinião partilhada por uma multidão ou consagrada por um longo tempo. Quem é o juiz? Portanto, em questão de fé, não admitimos juiz algum, a não ser o próprio Deus, que, pelas Santas Escrituras, proclama o que é verdadeiro, o que é falso, o que deve ser seguido ou o que deve ser evitado. Assim, apoiamo-nos exclusivamente nos julgamentos de homens espirituais, por eles tomados à Palavra de Deus. Jeremias e outros profetas condenaram severamente os concílios de sacerdotes estabelecidos contra a lei de Deus; e nos advertiram diligentemente que não ouvíssemos os nossos pais, nem trilhássemos os seus caminhos, porque eles, andando segundo suas próprias invenções se desviaram da lei de Deus.

Tradições de homens.

Rejeitamos, igualmente, as tradições humanas, mesmo que venham adornadas de títulos atraentes, como se fossem divinas e apostólicas, entregues à Igreja de viva voz pelos apóstolos e, como pelas mãos de varões apostólicos, aos bispos que os sucederam, as quais, quando comparadas com as Escrituras delas discrepam, e por essa discrepância revelam que, de modo nenhum, são apostólicas. Como os apóstolos não se contradisseram entre si quanto à doutrina, assim os varões apostólicos não ensinaram nada contrário aos apóstolos. Ao contrário, seria ímpio afirmar que os apóstolos, de viva voz, tivessem ensinado coisas contrárias aos seus escritos. São Paulo afirma claramente que ele ensinava as mesmas coisas em todas as igrejas (I Co 4.17). E mais: “Porque nenhuma outra cousa vos escrevemos, além das que ledes e bem compreendeis” (II Co 1.13). Também, em outra passagem, testifica que ele e seus discípulos - a saber, os varões apostólicos - andavam do mesmo modo e, ligados pelo mesmo Espírito, faziam todas as coisas (II Co 12.18). Os judeus também tiveram, no passado, as tradições dos seus anciãos, mas essas tradições foram severamente repelidas pelo Senhor, que mostrou que a sua observância põe entraves à lei de Deus, e que por meio delas Deus é em vão adorado (Mat. 15.1 ss; Mc 7.1 ss)

Fonte: Segunda Confissão Helvética

14:29

Da Sagrada Escritura como a verdadeira Palavra de Deus





Escritura Canônica. Cremos e confessamos que as Escrituras Canônicas dos santos profetas e apóstolos de ambos os Testamentos são a verdadeira Palavra de Deus, e têm suficiente autoridade de si mesmas e não dos homens. O próprio Deus falou aos patriarcas, aos profetas e aos apóstolos, e ainda nos fala a nós pelas Santas Escrituras.

E nesta Escritura Sagrada a Igreja Universal de Cristo tem a mais completa exposição de tudo o que se refere à fé salvadora e à norma de uma vida aceitável a Deus; e a esse respeito é expressamente ordenado por Deus que a ela nada se acrescente ou dela nada se retire.

A Escritura ensina plenamente toda a piedade. Julgamos, portanto, que destas Escrituras devem derivar-se a verdadeira sabedoria e piedade, a reforma e o governo das igrejas, também a instrução em todos os deveres da piedade; enfim, a confirmação de doutrinas e a refutação de todos os erros, assim como todas as exortações segundo a palavra do apóstolo: ‘Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão”, etc. (II Tim 3.16-17). E ainda: “Escrevo-te estas cousas”, diz o apóstolo a Timóteo, “para que fiques ciente de como se deve proceder na casa de Deus”, etc. (I Tim 3.14-15).

A Escritura é a Palavra de Deus. O mesmo apóstolo diz aos tessalonissenses: “Tendo vós recebido a palavra que de nós ouvistes, que é de Deus, acolhestes, não como palavra de homens, e, sim, como, em verdade é, a palavra de Deus”, etc. (I Tes 2.13). E o Senhor disse no Evangelho: “Não sois vós os que falais, mas o Espírito de vosso Pai é quem fala em vós” (Mat 10.20); portanto, “quem vos der ouvidos, ouve-me a mim; e, quem vos rejeitar, a mim me rejeita; quem, porém, me rejeitar, rejeita aquele que me enviou”, (Mat 10.40; Luc 10.16; João 13.20).

