03:54

A CONVERSÃO DE UM PECADOR




Por Nathaniel Vicent
* * *
"Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos,
pois por que razão morreríeis, ó casa de Israel? " (Ez. 33: 11)


Não é muito fácil discernir se o homem demonstrou maior loucura afastando-se de Deus no princípio, ou se sua loucura é ainda mais indesculpável agora ao recusar a voltar-se para Ele. No princípio, ele conheceu pela abençoada experiência o quanto era bom estar perto de seu Criador, desfrutar da luz de Seu semblante num estado de inocência, e mesmo assim arriscou-se a afastar-se dEle. Agora ele sente os efeitos de sua apostasia, pois o pecado o tem sobrecarregado com várias misérias, calamidades, irritações, e no entanto como é difícil persuadi-lo a voltar atrás! Os filhos dos homens são facilmente induzidos a entregarem-se a satanás como se fosse interessante para eles entregarem-se nas mãos de um assassino. Contudo o Senhor, fora de quem não há salvador, pode chamar e chamar com freqüência, com veemência, e ainda assim chamar em vão. 0 coração deles é insensível, seus ouvidos são surdos, eles não 0 ouvirão.

0 fato do pecado ter produzido muitos loucos no mundo nunca poderá ser suficientemente lamentado. Morte e vida, bênção e maldição são colocados diante deles, não obstante a morte é escolhida ao invés da vida. As mais espantosas e insuportáveis maldições são abraçadas enquanto que as bênçãos da mais alta e mais duradoura natureza são rejeitadas.

É por isso que o Senhor insiste, não somente em relação ao pecado, mas também em relação ao julgamento. Ele não somente pergunta por que você se arriscaria o transgredir, mas também por que você estaria tão ansioso para morrer, ó casa de Israel?

0 profeta, no começo deste capítulo é designado pelo Senhor como o atalaia sobre a casa de Israel. A ele foi ordenado erguer sua voz separar o ímpio de sua impiedade, e a menos que ele o admoestasse a que fosse convertido e vivesse, ele, o profeta, seria cúmplice da morte do tal. 0 sangue dele seria requerido de suas mãos. Sendo então Comissionado, a ele é ordenado fechar a boca dos malfeitores que criticam e contestam seu Criador e responsabilizam a Deus insensatamente.

Parece ter havido uma controvérsia, à porta da qual jazeria a culpa pela destruição dos pecadores. A casa de Israel muito corajosa e peremptoriamente lançou a culpa sobre Deus, dizendo que o caminho do Senhor não é justo. Mas o Deus de misericórdia e verdade vindicou-Se dessa imputação injusta, declarando que se não fossem os pecadores tão perversamente inclinados à sua própria ruína, poderiam escapar da destruição. Ele jura pela Sua vida que a morte do ímpio não o agrada. Portanto no texto, Sua voz é alta e enfática, "... convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos ", e a responsabilidade volta para a verdadeira culpada, a casa de Israel. A própria vontade do homem é a causa de sua desgraça, "por que morreríeis, ó casa de Israel?"

As palavras expressam um apelo sério e patético, no qual se observa:

1. As pessoas chamadas: a casa de Israel;

2. Para o que foram chamados; foram chamados ao arrependimento;

3. A urgência desse chamado, a qual aparece na repetição: -convertei-vos, convertei-vos ";

4. Do que deveriam ser convertidos: de seus maus caminhos;

5. 0 argumento usado para persuadir, o qual está carregado de uma santa retórica: "por que morreríeis ?"

Sem conversão a morte é certa. Satanás poderia dizer à posteridade como fez com nossos primeiros pais, "certamente não morrereis ", e isto seria verdadeiro, "os impios serão lançados no inferno " (Sal. 9:17) - aqueles que não se voltarem para Deus. É para lá que tendem todos os maus caminhos.

Há várias trilhas para o caminho largo, mas todos terminam na morte, na segunda morte. Portanto, o Senhor é apresentado compadecendo-Se dos pecadores e pleiteando com eles.

Por que morreríeis? Seria porque Me apresso em vingar-Me? Vocês sabem que sou tardio em irar-Me, e a experiência tem confirmado isso, do contrário Minha ira há muito teria vindo sobre vocês. Ou é porque sou implacável, não adiantando suplicar-Me, uma vez que sou provocado? Pelo contrário, Eu tenho Me proclamado pronto para perdoar e pleno em misericórdia para com todos aqueles que clamam por Mim. Ou é porque vocês nunca ouviram sobre o caminho e os meios de recuperar a vida e escapar da punição que lhes está reservada? Quão freqüentemente Eu tenho enviado Meus profetas para que vocês pudessem ser levados a crer, arrependerem-se e obedecerem? Mas a sua cerviz continua sendo de ferro. Vocês estão decididos a continuar disparados no pecado. Caso pereçam, devem agradecer a si mesmos Se vocês forem destruídos, é porque escolheram a destruição.

Podemos extrair três doutrinas do texto:

1. Os maus caminhos são caminhos de morte.

2. A grande razão porque os homens morrem, e morrem para sempre, é porque eles querem. (Transcrita A Seguir)

3. 0 Senhor chama continuamente os pecadores para que se voltem de seus maus caminhos e vivam.

DOUTRINA 2: A segunda doutrina é esta: a grande razão pela qual os homens morrem e morrem para sempre é porque eles querem. Eles querem ser os escravos do pecado, embora a morte seja o pagamento que certamente receberão pelo seu fatigante e laborioso trabalho. Os pecadores não querem ser purificados. "... ai de ti Jerusalém! Não te purificarás ?Até quando ainda? " (Jer. 13:27). Não querem ser juntados debaixo das asas de Cristo, embora seja o único lugar de refúgio, tanto do furor de satanás quanto da ira de Deus. "Jerusalém, Jerusalém que mata os profetas, e apedreja os que te são enviados! quantas vezes quis eu juntar os teus filhos, como a galinha junta os seus pintos, debaixo das asas e tu não quisestes! " (Mat. 23:37). Não apenas isso, os desejos de muitos que freqüentemente já têm desprezado as admoestações e chamados de Moisés e dos profetas tendem tão desesperadamente para o pecado, que, embora pudessem ver as chamas e os tormentos que fazem outros sofrerem, mesmo assim não seriam persuadidos a desistir. "E disse ele: Não, pai Abraão; mas, se algum dos mortos fosse ter com eles, arrepender-se-iam. Porém Abraão lhe disse: Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tão pouco acreditarão, ainda que algum dos mortos ressuscitem ". (Luc. 16:3031).
Meu trabalho ao expor esta doutrina será, primeiro, demonstrar a verdade contida nela, que os homens morrem porque querem; segundo, para evidenciar que a incapacidade do homem fazer o que é bom, tão freqüentemente mencionada nas Escrituras, não contradiz esta doutrina.

Os argumentos para demonstrar que os desejos dos homens são a grande causa de sua morte e perdição são estes:

1. Um argumento será deduzido da corrupção natural e depravação da vontade do homem. E essa corrupção se evidencia na vontade do homem afastar-se de Deus, a Fonte da vida e da paz, e inclinar-se para o que é mal, embora o pecador (ai dele!) chame de bem aquilo que é mal e imagina ser doce aquilo que provará ser amargo e venenoso como toda picada de áspide. Os pelagianos talvez assemelhem a vontade do homem a uma virgem pura, a qual escapou de ser deflorada na sua primeira apostasia, mas sabemos pelas Escrituras e pela experiência que o pecado original revela-se mormente na vontade. Aquele que não entende que seu coração é desesperadamente corrupto (Jer. 17:9), mostra um sinal de que seu coração o engana e ele nem sabe disso. Quanta incredulidade, quanto orgulho, quanta alienação da vida de Deus, quanta inimizade contra o mandamento, o qual é santo, justo e bom, existem na vontade do homem natural! Vejam Romanos, capítulo 7. A vontade, então, sendo tão completamente corrupta e exercendo tanta influência como exerce, impede a conversão a Deus e a santidade, o que a contraria muito. E conseqüentemente ela tem grande responsabilidade na perdição dos filhos dos homens.

