GNOSTICISMO
Termos Fundamentais no Gnosticismo
Para ser um verdadeiro seguidor da religião Gnóstica, cada um deve começar e terminar com Gnose. Gnose deriva-se do Grego “conhecer” e é definido como o desejo de buscar conhecimento espiritual. Esse desejo é implantado misteriosamente e intuitivamente no coração, e leva a pessoa na direção de conhecimento espiritual ao mesmo tempo distanciando-se do conhecimento intelectual. Gnosticismo, como religião, é aquele sistema de doutrinas que enfatiza a essencialidade do conhecimento espiritual para libertação do materialismo e Ego, ou o fator do Eu que corrompe o homem.
A Gnose dentro de uma pessoa é o ponto de partida em um longo caminho para o objetivo final Gnóstica: O encontro com Deus. Para que o encontro com Deus possa acontecer, o bom seguidor deve se livrar aos poucos do corpo material (inerentemente do Mal, no ponto de vista Gnóstica) através do aumento do conhecimento espiritual até que a sua alma imaterial (inerentemente do Bem) encontra-se com o Deus transcendente.
Um exemplo deste processo é o próprio Cristo, como relatado no Evangelho de Judas. Esse evangelho, produzido por Gnósticos durante o 2º Século e autenticado pela National Geographic Society em Abril de 2007, descreve como Cristo procurou a ajuda de Judas Iscariotes antes da sua morte. Com o fim de ser liberto do seu corpo físico e material, Cristo diz a Judas, “Tu sacrificarás o homem que me cobriu”. Com a morte do seu corpo físico, forjado por demônios para impedir o espírito de Cristo voltar para Deus, Ele conseguiu voltar a Deus e a redenção foi construída no mesmo princípio de conhecimento espiritual que Cristo tinha e ensinou quando era homem.
Teologia Gnóstica
Gnosticismo emprestou muito da crença que o universo é composto de, ou explicado por, duas entidades básicas tais como Deus e o Diabo, ou Bem e o Mal.
O deus secreto dos Gnósticos emana tudo espiritual. Essas emanações têm nomes como O Único, o Monade, etc., e são conhecidos coletivamente como Éons. O deus Gnóstica supremo e verdadeiro é um Éon, com um ser dentro de si. Esse ser interna deste primeiro Éon é denominado de Ennoia. Esse ser concebeu um Éon secundário, menor, chamado Caen que faz par junto com a Éon Akhana. Esses Éons produziram outros, e assim continuam como bonecas russas até que existem 20 ou 30 éons de menos importância e poder do primeiro Deus Éon.
Esses Éons secundários constituem uma “região de luz” chamado Pleroma. Este paraíso pode ser alcançado por uns poucos privilegiados através da Gnose. As regiões mais baixas do Pleroma são aquelas mais próximas das regiões das trevas, ou seja, o mundo físico em que nós vivemos. Sofia é o nome da região mais escura do Pleroma.
A antítese do ‘deus’ Gnóstico é o Demiurgo, uma criatura que nunca deveria ter sido criado. A criação do Demiurgo foi quando a Éon Sofia emanou sem Jesus, o seu Éon parceiro. Com vergonha do ato, Sofia enfaixou o Demiurgo em uma nuvem e construiu um trono para ele ali. Sem ver a própria mãe nem os outros Éons, o Demiurgo cresceu pensando que ele é o único deus e sendo ignorante dos níveis mais elevados da Pleroma.
Desde que o Demiurgo é Mal, o mundo físico e os aspectos físicos dos humanos criados por ele são más também. O alvo do Demiurgo é subverter a vontade do deus Gnóstico e, tendo sido invisto com uma porção dos poderes de sua mãe ao nascer, ele alcança esse alvo por fazer obras subconscientemente similar às obras dos Éons mais santos. Por esse engano, muitos humanos são cegados para a realidade da existência de uma Gnose maior assim como o Demiurgo é enganado. Os servos que o Demiurgo criou para auxilio são chamados Arcons e são eles que ficam entre o deus transcendente e a humanidade, impedindo Gnose de qualquer forma que puderem.
Antiguidade de Gnosticismo
A crença Gnóstica é antiga e tem se alastrado do passado para o presente. A única doutrina que une todas as religiões Gnósticas ensina que o homem é uma alma divina vivendo em um mundo imperfeito e material criado por um deus imperfeito que existe desde o primeiro século após o nascimento de Cristo. Em 50 A.D., Budismo adaptou a “doutrina dos Dois Princípios”, uma referencia a dualismo Gnóstica. Entre 100 e 180 A.D., Valentius viveu e fundou sua própria marca de Gnosticismo, chamado Valentinianismo, em Alexandria e Roma. Desde então, cada século menos a Idade Media tem produzido uma outra pessoa disposta a fazer macaquices com a religião Gnóstica. O ultimo grande Gnóstico que contribuiu bastante a Causa no Século 20 foi Samael Aun Weor, que codificou os princípios Gnósticos derivados de uma compilação das vidas daqueles “Iluminados”, tais como Jesus, o Cristo, Buda, Quetzacoatl, etc., a fim de criar um mapa resumindo todos os princípios Gnósticos para que nenhum Gnóstico andasse desgarrado por todas as teorias confusas.
Divisões de Gnosticismo
Hoje, Gnosticismo pode ser dividido entre duas grandes categorias: o Gnosticismo Persa, e o Gnosticismo Sírio-Egípcia.
Dos dois, Gnosticismo Persa é considerada o mais velho e o único que não é fruto do Cristianismo ou Judaísmo. Por causa da influencia forte de Zoroastrismo Persa nesse ramo de Gnosticismo, o dualismo faz grande parte da religião. Porem, o que resta de Gnosticismo Persa está sendo apagado pelo gêmeo mais popular: Gnosticismo Sírio-Egípcia.