A pregação da Palavra de Deus é a Palavra de Deus. Portanto, quando esta Palavra de Deus é agora anunciada na Igreja por pregadores legitimamente chamados, cremos que a própria Palavra de Deus é anunciada e recebida pelos fiéis; e que nenhuma outra Palavra de Deus pode ser inventada, ou esperada do céu: e que a própria Palavra anunciada é que deve ser levada em conta e não o ministro que a anuncia, pois, mesmo que este seja mau e pecador, contudo a Palavra de Deus permanece boa e verdadeira.

Nem pensamos que a pregação exterior deve ser considerada infrutífera pelo fato de a instrução na verdadeira religião depender da iluminação interior do Espírito; porque está escrito: “Não ensinará jamais cada um ao seu próximo... porque todos me conhecerão” (Jer 31.34), e “nem o que planta é alguma cousa, nem o que rega, mas Deus que dá o crescimento”, (I Cor 3.7). Pois, ainda que ninguém possa vir a Cristo, se não for levado pelo Pai (cf. João 6.44), se não for interiormente iluminado pelo Espírito Santo, sabemos contudo que é da vontade de Deus que sua palavra seja pregada também externamente. Deus poderia, na verdade, pelo seu Santo Espírito, ou diretamente pelo ministério do anjo, sem o ministério de São Pedro, ter ensinado a Cornélio (cf. At 10.1 ss); não obstante, ele o envia a São Pedro, a respeito de quem o anjo diz: “Ele te dirá o que deves fazer” (cf. At 11.14).

A iluminação interior não elimina a pregação exterior. Aquele que ilumina interiormente dando aos homens o Espírito Santo é o mesmo que deu aos discípulos este mandamento: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16.5). E assim, em Filipos, São Paulo pregou a Palavra externamente a Lídia, vendedora de púrpura; mas o Senhor, internamente, abriu o coração da mulher (At 16.14). E o mesmo São Paulo, numa bela gradação, em Rom 10.17, chega, afinal, a esta conclusão: “E assim, a fé vem pela pregação e a pregação pela palavra de Cristo”.

Reconhecemos, entretanto, que Deus pode iluminar quem ele quiser e quando quiser, mesmo sem ministério externo, pois isso está em seu poder; mas aqui falamos da maneira usual de instruir os homens, que nos foi comunicado por Deus, tanto por mandamento como pelo exemplo.

Heresias. Detestamos, portanto, todas as heresias de Artêmon, dos maniqueus, dos valentinianos, de Cerdon e dos marcionitas, os quais negaram que as Escrituras procediam do Espírito Santo; ou não aceitaram algumas partes delas, ou as interpelaram e corromperam.

Apócrifos. Contudo, não dissimulamos o fato de que certos livros do Velho Testamento foram chamados Apócrifos pelos antigos autores, e Eclesiásticos por outros, porquanto alguns admitiam que fossem lidos nas igrejas, não, porém, invocados para confirmar a autoridade da fé. Assim também Santo Agostinho, em sua De Civitate Dei, livro 18, cap. 38, observa que “nos livros dos Reis, nomes e livros de certos profetas são citados”; mas acrescenta que “eles não se encontram no Cânon”; e que “os livros que temos são suficientes para a piedade”.

Fonte:Segunda Confissão Helvética

11:17

GNOSTICISMO


GNOSTICISMO

Termos Fundamentais no Gnosticismo

Para ser um verdadeiro seguidor da religião Gnóstica, cada um deve começar e terminar com Gnose. Gnose deriva-se do Grego “conhecer” e é definido como o desejo de buscar conhecimento espiritual. Esse desejo é implantado misteriosamente e intuitivamente no coração, e leva a pessoa na direção de conhecimento espiritual ao mesmo tempo distanciando-se do conhecimento intelectual. Gnosticismo, como religião, é aquele sistema de doutrinas que enfatiza a essencialidade do conhecimento espiritual para libertação do materialismo e Ego, ou o fator do Eu que corrompe o homem.

A Gnose dentro de uma pessoa é o ponto de partida em um longo caminho para o objetivo final Gnóstica: O encontro com Deus. Para que o encontro com Deus possa acontecer, o bom seguidor deve se livrar aos poucos do corpo material (inerentemente do Mal, no ponto de vista Gnóstica) através do aumento do conhecimento espiritual até que a sua alma imaterial (inerentemente do Bem) encontra-se com o Deus transcendente.