2. Outro argumento será deduzido da reprovação e ira justas de Deus. Certamente Ele não os repreenderia tão duramente, Sua ira não fumegaria tanto contra eles por causa de suas teimosias e obstinações nos seus maus caminhos, se tivessem uma vontade sincera e faltasse apenas a força para fazer o que é bom. Quando o Senhor infligiu julgamentos sobre o Seu povo antigo, Ele falou da obstinação dele, da recusa em entender e ser regenerado, e isto Ele fez para vindicar a retidão de Suas mais severas maneiras de lidar com ele. Nós lemos que o Senhor testificou contra Israel pelos Seus profetas e videntes dizendo: "... convertei-vos de vossos maus caminhos, e guardai os meus mandamentos. Porém não deram ouvidos, antes endureceram a sua cerviz como a cerviz de seus pais, que não creram no Senhor seu Deus". (11 Reis 17:13-14, 18). Agora, após sua obstinação, seguiu-se, e muito justamente, a ira de Deus e a destruição deles. Portanto, o Senhor estava muito irado com os filhos de Israel e os afastou de Sua vista.

Em segundo lugar, vou provar que a habilidade dos homens em fazer o que é bom não frustra a doutrina de que os seus pecados e misérias permanecem à porta da vontade deles. 0 Espírito Santo, Aquele que toma humilde os filhos dos homens, põe por terra a opinião que eles têm de seu próprio poder e justiça e os faz usar a linguagem do profeta Isaías: "Certamente no Senhor tenho justiça e força... " - inferindo, portanto, que o homem em seu estado degenerado e pecaminoso é incapaz de fazer o que é espiritualmente bom. Por conseguinte, somos considerados fracos - "Não que sei . amos capazes por nós, de pensar alguma coisa como de nós mesmos, mas a nossa capacidade vem de Deus ". (Rom. 5:6; 11 Cor. 3:5). Somos considerados cansados e sem vigor (Is 40:29), e nosso Senhor nos afirma claramente em João 15:5: "Sem mim nada podeis fazer. " Mas por tudo isso, embora nos falte a força para fazer o que é bom, nossa vontade é, culpada do mal cometido por nós.
Não se pode imaginar que as Escrituras mencionem a incapacidade do pecador em fazer o bem como uma desculpa para se fazer o mal, mas sim para dirigí-lo a Cristo quem pode fortalecê-lo a fazer todas as coisas (Fil. 4:13). É verdade que o homem é incapaz, porém ele, também não está disposto a fazer o que Deus requer dele, apesar de ser para o seu próprio bem. A razão pela qual ele continua no pecado e é subjugado por ele não é somente porque o homem não pode converter-se a si mesmo, e sim também, e principalmente, porque ele não está disposto a ser convertido. Isso será particularmente ampliado a seguir.

a. 0 homem pecador pensa que é capaz de deixar seus maus caminhos. Ele adia seu arrependimento como se pudesse voltar-se para Deus quando quisesse. Já que ele não faz o que pensa que pode, sua própria vontade deve ser a causa do impedimento, e ela deve ser responsabilizada no caso dele perecer.

b. 0 homem pecador não faz o que realmente é capaz de fazer. Tem um talento, todavia não quer negociar com ele. Poderia se abster de muitos pecados que o expõe a ira e vingança se quisesse, porém infelizmente ele é um escravo voluntário deles, e está feliz com sua servidão. 0 adultério propositadamente vai a casa da prostituta, o ímpio mundano propositadamente procura o ganho desonesto. Portanto, segue-se que estes voluntariamente destroem a si mesmos.
0 homem natural pode fazer o que é bom, embora ele falhe na maneira de fazê-lo. Ele pode orar, ouvir, ler, contudo, intencionalmente omite estas obrigações, e assim voluntariamente se sujeita à maldição que o ameaça por causa de sua omissão. Ele não fará o que realmente pode, e, certamente, ainda que seu poder fosse ampliado jamais seria usado. Aquele que tem de sobra e recusa-se a dar um cruzeiro a um pobre, podemos concluir com certeza que não estaria disposto a fazer uma doação generosa - embora bem pudesse. Da mesma maneira, o homem natural que não fará o que pode para ser salvo, apesar de ser muito pouco, por certo não faria maior esforço, a fim de ser salvo, mesmo se seu poder fosse aumentado.

c. 0 homem pecador lamenta que seja capaz de fazer o quanto pode. Ele desejaria ser totalmente impotente para que isso pudesse servir-lhe de desculpa. Isto mostra a malignidade de sua vontade. Além disso, ele não quer usar os meios pelos quais a graça e a força são transmitidas. Ele não quer esperar em Deus, nem invocá-10. Ele não quer buscar nEle o cumprimento das promessas feitas na aliança da graça. Não, ele resolutamente resiste o Espírito quando este vem operar nele. Ele preferiria ser deixado entregue ao seu pecado. Essa é a linguagem dos ímpios: "E todavia dizem a Deus: retira-te de nós, porque não desejamos ter conhecimento dos teus caminhos. " (Jó 21:14). 0 homem depravado pode argumentar que lhe falta o poder, ainda assim esta falta de vontade de arrepender-se e viver é principalmente o que o arruína. E todos aqueles pensamentos e argumentos contra Deus, como se Ele fosse um mestre severo, como se Seus caminhos não fossem justos - pergunto: não será o homem envergonhado diante dEle naquele Grande Dia, no qual sua consciência o acusará e em tristeza o reprovará por isso? Ele que fora constantemente avisado e admoestado, entretanto, não se arrependeu para que pudesse ter vida.

APLICAÇÃO

1. Informação sobre estes particulares:

A. Os homens morrem para sempre porque querem? Então quem é você que responsabiliza Deus pela destruição deles? Com certeza aqui você culpa Deus insensatamente. Pois Ele não tem prazer no seu pecado, e nem na sua morte. 0 réu não pode ficar zangado com o juiz por ele lhe dar a sentença de condenação, mas deve culpar a si mesmo por fazer aquilo que é passível de condenação. Quantas vezes o Senhor o tem chamado e você tem recusado. Quantas vezes Ele estendeu-lhe a mão durante todo o dia, e você foi desobediente e contrário a Ele? Acaso isso não o emudecerá quando Ele vier para julgar o mundo em justiça?

B. Os homens morrem para sempre porque querem? Então a morte do ímpio é mais do que justa e reta. E justo que escravos voluntários do pecado que não se tornam homens livres no Senhor, devam ser aprisionados em cadeias nas trevas. 0 ofensor que recusa o perdão oferecido em misericórdia, merece duplamente ter seu julgamento executado, primeiro pela ofensa e também por desprezar a misericórdia. 0 paciente que dispensa o médico que poderia curá-lo de sua doença bem merece morrer por isso, e o pecador que não se volta para Deus, que rejeita o Senhor Jesus, o qual é capaz tanto de perdoá-lo quanto de curá-lo, embora pereça e seja condenado, não está sendo injustiçado.

C. Os homens morrem para sempre porque querem? Que tortura será para eles no inferno pensar que foi sua própria obstinação que os levou para lá? Tais reflexões serão como punhais envenenados perfurando as almas dos réprobos condenados. Ele dirá: o que houve comigo para que me tomasse um diabo para mim mesmo? 0 que me levou a aliar-me a satanás, acarretando minha própria destruição? Que loucura foi esta de fazer eu mesmo o chicote com o qual seria açoitado, acender com minhas próprias mãos as chamas nas quais eu terei que permanecer, a fim de queimar para sempre?

2. Advertência: tenham cuidado quanto a pecar voluntariamente, pois, essa é a estrada principal que conduz à morte. Fiquem atentos também em não se contentar com um aparente desejo de escapar da destruição.