O grau de desenvolvimento alcançado pelo Gnosticismo Sírio-Egípcia depois de quase 2,000 anos é maior que o do Gnosticismo Persa. Ao mesmo tempo em que têm progredido em profundidade, complexidade, e aceitação, tem-se divergido do Gnosticismo Persa.
Em vez de aceitar que têm duas forças iguais opondo um ao outro esse segundo ramo de Gnosticismo argumenta que tudo emanou de deus no começo e conforme as coisas iam distantes de deus foi criado o nosso universo material. Assim, o Mal não é um conceito absoluto como o Bem também não é. Se uma coisa é boa ou não é relativo a distância daquele objeto da sua fonte divina em Deus.
O Lado Positivo do Gnosticismo
O fim principal do Gnosticismo é providenciar aquele conhecimento que dê significado para a vida humana. Em vez de focar em como o homem veio a ser, onde o homem está indo, ou quando o mundo foi formado, o Gnosticismo trata o porque do homem existir aqui. Em tempos de dificuldade, muitos querem saber o porque desde que traz mais conforto de saber quando, como, ou onde. Qualquer dificuldade pode ser suportada quando tem uma razão por trás.
Nos primeiros dias da Igreja, Gnosticismo desencadeou contenda entre os Gnósticos e os Pais da Igreja. Das escritas destes homens com o calibre de Irineu, temos muitas das ferramentas que usamos para combater Gnosticismo nesses dias modernos.
Problemas com o Gnosticismo como uma Visão Cósmica
Com um todo, embora que providencia alguns pontos positivos, o Gnosticismo falha como uma visão cósmica. A ênfase que Gnosticismo coloca em fontes de verdade suspeitas, por exemplo, olhar para dentro para achar Deus e a relatividade do Bem e o Mal, corrompe a possibilidade de uma regra de fé fixa – exatamente o que o Gnosticismo deseja ser. Segundo Gnosticismo, ou certo é certo porque sente bem, ou porque um Gnóstico do passado sentiu assim, ou porque é mais certo do que a alternativa. Com um estandarte tão relativo, até o estandarte é suspeita.
Mesmo que recompensas estão prometidas para os que escolheram o caminho correto, e punições são ameaçadas para os que não escolheram o caminho da retidão, há pouco risco qualquer um ser recompensado ou punido desde que o Bem e o Mal estão deixados a critério de cada pessoa.
Ainda mais, Gnosticismo receita reforma sobre regeneração. Por negar que Cristo é o único Filho de Deus e Salvador dos Pecadores, Gnósticos não têm escolha senão desviar da regeneração em favor da reforma.
Mas o Gnosticismo não providencia nenhuma motivação para reforma nesta vida. O processo de reforma é dependente na habilidade de uma pessoa livrar a Alma do Corpo. A morte é a separação da Alma e Corpo, porém, como todos morrem, a Alma de cada um é separado do Corpo, seja Gnóstico ou não. Assim, os Gnósticos e os demais têm o mesmo fim e ingresso para paraíso, porque ambos libertam a Alma e o Corpo na morte.
Também, Gnósticos caiem em terrível confusão sobre as palavras conhecimento e habilidade. Segundo eles, conhecimento é habilidade. O conhecimento espiritual de uma pessoa é o mesmo da sua habilidade espiritual. Mas isso não pode ser.
É absurdo porque pressuponha que conhecimento teórico é o mesmo que conhecimento prática. Saber todas as regras de uma língua é o mesmo que falar aquela língua? Um mecânico pode bem entender tudo sobre um avião, e ainda não poder faz o voar.
Claramente conhecimento não é habilidade. Isso explica porque os Gnósticos mais experientes podem fazer as mesmas escolhas ruins que um gnóstico que ainda é ignorante dos princípios gnósticos.
Por final, o Gnosticismo não responde a nenhuma pergunta que já foi perguntada e respondida mais amplamente no Cristianismo. Cristianismo já explica como o homem foi criado, como Deus existe, quem os demônios são, a inimizade entre Deus e o Diabo, e ainda vai além para descrever as recompensas e punições, explicar o caminho da regeneração que é a salvação, e os mistérios que a natureza não pode nos ensinar. Quais perguntas os Gnósticos podem responder que o Cristianismo não pode? Porque alguém descartaria a obra prima em favor dos rascunhos? Seria, e é, tolice.
Fontes:
Braga, Norma, (13 Abril 2006), Judas E A Empulhação Gnostica, Acessado 27 Maio 2008, de http://www.midiasemmascara.com.br/artigo.php?sid=4775
Guglielminetti, Rose, O Evangelho de Judas, Acessado 27 Maio 2008, de N/A
Gnosticism., Acessado 28 Maio 2008, de http://en.wikipedia.org/wiki/Gnostic
Judas Iscariotes E Seu Evangelho, Acessado 27 Maio 2008, de http://www.gnosisonline.org/Teologia_Gnostica/Judas_Iscariotes.shtml
O Que É A Consciência?, Acessado 27 Maio 2008, de http://www.gnosisonline.org/Psicologia_Gnostica/index.shtml
Introdução Ao Pensamento Gnóstico, Acessado 27 Maio 2008, de http://www.gnosisonline.org/Teologia_Gnostica/index.php
O Que É Gnosticismo?, Acessado 27 Maio 2008, de http://www.revistaenfoque.com.br/index.php?edicao=58&materia=412
Autor: David C Gardner
Fonte: www.PalavraPrudente.com.br
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