Um exemplo deste processo é o próprio Cristo, como relatado no Evangelho de Judas. Esse evangelho, produzido por Gnósticos durante o 2º Século e autenticado pela National Geographic Society em Abril de 2007, descreve como Cristo procurou a ajuda de Judas Iscariotes antes da sua morte. Com o fim de ser liberto do seu corpo físico e material, Cristo diz a Judas, “Tu sacrificarás o homem que me cobriu”. Com a morte do seu corpo físico, forjado por demônios para impedir o espírito de Cristo voltar para Deus, Ele conseguiu voltar a Deus e a redenção foi construída no mesmo princípio de conhecimento espiritual que Cristo tinha e ensinou quando era homem.

Teologia Gnóstica

Gnosticismo emprestou muito da crença que o universo é composto de, ou explicado por, duas entidades básicas tais como Deus e o Diabo, ou Bem e o Mal.

O deus secreto dos Gnósticos emana tudo espiritual. Essas emanações têm nomes como O Único, o Monade, etc., e são conhecidos coletivamente como Éons. O deus Gnóstica supremo e verdadeiro é um Éon, com um ser dentro de si. Esse ser interna deste primeiro Éon é denominado de Ennoia. Esse ser concebeu um Éon secundário, menor, chamado Caen que faz par junto com a Éon Akhana. Esses Éons produziram outros, e assim continuam como bonecas russas até que existem 20 ou 30 éons de menos importância e poder do primeiro Deus Éon.

Esses Éons secundários constituem uma “região de luz” chamado Pleroma. Este paraíso pode ser alcançado por uns poucos privilegiados através da Gnose. As regiões mais baixas do Pleroma são aquelas mais próximas das regiões das trevas, ou seja, o mundo físico em que nós vivemos. Sofia é o nome da região mais escura do Pleroma.

A antítese do ‘deus’ Gnóstico é o Demiurgo, uma criatura que nunca deveria ter sido criado. A criação do Demiurgo foi quando a Éon Sofia emanou sem Jesus, o seu Éon parceiro. Com vergonha do ato, Sofia enfaixou o Demiurgo em uma nuvem e construiu um trono para ele ali. Sem ver a própria mãe nem os outros Éons, o Demiurgo cresceu pensando que ele é o único deus e sendo ignorante dos níveis mais elevados da Pleroma.

Desde que o Demiurgo é Mal, o mundo físico e os aspectos físicos dos humanos criados por ele são más também. O alvo do Demiurgo é subverter a vontade do deus Gnóstico e, tendo sido invisto com uma porção dos poderes de sua mãe ao nascer, ele alcança esse alvo por fazer obras subconscientemente similar às obras dos Éons mais santos. Por esse engano, muitos humanos são cegados para a realidade da existência de uma Gnose maior assim como o Demiurgo é enganado. Os servos que o Demiurgo criou para auxilio são chamados Arcons e são eles que ficam entre o deus transcendente e a humanidade, impedindo Gnose de qualquer forma que puderem.

Antiguidade de Gnosticismo

A crença Gnóstica é antiga e tem se alastrado do passado para o presente. A única doutrina que une todas as religiões Gnósticas ensina que o homem é uma alma divina vivendo em um mundo imperfeito e material criado por um deus imperfeito que existe desde o primeiro século após o nascimento de Cristo. Em 50 A.D., Budismo adaptou a “doutrina dos Dois Princípios”, uma referencia a dualismo Gnóstica. Entre 100 e 180 A.D., Valentius viveu e fundou sua própria marca de Gnosticismo, chamado Valentinianismo, em Alexandria e Roma. Desde então, cada século menos a Idade Media tem produzido uma outra pessoa disposta a fazer macaquices com a religião Gnóstica. O ultimo grande Gnóstico que contribuiu bastante a Causa no Século 20 foi Samael Aun Weor, que codificou os princípios Gnósticos derivados de uma compilação das vidas daqueles “Iluminados”, tais como Jesus, o Cristo, Buda, Quetzacoatl, etc., a fim de criar um mapa resumindo todos os princípios Gnósticos para que nenhum Gnóstico andasse desgarrado por todas as teorias confusas.