A. Deixem-me alertá-los contra o pecado voluntário. Quanto maior a voluntariedade envolvida na transgressão, maior a inclinação. Por isso, Davi foi tão cuidadoso em se proteger, a fim de não ser preso pelo pecado da soberba o qual ele conhecia, pois o pecado da presunção é uma grande transgressão. (Sal. 19:13). Numa nação esclarecida gozando um período de luz, tomem cuidado para não ser intencionalmente ignorantes. Em meio aos auxílios e encorajamentos para o dever, precavenham-se contra a preguiça que é falta de disposição, mas sejam seguidores daqueles que através da fé e da paciência herdam as promessas (Heb. 6:12). Não se permitam amar o pecado, desejá-lo, viver nele. Não deixem o sabor deleitoso fazê-los aventurar-se para algum fruto proibido. Não se deixem enganar pela maciez da pele, abraçando uma serpente que poderá picá-los até a morte.

B. Deixem-me alertá-los sobre aquilo que é somente um simulado desejo de deixar o pecado e escapar da destruição.

I. Uma vontade vã, induzida, é somente uma vontade simulada. Um indolente desejo de ser salvo, onde não há seriedade no uso dos meios de salvação, significa nada mais que vocês são grosseiramente ignorantes e estúpidos; ignorantes do valor da salvação e estupidamente insensíveis do perigo que estão correndo.

II. Uma vontade procrastinadora é somente uma vontade simulada. A maioria daqueles que vão por seus maus caminhos tem vontade de deixá-los no futuro, porém isso somente demonstra a presente relutância deles. Se vocês estão relutantes em arrepender-se agora, do mesmo modo vocês estarão no futuro mais adversos quando Deus estiver mais distante de vocês, quando satanás tiver construído fortalezas em vocês, e suas consciências estiverem mais obtusas, quando o hábito de pecar tiver dobrado a força e veemência de sua inclinação natural a ele. Que lástima! Quantos milhões têm morrido e se perdido em suas iniqüidades, os quais estavam tão completamente decididos a se arrependerem no futuro, como aqueles que ainda permanecem vivos. Tomem cuidado com esta pedra sobre a qual muitos têm se partido e têm sido condenados para sempre. A vontade de Deus é para o presente. Ele diz: "Hoje se ouvirdes minha voz não endureçais os vossos corações". (Heb. 3:7-8). Mas se agora, quando Deus está querendo lhes dar vida, vocês estão relutantes, Ele poderá no futuro relutar quando vocês a quiserem. Ele admoestou vocês para que clamassem a Ele por vida e salvação, porém, quando a morte e a destruição virem sobre vocês como um redemoinho, isso já não será mais possível. "...de madrugada me buscarão, mas não me acharão. Porquanto aborreceram o conhecimento e não preferiram o temor do Senhor. " (Prov. 1:28-29).

III. Uma vontade baseada em algo enganoso é somente uma vontade simulada. Aqueles que nosso Senhor comparou ao solo rochoso ouviram a palavra com alegria e estavam desejosos de obedecê-la, porém não contaram com a cruz e a perseguição. Isso fez com que morressem. Muitos parecem querer ser convertidos, todavia não se sentam para calcular o custo da conversão. E quando são informados de que deverão negar-se a si mesmos, desistir de todas as suas atuais inclinações e possessões, posto que estas rivalizam com o Senhor Jesus; quando são informados que devem dar carta de divórcio às suas "Herodias", e devem declarar oposição a toda concupiscência, embora isto nunca mais possa oferecer alegria ou ganho a ponto de poder ainda ser desejado; quando eles são informados de que devem vigiar, orar e andar com o maior cuidado, fervor, e circunspecção; de que devem tomar o reino de Deus, com violência santa, como que por assalto, ou de outro modo eles falharão e perderão a coroa, aí então eles bradam: "Duras são estas palavras, quem pode ouvi-las? "

3. Da exortação. Sendo que os homens morrem porque eles querem, deixem-me persuadi-los a concordar que seus desejos podem ser renovados. 0 homem não tem um inimigo pior do que sua própria vontade, até que haja uma transformação nela. E para que essa mudança possa ser efetivada, observem estas orientações:

A. Julguem a si mesmos em função de sua natureza pervertida. Enquanto não forem sensíveis a isso, não poderão ser submissos da maneira correta. 0 fato de terem pecado muito, por muito tempo, deveria afetar e afligi-los muito diante de Deus, contudo o desejo que vocês têm de pecar dez mil vezes mais, pecar até a eternidade, não fosse pela restrição da graça, oh, quanta confusão e tristeza isto deveria causar!

B. Analisem o quanto o tentador e o mundo são enganosos. Então seus corações não ficarão ansiosos em serem ludibriados e separados de Deus. 0 mundo é vão e vexatório, e satanás é um mentiroso e assassino. Vocês têm muito poucas razões para entregar-se a qualquer um dos dois.

C. Coloquem diante de seus olhos a bênção da vida eterna e a miséria da morte eterna para que possam escolher a vida e o caminho que dá acesso a ela.

D. Sejam fervorosos nas orações para que o Senhor, de acordo com a Sua promessa, possa lhes dar um novo coração e operar em vocês para desejarem Sua boa vontade. (Ez. 36:26 e Fil. 2:13). E se o Senhor fizer os seus corações desejarem graça e glória, Ele satisfará tais desejos que Ele tenha originado em vocês. Se o Senhor operar em vocês o querer e o realizar, a despeito de toda oposição, vocês porão em prática sua própria salvação, e lhes será dado o amplo direito de entrada no reino eterno. Daí a segunda doutrina: a razão por que os homens morrem e morrem para sempre, é porque eles querem.


Extraído parcialmente do Livro
'Os Puritanos e a conversão'
Editora PES

09:56

A APRESENTAÇÃO DO EVANGELHO




Autor: Matyn Lloyd-Jones
* * *
A apresentação do evangelho é assunto sempre importante, pelas consequências eternas que dependem da nossa atitude para com o evangelho. Para mim não há necessidade de argumentar que é especialmente importante nos dias atuais por duas razões: a apostasia geral, o fracasso da parte das igrejas em não apresentarem o evangelho de Jesus do modo como deveria ser apresentado; e a consequente impiedade e o consumado materialismo que crescentemente, caracterizam a vida do povo. Também é um assunto de urgente importância, em face da natureza dos tempos pelos quais estamos passando. A vida é sempre incerta, mas é excepcionalmente incerta hoje. (...)
Que privilégio maravilhoso o Senhor Deus Todo-poderoso confiar a homens como nós esta obra de propagar e pregar o evangelho! Ao mesmo tempo é uma responsabilidade tremenda. (...)
Este assunto é tão amplo e importante que, obviamente, é impossível tratar dele adequadamente numa só preleção. Tudo o que posso fazer é selecionar o que considero como alguns dos mais importantes princípios relacionados com ele; procurarei ser tão prático quanto poder. (...)
Agora se me fosse pedido falar sobre este assunto em certos círculos, meu primeiro trabalho seria tentar definir a natureza do evangelho, e eu iria adiante e perguntaria: o que é o evangelho? Em muitos círculos as pessoas se extraviaram; caíram em heresias; pregam um evangelho que, para nós, não é evangelho nenhum. Pode ser que alguns de vocês perguntem: "Será necessário gastar tanto tempo no estudo da apresentação do evangelho? Não seria uma coisa que podemos considerar ponto pacífico? Se o homem crê no evangelho, ele está incumbido de apresentá-lo do jeito certo. Se um homem é ortodoxo e crê nas coisas certas, a sua aplicação do que ele crê é algo que cuidará de si mesmo". Isso, para mim é um erro muito grave; e quem quer que seja tentado a falar assim, não somente ignora a sua própria fraqueza, porém, ainda mais, ignora o adversário das nossa almas, que está sempre tentando frustrar a obra de Deus.
(...) Tomo como prova dois exemplos: Há, por exemplo, homens que parecem evangélicos em sua crença e doutrina; são perfeitamente ortodoxos em sua fé e, todavia, a obra que realizam é completamente infrutífera. Jamais conseguem quaisquer resultados; nunca ficam sabendo de algum convertido resultante do seu trabalho e do seu ministério. Eles são tão firmes quanto você, entretanto o ministério deles não leva a nada. Por outro lado - e esta é a minha Segunda prova - há aqueles que parecem conseguir resultados fenomenais do seu trabalho e dos seus esforços. Empreendem uma campanha, ou pregam um sermão e, como resultado, há numerosas decisões por Cristo, ou o que eles chamam de "conversões". Contudo, muitos desses resultados não duram; não são permanentes; são apenas de natureza temporária ou passageira. Qual a explicação desses dois casos? (...) Há uma lacuna entre o que o homem crê e o que ele apresenta em seu ensino ou pregação. O perigo quanto ao primeiro tipo é o de apenas falar ACERCA do evangelho, exulta nele; porém, em vez de pregar o evangelho, ele o elogia, diz coisas maravilhosas sobre ele. O tempo todo fica simplesmente falando sobre o evangelho, em vez de apresentar o evangelho. O resultado é que, embora o homem seja altamente ortodoxo e firme, o seu ministério não mostra resultado nenhum.
O perigo quanto ao segundo homem é o de interessar-se tanto e preocupar-se tanto pela aplicação do evangelho e pela obtenção de resultados, que deixa abrir-se uma brecha entre o que ele está apresentando (aquilo que ele crê) e a concreta obtenção dos resultados propriamente dito. Como eu disse, não basta você crer na verdade; você deve ter o cuidado de aplicar da maneira certa o que você crê.
Métodos de Estudo
Há dois meios principais pelos quais podemos estudar este assunto da apresentação do evangelho. O primeiro é estudar a Bíblia mesma, com especial referência a Atos dos apóstolos e às Epístolas do Novo Testamento. Isso deve ser posto em primeiro lugar, se queremos saber como se faz este trabalho. Devemos retornar ao nosso livro-texto, a Bíblia. Devemos retornar ao modelo primitivo, à norma, ao padrão. Em Atos, e nas Epístolas é-nos dito, uma vez por todas, o que é a Igreja Cristã e como é, e como se deve realizar a sua obra. Devemos sempre certificar-nos de que os nosso métodos estão em harmonia com o ensino do Novo Testamento.
O segundo método é suplementar; é fazer um estudo da história da Igreja Cristã subsequente aos tempos do Novo Testamento. Podemos concentrar-nos especialmente na história dos avivamentos e dos grandes despertamentos espirituais; e também podemos ler biografias dos homens que no passado foram grandemente honrados por Deus em sua apresentação do evangelho. Mas devemos notar aqui um princípio da maior importância. Quando digo que é bom fazer um retrospecto e ler a história do passado e as biografias de grandes homens que Deus usou no passado, espero que esteja claro em nossas mentes que precisamos retornar para além dos últimos 100 anos. Vejo muitos bons evangélicos que parecem ser de opinião que não houve nenhum real labor evangelístico até por volta de 1870. Há os que parecem pensar que não se conheceu obra evangelística antes do surgimento de Moody. Conquanto demos graças a Deus pela gloriosa obra realizada nos últimos 100 anos, eu os conclamo a fazerem um estudo completo da história pretérita da Igreja. Vão até o século dezoito. Vão até o tempo dos puritanos, e para mais atrás ainda, à Reforma Protestante. Retrocedam mais ainda, e estudem a história daqueles grupos de evangélicos que viveram no continente europeu na época em que o catolicismo romano detinha o poder supremo. Vão direto aos Pais Primitivos que defendiam idéias evangélicas. É uma história que pode ser rastreada ininterruptamente até a própria Igreja Primitiva. Esse estudo é de importância vital, para que não venhamos a supor, em função de uma falsa visão da história, que a obra evangelística só pode ser feita de uma certa maneira e com a aplicação e o uso de certos métodos.
Eu gostaria de recomendar a vocês um bem completo estudo daquele teólogo americano, Jonathan Edwards. Foi uma grande revelação para mim, descobrir que um homem que pregava como ele podia ser honrado por Deus como o foi, e Ter tão grandes resultados para o seu ministério como teve. Ele era um grande erudito e filósofo, que redigia cada palavra dos seus sermões. Tinha vista fraca, e costumava ficar no púlpito com o seu manuscrito numa das mãos e uma vela na outra e, conforme lia o seu sermão, homens não somente foram convertidos, mas alguns deles literalmente caíam no chão sob a convicção de pecado sob o poder do Espírito. Quando pensamos na obra evangelística em termos de evangelização popular dos 100 anos recém-passados, acho que poderíamos ser tentados a dizer que um homem que pregasse daquela maneira não teria a menor possibilidade de obter conversões . todavia, ele foi um homem usado por Deus no Grande Despertamento ocorrido no século 18. Assim, eu os concito a se entregarem completamente ao estudo da história da Igreja e das coisas grandiosas que Deus fez em várias eras e períodos. Aí estão, pois, as duas linhas mestras que seguiremos na abordagem deste assunto - o estudo da Bíblia e um estudo da Igreja Cristã.
Os Princípios Fundamentais
1. O objetivo supremo desta obra é glorificar a Deus. Esse é o ponto central. Esse ;é o objetivo que deve dominar e sobrepujar todos os demais. O primeiro objetivo da pregação do evangelho não é salvar almas; É GLORIFICAR A DEUS. Não se tolerará que nenhuma outra coisa, por melhor que seja nem por mais nobre, usurpe esse primeiro lugar.
2. O único poder que realmente pode realizar esta obra é o Espírito Santo. Quaisquer que sejam os dons naturais que um homem possua , o que quer que um homem seja capaz de fazer como resultado das suas propensões naturais, o trabalho de apresentar o evangelho e de levar àquele supremo objetivo de glorificar a Deus na salvação dos homem, é um trabalho que só pode ser feito pelo Espírito Santo. Vocês vêem isso no próprio Novo Testamento. Sem o Espírito, é-nos dito, não podemos fazer nada. (Desde os tempos bíblicos até a história da igreja nos mostra que somente através da obra do Espírito Santo é que o evangelho foi pregado com poder e autoridade).
3. O único e exclusivo meio pela qual o Espírito Santo opera é a Palavra de Deus. Isso é algo que se pode provar facilmente. Vejam o sermão que foi pregado por Pedro no dia de Pentecoste. O que ele fez realmente foi expor as Escrituras. Ele não se levantou para relatar as suas experiências pessoais. Ele deu a conhecer as Escrituras; esse foi sempre o seu método. E esse é também o método característico de Paulo, como se vê em Atos 17:2: "disputou com eles sobre as Escrituras". No trato com o carcereiro de Filipos, vocês vêem que ele pregou-lhe Jesus Cristo e a Palavra do Senhor. Vocês recordarão as suas palavras na Primeira Epístola a Timóteo, onde ele diz que a vontade de Deus ;e que todos os homem sejam salvos e sejam levados ao conhecimento da verdade (1 Tm.2:4). O meio usado pelo Espírito Santo é a verdade.
4. A verdadeira motivação para a evangelização deve provir da apreensão destes princípios. E, portanto, de um zelo pela honra e glória de Deus e de um amor pelas almas dos homens.
5. Há um constante perigo de erro e de =heresia, mesmo entre os mais sinceros, e também o perigo de um falso zelo e do emprego de métodos antibíblicos. Não há nada sobre o que somos exortados mais vezes no Novo Testamento do que sobre a necessidade de constante auto-exame e de retorno às Escrituras.
Aí, penso eu, vocês têm cinco princípios fundamentais claramente ensinados na Palavra de Deus e confirmados profusamente na subsequente história da Igreja Cristã.
A Aplicação dos Princípios
Isto me leva à Segunda divisão principal do nosso assunto, que é a aplicação desses princípios à obra concreta da apresentação do evangelho. Este é um assunto que se divide naturalmente em duas partes principais. Há primeiro a obra de evangelização, e depois a obra de edificação e instrução na justiça.
A Evangelização e os Seus Perigos
1. O primeiro é o de exaltar a decisão como tal, e este é um perigo especialmente quando vocês estão trabalhando com jovens (...). Mostra-se às vezes no uso da música. (...) Fiam-se na música e no cântico de coros para produzirem o efeito desejado e de ocasionarem decisão. (...) Há os que tem o Dom de contar histórias de maneira comovente e eficaz. Outros parecem por a sua confiança no encanto pessoal do orador.(...)
2. O segundo perigo é que as pessoas podem chegar a uma decisão resultante de um falso motivo. Às vezes as pessoas se decidem por Cristo simplesmente porque estão desejosas de ter a experiência que outros tiveram (...) Ou pode ser o desejo de Ter este maravilhoso tipo de vida do qual lhe falaram. O evangelho de Jesus Cristo dá-nos uma vida da maravilhosa, e louvamos a Deus por isso, mas a verdadeira razão para nos tornarmos cristãos não é que tenhamos uma vida maravilhosa; é, antes, que estejamos em correta relação com Deus. Às vezes Cristo é apresentado como herói. (...) poderá ser que (...) se unam a nossa classe bíblica ou à nossa Igreja simplesmente porque a mensagem atraiu o seu instinto heróico. (...)
3. E, a seguir, o último perigo que desejo acentuar sob o presente título, é a terrível falácia de apresentar o evangelho em termos de "Cristo precisa de você", e de dar a impressão de que, se o rapaz não se decide por Cristo, é um mal sujeito. (...)
Devemos apresentar a verdade; esta terá que ser uma exposição positiva do ensino da Palavra de Deus. Primeiro e acima de tudo, devemos mostrar aos homens a condição em que se acham por natureza, à vista de Deus. Devemos levá-los a ver que, independentemente do que façamos e do que tenhamos feito, todos nós nascemos com "filhos da ira"; nascemos num estado de condenação, culpados aos olhos de Deus; fomos concebidos em pecado e fomos formados em iniquidade. Isso vem em primeiro lugar.
Feito isso, devemos prosseguir e demonstrar a enormidade do pecado. Não significa apenas que devemos mostrar a iniquidade de certos pecados. Não há nada que seja tão vital como a distinção entre pecado e pecados. (...) Depois devemos conclamar os nossos ouvintes a confessarem e a reconhecerem os seus pecados diante de Deus e dos homens. E então devemos ir adiante e apresentar a gloriosa e estupenda oferta de salvação gratuita , que se acha unicamente em Jesus Cristo, e Este crucificado. A única decisão, que é do mais diminuto valor, é a que se baseia na compreensão dessa verdade. Podemos fazer os homens se decidirem como resultado dos nossos cânticos, como resultado do encanto da nossa personalidade, mas o nosso dever não conseguir seguidores pessoais. O nosso dever não é simplesmente aumentar o tamanho das nossas classes de estudo da Bíblia ou das organizações e igrejas. O nosso dever é reconciliar almas com Deus. Repito que não há nenhum valor numa decisão que não esteja baseada na aceitação da verdade.
A Edificação
A minha Segunda subdivisão relacionada com a apresentação do evangelho é a obra de edificação. Este é um grande tema, e tudo o que eu posso fazer é simplesmente lançar certos princípios. Em nenhuma oura parte o perigo de um falso método é mais real do que esta particular questão de edificação, como o que me refiro ao ensino concernente à santificação e à santidade. Não se pode ler o Novo Testamento sem perceber logo Que a Igreja Primitiva reagia contra problemas, perigos e heresias incipientes que a assediavam. Havia os que diziam, por exemplo: "Continuemos no pecado para que a graça seja mais abundante". Havia os que diziam que, contanto que você fosse cristão, não importava o que você tinha feito, que, contanto que você estivesse certo em suas crenças, o seu corpo não importava e você podia pecar o quanto quisesse. Isto é conhecido como antinomianismo. Havia os que se diziam sem pecados. Havia os que partiam em busca de "conhecimento", que alegavam Ter alguma experiência esotérica especial que os outros , cristãos inferiores, ignoravam. (...)
Se posso fazer um sumário de todos esses perigos, é o perigo de isolar um texto ou uma idéia e construir um sistema em torno dele, em vez de comparar Escritura com Escritura. Isso é procurar atalho no mundo espiritual. As pessoas tentam chegar à santificação com um só movimento, e assim se privam do processo descrito no Novo Testamento. A maneira de evitar esse perigo é estudar o Novo Testamento, especialmente as Epístolas. Devemos ter o cuidado de não tomar um incidente dos Evangelhos e tecer uma teoria em torno dele(...) Devemos compreender que o nosso padrão nesta questão particular(santidade/santificação) acha-se nas Epístolas.(...)
Conclusão
Permitam-me resumir tudo o que eu venho tentando dizer, da maneira seguinte: se vocês quiserem ser competentes ministros do evangelho, se quiserem apresentar a verdade de modo certo e verdadeiro, terão que ser estudantes assíduos da Palavra de Deus, terão de lê-la sem cessar. Terão que ler todos os bons livros que os ajudem a entendê-la e os melhores comentários da Bíblia que puderem encontrar. Terão que ler o que denomino teologia bíblica, a explicação das grandes doutrinas do Novo Testamento, para que venham a entendê-las cada vez mais claramente e, daí, sejam capazes de apresentá-las com clareza cada vez maior aos que venham ouvi-los. A obra do ministério não consiste meramente em oferecer a nossa experiência pessoal, ou em falar das nossa vidas ou das vidas de outros, mas sim, em apresentar a verdade de Deus de maneira tão simples e clara quanto possível. E o jeito de fazer isso é estudar a Palavra e toda e qualquer coisa que nos ajude nessa tarefa suprema.
Talvez vocês me perguntem: quem é suficiente para estas coisas? Temos outras coisas que fazer; somos homens ocupados. Como poderemos fazer o que você nos pede que façamos? Minha resposta é que nenhum de nós é suficiente para estas coisas, todavia Deus pode capacitar-nos para fazê-las, se de fato estamos desejosos de servi-lO. Não me impressionam muito esses grandes argumentos de que vocês são homens ocupados, de que vocês têm que fazer muitas coisas no mundo e, por isso, não têm tempo de ler estes livros sobre a Bíblia e de estudar teologia, e por esta boa razão: alguns dos melhores teólogos que conheci, alguns dos mais santos, alguns dos homens mais culto, tiveram que trabalhar mais duro que qualquer de vocês e, ao mesmo tempo, foram-lhes negadas as vantagens que vocês gozam. "Querer é poder". Se eu e vocês estivermos preocupados com as almas perdidas, jamais deveremos alegar que não temos tempo para preparar-nos para este grande ministério; temos que fabricar tempo. Temos que aparelhar-nos para a tarefa, consciente da séria e Terrível responsabilidade da obra. Temos que estudar, trabalhar, suar e orar para podermos conhecer a verdade cada vez mais e cada vez mais perfeitamente. Temos que pôr em prática em nossas vidas as palavras que se acham em 1 Tm.4:12-16. Conceda-nos Deus a graça e o poder para fazê-lo, para a honra e a glória do Seu santo nome.