Divisões de Gnosticismo

Hoje, Gnosticismo pode ser dividido entre duas grandes categorias: o Gnosticismo Persa, e o Gnosticismo Sírio-Egípcia.

Dos dois, Gnosticismo Persa é considerada o mais velho e o único que não é fruto do Cristianismo ou Judaísmo. Por causa da influencia forte de Zoroastrismo Persa nesse ramo de Gnosticismo, o dualismo faz grande parte da religião. Porem, o que resta de Gnosticismo Persa está sendo apagado pelo gêmeo mais popular: Gnosticismo Sírio-Egípcia.

O grau de desenvolvimento alcançado pelo Gnosticismo Sírio-Egípcia depois de quase 2,000 anos é maior que o do Gnosticismo Persa. Ao mesmo tempo em que têm progredido em profundidade, complexidade, e aceitação, tem-se divergido do Gnosticismo Persa.

Em vez de aceitar que têm duas forças iguais opondo um ao outro esse segundo ramo de Gnosticismo argumenta que tudo emanou de deus no começo e conforme as coisas iam distantes de deus foi criado o nosso universo material. Assim, o Mal não é um conceito absoluto como o Bem também não é. Se uma coisa é boa ou não é relativo a distância daquele objeto da sua fonte divina em Deus.

O Lado Positivo do Gnosticismo

O fim principal do Gnosticismo é providenciar aquele conhecimento que dê significado para a vida humana. Em vez de focar em como o homem veio a ser, onde o homem está indo, ou quando o mundo foi formado, o Gnosticismo trata o porque do homem existir aqui. Em tempos de dificuldade, muitos querem saber o porque desde que traz mais conforto de saber quando, como, ou onde. Qualquer dificuldade pode ser suportada quando tem uma razão por trás.

Nos primeiros dias da Igreja, Gnosticismo desencadeou contenda entre os Gnósticos e os Pais da Igreja. Das escritas destes homens com o calibre de Irineu, temos muitas das ferramentas que usamos para combater Gnosticismo nesses dias modernos.

Problemas com o Gnosticismo como uma Visão Cósmica

Com um todo, embora que providencia alguns pontos positivos, o Gnosticismo falha como uma visão cósmica. A ênfase que Gnosticismo coloca em fontes de verdade suspeitas, por exemplo, olhar para dentro para achar Deus e a relatividade do Bem e o Mal, corrompe a possibilidade de uma regra de fé fixa – exatamente o que o Gnosticismo deseja ser. Segundo Gnosticismo, ou certo é certo porque sente bem, ou porque um Gnóstico do passado sentiu assim, ou porque é mais certo do que a alternativa. Com um estandarte tão relativo, até o estandarte é suspeita.

Mesmo que recompensas estão prometidas para os que escolheram o caminho correto, e punições são ameaçadas para os que não escolheram o caminho da retidão, há pouco risco qualquer um ser recompensado ou punido desde que o Bem e o Mal estão deixados a critério de cada pessoa.

Ainda mais, Gnosticismo receita reforma sobre regeneração. Por negar que Cristo é o único Filho de Deus e Salvador dos Pecadores, Gnósticos não têm escolha senão desviar da regeneração em favor da reforma.

Mas o Gnosticismo não providencia nenhuma motivação para reforma nesta vida. O processo de reforma é dependente na habilidade de uma pessoa livrar a Alma do Corpo. A morte é a separação da Alma e Corpo, porém, como todos morrem, a Alma de cada um é separado do Corpo, seja Gnóstico ou não. Assim, os Gnósticos e os demais têm o mesmo fim e ingresso para paraíso, porque ambos libertam a Alma e o Corpo na morte.

Também, Gnósticos caiem em terrível confusão sobre as palavras conhecimento e habilidade. Segundo eles, conhecimento é habilidade. O conhecimento espiritual de uma pessoa é o mesmo da sua habilidade espiritual. Mas isso não pode ser.

É absurdo porque pressuponha que conhecimento teórico é o mesmo que conhecimento prática. Saber todas as regras de uma língua é o mesmo que falar aquela língua? Um mecânico pode bem entender tudo sobre um avião, e ainda não poder faz o voar.