Nota sobre o Autor: Martyn Lloyd-Jones tem sido descrito como "o melhor pregador comtemporâneo". Aos 23 anos de idade era Chefe Assistente Clínico de Sir Thomas Horder, o médico do rei da Inglaterra. Inesperadamente aos 27 anos, voltou ao País de Gales, sua terra natal, com o coração ardendo pela salvação dos seus compatriotas. Depois de 12 anos pastoreando aquele rebanho, o "Doutor", título pelo qual foi afetuosamente conhecido, voltou para Londres, onde ocupou por mais de 30 anos o púlpito da Capela de Westminster. Em 1981, o grande médico, pregador e l;íder cristão partiu para encontrar-se com Aquele que o chamara e capacitara, deixando-nos um legado que continua mantendo vivo sua obra a ministério. Ele foi um homem que, em termos da sua influência, viveu em vários mundos a um só tempo. De 1938 em diante, ele pastoreou uma igreja no centro de Londres. Simultaneamente, era comum fazer a obra de evangelista itinerante durante a semana, pregando em igreja a convites, ou às vezes participando de missões dirigidas aos estudantes. Centenas de pessoas que conheceram o Dr. Lloyd-Jones, podiam dizer com o Dr. James I. Packer: "Sei que, em grande parte, a minha visão atual é o que é porque ele foi o que foi e, sem dúvida, a sua influência foi mais profunda do que eu poderia delinear".