Claramente conhecimento não é habilidade. Isso explica porque os Gnósticos mais experientes podem fazer as mesmas escolhas ruins que um gnóstico que ainda é ignorante dos princípios gnósticos.

Por final, o Gnosticismo não responde a nenhuma pergunta que já foi perguntada e respondida mais amplamente no Cristianismo. Cristianismo já explica como o homem foi criado, como Deus existe, quem os demônios são, a inimizade entre Deus e o Diabo, e ainda vai além para descrever as recompensas e punições, explicar o caminho da regeneração que é a salvação, e os mistérios que a natureza não pode nos ensinar. Quais perguntas os Gnósticos podem responder que o Cristianismo não pode? Porque alguém descartaria a obra prima em favor dos rascunhos? Seria, e é, tolice.

Fontes:

Braga, Norma, (13 Abril 2006), Judas E A Empulhação Gnostica, Acessado 27 Maio 2008, de http://www.midiasemmascara.com.br/artigo.php?sid=4775

Guglielminetti, Rose, O Evangelho de Judas, Acessado 27 Maio 2008, de N/A

Gnosticism., Acessado 28 Maio 2008, de http://en.wikipedia.org/wiki/Gnostic

Judas Iscariotes E Seu Evangelho, Acessado 27 Maio 2008, de http://www.gnosisonline.org/Teologia_Gnostica/Judas_Iscariotes.shtml

O Que É A Consciência?, Acessado 27 Maio 2008, de http://www.gnosisonline.org/Psicologia_Gnostica/index.shtml

Introdução Ao Pensamento Gnóstico, Acessado 27 Maio 2008, de http://www.gnosisonline.org/Teologia_Gnostica/index.php

O Que É Gnosticismo?, Acessado 27 Maio 2008, de http://www.revistaenfoque.com.br/index.php?edicao=58&materia=412



Autor: David C Gardner
Fonte: www.PalavraPrudente.com.br

13:58

A intolerância bíblica

Gostaria de enfatizar esta verdade, asseverando que existe, na fé cristã, um lado de intolerância. Vou mais além e afirmo que, se não temos visto este lado intolerante da fé, provavelmente nunca vimos verdadeiramente a fé. Existem muitos mandamentos nas Escrituras que substanciam a afirmativa de que colocar mais alguém ao lado de Jesus, ou falar de salvação a parte dEle, ou sem que Ele seja o centro dela, é traição e negação da verdade. O apóstolo Pedro, dirigindo-se ao sinédrio em Jerusalém, disse: "porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome dado, entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos" (At.4:12).

Todo falso ensinamento deve ser odiado e combatido. O Novo Testamento nos diz que assim fez nosso Senhor e todos os apóstolos, e que eles se opuseram e advertiram as pessoas contra isso. Mas pergunto novamente: isto Å realizado hoje? Qual sua atitude pessoal quanto a isso? Acaso é você uma daquelas pessoas que diz que não há necessidade dessas negativas, e que deveríamos estar contentes com uma apresentação positiva da verdade? Subscrevemos o ensinamento prevalecente que discorda de advertências e críticas ao falso ensinamento? você concorda com aqueles que dizem que um espírito de amor é incompatível com a denúncia crítica e negativa dos erros gritantes, e que temos de ser sempre positivos? A resposta mais simples a tal atitude é que o Senhor Jesus Cristo denunciou o mal e os falsos mestres. Repito que Ele os denunciou como "lobos vorazes" e como "sepulcros caiados" e como "guias cegos". O apóstolo Paulo disse de alguns deles: "o deus deles é o ventre, e a glória deles está na sua infâmia". Esta é a linguagem das Escrituras. Pode haver pouca dúvida, mas a Igreja está como é hoje porque não seguimos o ensinamento do Novo Testamento e as suas exortações, e nos restringimos ao positivo e ao assim chamado "Evangelho simples", e fracassamos em acentuar negativas e críticas. O resultado é que as pessoas não reconhecem o erro, quando se defrontam com ele. Aceitam aquilo que aparenta ser bom, e se impressionam com aqueles que vem às suas portas falando da Bíblia e oferecendo livros sobre a Bíblia e profecias e coisas deste tipo. E eles, na condição de sua ignorância infantil, freqüentemente ajudam a propagar o falso ensinamento, porque não conseguem ver nada de errado nele. Além disso não compreendem que o erro deve ser odiado e denunciado. Eles imaginam-se a si mesmos cheios de um espírito de amor, são iludidos por satanás, a fera destruidora que estava no encalço delas, e que, num bote súbito, os agarrou com sua esperteza e sutileza.