Nota Final: Este texto foi transcrito parcialmente do livro "Discernindo os Tempos" Editado pela PES .

15:41

"A Absoluta Importância do Motivo"




Autor: A. W. Tozer
* * *
A prova pela qual toda conduta será finalmente julgada é o motivo.
Como a água não pode subir mais alto do que o nível da sua fonte, assim a qualidade moral de um ato nunca pode ir mais alto do que o motivo que o inspira. Por esta razão, nenhum ato procedente de um mau motivo pode ser bom, ainda que algum bem possa parecer provir dele. Toda ação praticada por ira ou despeito, por exemplo, ver-se-á afinal que foi praticada pelo inimigo e contra o reino de Deus.
Infelizmente, a natureza da atividade religiosa é tal que muita coisa dela pode ser levada a efeito por razões não boas, como a raiva, a inveja, a ambição, a vaidade e a avareza. Toda atividade desse jaez é essencialmente má e como tal será avaliada no julgamento.
Nesta questão de motivos, como em muitas outras coisas, os fariseus dão-nos claros exemplos. Eles continuam sendo os mais tristes fracassos religiosos do mundo, não por causa de erro doutrinário, nem porque fossem pessoas de vida abertamente dissoluta. Todo o problema deles estava na qualidade dos seus motivos religiosos. Oravam, mas para serem ouvidos pelos homens, e deste modo o seu motivo arruinava as suas orações e as tornava não somente inúteis, mas realmente más. Contribuíam generosamente para o serviço do templo, mas às vezes o faziam para escapar do seu dever para com os seus pais, e isto era um mal, um pecado. Eles condenavam o pecado e se levantavam contra ele quando o viam nos outros, mas o faziam por sua justiça própria e por sua dureza de coração. Assim era com quase tudo o que faziam. Suas atividades eram cercadas de uma aparência de santidade, e essas mesmas atividades, se realizadas por motivos puros, seriam boas e louváveis. Toda a fraqueza dos fariseus jazia na qualidade dos seus motivos.
Que isso não é uma coisa pequena infere-se do fato de que aqueles religiosos formais e ortodoxos continuaram em sua cegueira até que finalmente crucificaram o Senhor da glória sem um pingo de noção da gravidade do seu crime.
Atos religiosos praticados por motivos vis são duplamente maus - maus em si mesmos e maus porque praticados em nome de Deus. Isso é equivalente a pecar em nome dAquele Ser que é sem pecado, a mentir em nome dAquele que não pode mentir, e a odiar em nome dAquele cuja natureza é amor.
Os cristãos, especialmente os muito ativos, freqüentemente devem tomar tempo para sondar as suas almas para certificar-se dos seus motivos. Muito solo é cantado para exibição; muito sermão é pregado para mostrar talento; muita igreja é fundada como uma bofetada nalguma outra igreja. Mesmo a atividade missionária pode tornar-se competitiva, e a conquista de almas pode degenerar, passando a ser uma espécie de plano de vendedor de escovas, para satisfazer a carne. Não se esqueçam, os fariseus eram grandes missionários, e circundavam mar e terra para fazer um converso.
Um bom modo de evitar a armadilha da atividade religiosa vazia é comparecer ante Deus sempre que possível com as nossa Bíblias abertas no capítulo 13 de I Coríntios. Esta passagem, conquanto considerada como uma das mais belas da Bíblia, é também uma das mais severas das que se acham nas Escrituras Sagradas. O apóstolo toma o serviço religioso mais elevado e o consigna à futilidade, a menos que seja motivado pelo amor. Sem amor, profetas, mestres, oradores, filantropos e mártires são despedidos sem recompensas.
Para resumir, podemos dizer simplesmente que, à vista de Deus, somos julgados, não tanto pelo que fazemos como por nossa razões para fazê-lo. Não o que mas por que será a pergunta importante quando nós cristãos comparecermos no tribunal para prestarmos contas dos atos praticados enquanto no corpo.


Nota sobre o Autor:
O Dr. A. W. Tozer era pastor de uma Igreja da Aliança Cristã Missionária no Canadá, até o falecimento dele nos 1960's. Ele é conhecido como um dos mais famosos pregadores deste século e como "um profeta" da nossa geração.
Este artigo foi extraído do livro 'A RAIZ DOS JUSTOS' publicado pela EDITORA MUNDO CRISTÃO, o qual faz parte de uma série de 7 livros com os seguintes títulos: Vol.1 - O Caminho do Poder Espiritual; Vol.2 - O Poder de Deus; Vol.3 - Mais perto de Deus; Vol.4 - De Deus e o Homem; Vol.5 - A Raiz dos Justos; Vol.6 - A Conquista Divina e Vol.7 - O melhor de A W Tozer.

04:54

UMA PARÁBOLA MODERNA



Por: Geoffrey Thomas

* * *
O grupo estava cantando animadamente, a bateria estava soando, os guitarristas estavam tocando animados com a audiência que cooperava batendo as palmas e os pés - mas o Espírito não estava ali. Eles cantaram por mais de uma hora, levando a uma emoção crescente, depois se sentaram com um sentimento de bem estar - mas o Espírito não estava ali. O pregador apresentou sua mensagem, contou suas estórias, fez todos rirem e chorarem - mas o Espírito não estava ali. Ele começou seu apelo, explicou apelando para que as pessoas viessem à frente para serem salvas, outras para que re-dedicassem suas vidas, outros para receberem cura interior, outros para compartilharem com os conselheiros a respeito dos seus problemas. Uma multidão veio à frente. Um homem disse a si mesmo, "Eu quero ser feliz como estas pessoas", e foi à frente - mas o Espírito não estava ali. Depois do culto, quando as pessoas estavam conversando umas com as outras sobre suas atividades e planos, ninguém percebeu que o Espírito Santo não estava no seu meio.
Mais abaixo, na mesma rua, em outra igreja, o pastor anunciou os hinos que iriam cantar. Leram um salmo em uníssono, a congregação cantou - mas o Espírito não estava ali. A nova versão internacional da Bíblia foi lida - mas o Espírito não estava ali. O pregador orou pela congregação, pela comunidade; agradeceu a Deus pelo Evangelho - mas o Espírito não estava ali. Depois do culto a congregação em silêncio foi para casa, tão consciente quanto o seu pastor de que as coisas ali não estavam como deveriam estar, nem como poderiam estar, já que eram de uma igreja que representava o Deus verdadeiro.
Quando a bênção de Deus é removida de uma igreja evangélica que está adorando no sistema tradicional, os resultados são imediatos e patéticos. Se o Espírito de Deus não está presente no louvor das pessoas e na proclamação do pregador nada mais resta do que uma igreja vazia e ôca. No entanto, quando o Espírito sai de uma igreja que tem muitas palmas, muitos cânticos, uma banda que toca, sermões em ritmo acelerado, muito riso, muita alegria e muitas chamadas à frente, pode-se passar até um milênio ou dois antes que alguém perceba que o Espírito Santo se foi -- porque mesmo quando Ele não está presente, as pessoas agem como se Ele estivesse, e a atmosfera ali é uma atmosfera "religiosa".
Um dia o pastor se prostrou diante de Deus e clamou, "Senhor, eu não posso continuar sem a tua bênção. Davi nos diz que podes restaurar a minha alma. A minha alma fica aqui prostrada diante de Ti precisando ser restaurada. Eu pareço fazer tudo como um robô religioso sem sequer pensar em Ti Senhor, ou invocar a Tua ajuda" - Então o Espírito começou a se mover.
O pastor começou a buscar na Bíblia as marcas da presença do Espírito Santo. Ele aprendeu que aquele pecado persistente na vida de uma pessoa ou aquele pecado escandaloso que todos na congregação conhecem, que é tolerado e aceito, apaga o Espírito Santo. Se Ele como pregador representasse mal a Palavra de Deus, omitisse o caminho da salvação, ou tivesse comunhão com os descrentes, entristeceria o Espírito Santo de Deus. Ele descobriu que se orasse com ousadia a respeito do pecado, da justiça e do juízo, o próprio Espírito Santo viria e faria parte da sua pregação para testificar a respeito destas realidades. O mais importante de tudo, se ele glorificasse o Senhor Jesus Cristo e voltasse a falar mais dEle como o Filho de Deus e o salvador de todo aquele que nEle crer, então o trabalho que o Espírito faria com a maior alegria seria assisti-lo e abençoá-lo. Ele aprendeu esta grande lição, como se pela primeira vez tivesse aprendido que o Espírito Santo é dado a todo aquele que obedece a Palavra de Deus. Ele passou a buscar com toda dedicação a mudança de sua vida, disciplinado, mais dedicado ao estudo da Palavra de Deus, passando muito tempo na presença do Salvador, evitando aqueles padrões de vida que o deixavam preguiçoso diante da televisão negligenciando sua família. Ele saiu a buscar as pessoas que ele há muito tempo via nos arredores da igreja mas nunca participando realmente e falar-lhes da necessidade de se entregarem realmente a Cristo. Ele começou a passar muito mais tempo no preparo dos seus sermões, pensando nas pessoas para as quais estaria ministrando a Palavra e pensando no Deus que estaria representando, quando estivesse lendo a Sua Palavra. Ele passou a continuamente pedir e clamar pela sua necessidade de ser guiado pelo Espírito "sem Ti não posso fazer nada!".
No domingo pela manhã ele ficou diante da sua congregação de pé e orou, "Senhor, nós tememos passar por todo este período do culto ouvindo a voz de homens, ouvindo os nossos hinos, ouvindo a palavra que sai da boca do pastor falando a respeito da Tua palavra; nós tememos o simples pensamento de que poderemos sair deste templo, daqui a uma hora, sem ter tido comunhão com aquele testemunho secreto e soberano que o Teu Espírito coloca dentro dos nossos corações. Confessamos a Ti os nossos pecados; clamamos e choramos nossa incapacidade por continuarmos sem a Tua presença; precisamos de Ti. Vem Senhor, tem misericórdia de nós. Nós podemos erigir o altar, mas só Tu, Senhor, podes mandar o fogo".
Então o Espírito de perdão, há tanto tempo entristecido, modestamente voltou silencioso e soprou sobre todos eles. " ... Se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e cearei com ele e ele comigo... Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz à igreja" (Ap.3:20).