Não é agradável ser negativo; ter que denunciar e expor o erro não dá alegria. Mas qualquer pastor que sinta, em pequena medida, e com humildade, a responsabilidade que o apóstolo Paulo conhecia num grau infinitamente maior pelas almas e o bem estar espiritual de seu povo, é forçado a fazer estas advertências. Isto não é desejado nem apreciado por esta moderna geração moralmente fraca. Muito amiúde a bancada tem controlado o púlpito e grande dano tem sobrevindo à Igreja. O apóstolo adverte a Timóteo que virá um tempo em que as pessoas "não suportarão a sã doutrina". Este é freqüentemente o caso no tempo presente, e assim tem sido durante este século. Por isso é importante que cada membro deva te ruma concepção real da Igreja e do oficio do ministro em particular.

Hoje há no mundo igrejas que na superfície parecem ser igrejas florescentes. Multidões se agregam a elas e demonstram demasiado zelo e entusiasmo. Mas num exame mais acurado descobre-se que a maior parte do tempo é tomado por música de vários tipos, e com clubes e sociedades e atividades sociais. O culto começa às 11:00h e tem que terminar exatamente ao meio-dia, e haverá sérios problemas se isso não ocorrer! Há apenas uma breve "reflexão" de quinze minutos, vinte minutos no máximo. O infeliz ministro, se não enxergar estas coisas com clareza, teme ir contra os desejos da maioria. Sua sobrevivência depende dos membros da igreja, e o resultado é que tudo é feito para se conformar aos desejos e anseios da congregação.

Mas deixe-me acrescentar que o ministro também não pode impor. É o próprio Senhor quem determina, Aquele que está assentado à mão direita de Deus e que deu "alguns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores" (Ef.4: t 1 ). Ele os deu para a edificação dos membros da Igreja, e é a mensagem dELE que deve ser pregada sem temor nem favor. Precisamos recuperar algo do espírito de John Knox cuja pregação fazia tremer a Maria, Rainha dos Escoceses.

O trabalho do ministro é edificar o corpo de Cristo. A ocupação do ministro é edificar a Igreja, não a si mesmo! Ai! Eles têm muito freqüentemente edificado a si mesmos, e temos lido de príncipes da igreja vivendo em posições de grande pompa e riqueza. Isto é uma gritante deturpação dos ensinamentos de Paulo! Observemos que os ministros são chamados para edificar, não para agradar nem entreter. O modo pelo qual deveriam fazer isso está resumido perfeitamente naquela passagem, imensamente lírica, de Atos Z0. O apóstolo Paulo está se despedindo dos presbíteros da igreja de Éfeso, à beira mar, e eis o que ele diz: "Agora, pois, encomendo-vos ao Senhor e È Palavra da Sua graça, que tem poder para vos edificar e dar herança entre todos os que são santificados" (v.32). "Palavra da Sua graça, que tem poder para vos edificar"! Não é surpresa que a igreja seja o que é hoje, pois lhe têm sido dados filosofia e entretenimento. Por meio delas um ministro pode, por enquanto, atrair e segurar uma multidão; mas não pode edificar; a tarefa dos pregadores é edificar, não atrair multidões. Nada edifica a não ser a inadulterada Palavra de Deus. Não há autoridade fora dela; e ela não pode de modo algum ser modificada ou nivelada para se adaptar à moda da ciência moderna, ou a alguns supostos "resultados confirmados da crítica" que está sempre em modificação. É o "eterno Evangelho" e é: a "Eterna Palavra a mesma que Paulo e os demais apóstolos pregaram, a mesma Palavra que os Reformadores protestantes pregaram, os Puritanos, e os grandes pregadores de duzentos anos atrás, como também Spurgeon no último século, sem qualquer modificação que fosse. É pelo fato de isso ter sido tão amplamente esquecido nos últimos cem anos que as coisas hoje estão como estão.

Autor: D. M. Lloyd-Jones

Extraído do Jornal "Os Puritanos" Ano III No.

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