Obs: Artigo extraído do Jornal "Os Puritanos" Ano III - No. 4

07:41

Amazing Grace (after I'm amazed) Jason Crabb

07:07

Eu também posso dizer que fui "Nascido Escravo"


Dos vários livros e artigos que tenho lido nestes anos, nenhum me marcou tanto como "Nascido Escravo" de Martinho Lutero lançado com este titulo no Brasil pela Editora Fiel.
O livro apresenta o debate existente entre Martinho Lutero e Desidério Erasmo em torno da seguinte questão."Possui o homem algo chamado "livre-arbítrio"? Pode um ser humano, voluntariamente e sem qualquer ajuda, voltar-se para Cristo a fim de ser salvo de seus pecados? Erasmo respondia com um "sim!" Lutero, com um ressoante "Não!".(Nascido Escravo, pag. 11)

Vale ressaltar que em hipótese alguma Lutero nega a responsabilidade humana, o que está em discussão ali é se o homem em seu estado natural tem condições de voltar-se para Deus por suas próprias forças ou não.

Lutero refuta o conceito de "livre arbítrio" como fora exposto por Erasmo e a Igreja Católica. O que seria a verdadeira Liberdade?


A questão toda gira em torno daquela questão básica, a salvação é pela graça somente, ou tem o homem algum mérito nela? Seria a salvação conquistada pelo homem por meio das obras ou a salvação é dada gratuitamente mediante a fé somente?

Lutero partiu do pressuposto que "cada crença e experiência precisa ser testada através da autoridade das Escrituras Sagradas. Ele entendeu que a salvação é recebida como uma graça divina, "mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie"(Nascido Escravo pag. 14)

Lutero se propõe a analisar a obra " Discussão Sobre o Livre-arbítrio" escrita por Erasmo em 1524 e ele faz, partindo de uma analise cuidadosa deste assunto nas Escrituras.

Os argumentos de Lutero são irrefutáveis. Colocarei abaixo alguns deles e espero falar deles com mais detalhes nos próximos textos.

1-A culpa universal da humanidade prova que o "livre-arbítrio" é falso (Rm 1:18)
2-O domínio universal do pecado prova que o "livre-arbítrio" é falso (Rm 3:9,10-12,19)
3-O "livre-arbitrio" não pode obter aceitação diante de Deus através da observância da lei moral e cerimonial (Rm 3:20,21/ Gl 3:10/ Jo 3:6)
4-A lei tem o propósito de conduzir os homens a Cristo dando-lhes conhecimento do pecado (Rm 3:20/ Gl 3:19/ Rm 7:7)
5-A doutrina da salvação pela fé em Cristo prova que o "livre-arbítrio" é falso ( Rm 3:21-25)
6-Não há lugar para qualquer idéia de mérito ou recompensa pelas boas obras (Rm 3:24/ Rm 11:6)
7-O livre arbítrio não tem valor porque as obras nada têm a ver com a justiça do homem diante de Deus (Rm 4:2,3,4,5)
8-O estado do homem sem o Espirito de Deus mostra que o livre arbítrio nada pode fazer de natureza espiritual ( Rm 8:5,7,8,9/ Jo 3:6/Rm 1:17/Rm 14:23)
9-Aqueles que chegam a conhecer a Cristo não pensavam previamente sobre Cristo, nem o buscavam, nem se prepararam para conhecê-lo (Rm 10:20/ Is 65:1/Rm 9:30;31)
10-A salvação para o mundo pecaminoso é pela graça de Cristo, exclusivamente mediante a fé (Jo 1:5,10,11/Jo 7:7/8:23/14:7/15:19/ 1 Jo 2:16/ Jo 1:12;13,16)
11-O caso de Nicodemos, no terceiro capitulo de João, opõe-se ao livre arbitrio ( Jo 3:1-9)
12-O livre arbitrio não tem utilidade, pois a salvação vem somente por meio de Cristo (Jo 14:6/ Jo 3:18,27,31,36/ Rm 8:23)
13-O homem é incapaz de crer no Evangelho, por isso todos os seus esforços não podem salva-lo (Jo 6:44,45)
14-A incredulidade universal prova que o livre arbitrio é falso ( Jo 16:8)
15-O poder da carne , mesmo em verdadeiros crentes, mostra a falsidade do livre-arbitrio (Rm 7/ Gl 5)/ Rm 8:7)

Espero de coração que este livro seja um instrumento de Deus pra você também meu querido, que anseia conhecer mais do Evangelho da graça de Deus.

De seu irmão

Aldair Ramos Rios

Há neste texto citações do livro "Nascido Escravo" de Martinho Lutero/ Editora Fiel/ 2007

11:53

Lutero ainda fala-Um ensaio em história da interpretação Bíblica

06:24

UNIVERSIDADE MACKENZIE: EM DEFESA DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO RELIGIOSA

A Universidade Presbiteriana Mackenzie vem recebendo ataques e críticas por um texto alegadamente “homofóbico” veiculado em seu site desde 2007. Nós, de várias denominações cristãs, vimos prestar solidariedade à instituição. Nós nos levantamos contra o uso indiscriminado do termo “homofobia”, que pretende aplicar-se tanto a assassinos, agressores e discriminadores de homossexuais quanto a líderes religiosos cristãos que, à luz da Escritura Sagrada, consideram a homossexualidade um pecado. Ora, nossa liberdade de consciência e de expressão não nos pode ser negada, nem confundida com violência. Consideramos que mencionar pecados para chamar os homens a um arrependimento voluntário é parte integrante do anúncio do Evangelho de Jesus Cristo. Nenhum discurso de ódio pode se calcar na pregação do amor e da graça de Deus.

Como cristãos, temos o mandato bíblico de oferecer o Evangelho da salvação a todas as pessoas. Jesus Cristo morreu para salvar e reconciliar o ser humano com Deus. Cremos, de acordo com as Escrituras, que “todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Romanos 3.23). Somos pecadores, todos nós. Não existe uma divisão entre “pecadores” e “não-pecadores”. A Bíblia apresenta longas listas de pecado e informa que sem o perdão de Deus o homem está perdido e condenado. Sabemos que são pecado: “prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçaria, inimizades, contendas, rivalidades, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias” (Gálatas 5.19). Em sua interpretação tradicional e histórica, as Escrituras judaico-cristãs tratam da conduta homossexual como um pecado, como demonstram os textos de Levítico 18.22, 1Coríntios 6.9-10, Romanos 1.18-32, entre outros. Se queremos o arrependimento e a conversão do perdido, precisamos nomear também esse pecado. Não desejamos mudança de comportamento por força de lei, mas sim, a conversão do coração. E a conversão do coração não passa por pressão externa, mas pela ação graciosa e persuasiva do Espírito Santo de Deus, que, como ensinou o Senhor Jesus Cristo, convence “do pecado, da justiça e do juízo” (João 16.8).

Queremos assim nos certificar de que a eventual aprovação de leis chamadas anti-homofobia não nos impedirá de estender esse convite livremente a todos, um convite que também pode ser recusado. Não somos a favor de nenhum tipo de lei que proíba a conduta homossexual; da mesma forma, somos contrários a qualquer lei que atente contra um princípio caro à sociedade brasileira: a liberdade de consciência. A Constituição Federal (artigo 5º) assegura que “todos são iguais perante a lei”, “estipula ser inviolável a liberdade de consciência e de crença” e “estipula que ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política”. Também nos opomos a qualquer força exterior – intimidação, ameaças, agressões verbais e físicas – que vise à mudança de mentalidades. Não aceitamos que a criminalização da opinião seja um instrumento válido para transformações sociais, pois, além de inconstitucional, fomenta uma indesejável onda de autoritarismo, ferindo as bases da democracia. Assim como não buscamos reprimir a conduta homossexual por esses meios coercivos, não queremos que os mesmos meios sejam utilizados para que deixemos de pregar o que cremos. Queremos manter nossa liberdade de anunciar o arrependimento e o perdão de Deus publicamente. Queremos sustentar nosso direito de abrir instituições de ensino confessionais, que reflitam a cosmovisão cristã. Queremos garantir que a comunidade religiosa possa exprimir-se sobre todos os assuntos importantes para a sociedade.

Manifestamos, portanto, nosso total apoio ao pronunciamento da Igreja Presbiteriana do Brasil publicado no ano de 2007[LINK http://www.ipb.org.br/noticias/noticia_inteligente.php3?id=808] e reproduzido parcialmente, também em 2007, no site da Universidade Presbiteriana Mackenzie, por seu chanceler, Reverendo Dr. Augustus Nicodemus Gomes Lopes. Se ativistas homossexuais pretendem criminalizar a postura da Universidade Presbiteriana Mackenzie, devem se preparar para confrontar igualmente a Igreja Presbiteriana do Brasil, as igrejas evangélicas de todo o país, a Igreja Católica Apostólica Romana, a Congregação Judaica do Brasil e, em última instância, censurar as próprias Escrituras judaico-cristãs. Indivíduos, grupos religiosos e instituições têm o direito garantido por lei de expressar sua confessionalidade e sua consciência sujeitas à Palavra de Deus. Postamo-nos firmemente para que essa liberdade não nos seja tirada.

Este manifesto é uma criação coletiva com vistas a representar o pensamento cristão brasileiro.
Para ampla divulgação
.

06:40

PREGAÇÃO NO ANTIGO TESTAMENTO: É MESMO NECESSÁRIA?

06:38

O CATECISMO DE HEIDELBERG: SUA HISTÓRIA E INFLUÊNCIA

Acesse o site:
http://www.mackenzie.br/fileadmin/Mantenedora/CPAJ/revista/VOLUME_I__1996__1/o_catecismo.pdf

06:32

2ºConferência Teologica Liberdade

14:58

O Pacto da Graça - uma breve introdução

Há um mês atrás preguei à minha congregação sobre os Pactos da Redenção, das Obras e da Graça. Devido ao grande interesse deles em estudar mais sobre o Pacto da Graça, trarei aqui alguns posts relacionados a este assunto.
Analisarei o que a Palavra de Deus diz sobre o assunto bem como o que algumas confissões de fé reformadas afirmam sobre o mesmo. Espero que lhe seja edificante.
Comecemos por entender do que se trata um pacto.
O QUE É UM PACTO
Por pacto entende-se a presença de partes contratantes. Há, pelo menos, duas partes. Além destas, há condições, promessas e penalidades presentes também.1 No primeiro pacto, o chamado das Obras, Deus tratou com Adão, sendo este o representando de todos os seus descendentes com relação ao pacto. A promessa dada por Deus neste primeiro pacto era a vida. A condição era a perfeita e completa obediência pessoal. Com a queda do homem, quebrando o Pacto das Obras, surge o Pacto da Graça, devido àquilo que a Confissão de Fé de Westminster chama de incapacidade do homem de ter vida. Por isso, “o Senhor dignou-se a fazer um segundo pacto”.2 Neste, Deus livremente oferece a vida e salvação através de Jesus Cristo aos pecadores, exigindo apenas fé destes em Cristo, prometendo dar a eles a vida eterna e Seu Santo Espírito, “para dispô-los e habilitá-los a crer”.3
O capítulo da Confissão de Fé de Westminster que trata deste assunto é o sétimo. Neste, a Confissão trata do ‘Pacto de Deus com o Homem’, sendo dividido em seis seções. Divido em dois pactos, o ‘das Obras’ e o ‘da Graça’, nos ateremos ao último sendo que, em apenas alguns momentos citaremos o primeiro. Quanto ao Pacto da Graça, assim nos diz a Confissão de Fé de Westminster:
III. O homem, tendo-se tornado pela sua queda incapaz de vida por esse pacto, o Senhor dignou-se fazer um segundo pacto, geralmente chamado o pacto da graça; nesse pacto ele livremente oferece aos pecadores a vida e a salvação por Jesus Cristo, exigindo deles a fé nele para que sejam salvos; e prometendo dar a todos os que estão ordenados para a vida o seu Santo Espírito, para dispô-los e habilitá-los a crer.
IV. Este pacto da graça é freqüentemente apresentado nas Escrituras pelo nome de Testamento, em referência à morte de Cristo, o testador, e à perdurável herança, com tudo o que lhe pertence, legada neste pacto.
V. Este pacto no tempo da Lei não foi administrado como no tempo do Evangelho. Sob a Lei foi administrado por promessas, profecias, sacrifícios, pela circuncisão, pelo cordeiro pascoal e outros tipos e ordenanças dadas ao povo judeu, prefigurando, tudo, Cristo que havia de vir; por aquele tempo essas coisas, pela operação do Espírito Santo, foram suficientes e eficazes para instruir e edificar os eleitos na fé do Messias prometido, por quem tinham plena remissão dos pecados e a vida eterna: essa dispensarão chama-se o Velho Testamento.
VI. Sob o Evangelho, quando foi manifestado Cristo, a substância, as ordenanças pelas quais este pacto é dispensado são a pregação da palavra e a administração dos sacramentos do batismo e da ceia do Senhor; por estas ordenanças, posto que poucas em número e administradas com maior simplicidade e menor glória externa, o pacto é manifestado com maior plenitude, evidência e eficácia espiritual, a todas as nações, aos judeus bem como aos gentios. É chamado o Novo Testamento. Não há, pois, dois pactos de graça diferentes em substância mas um e o mesmo sob várias dispensações.4

No próximo post, tentarei analisar como os puritanos lidaram com esta doutrina quase totalmente riscada da agenda dos púlpitos de nossas igrejas.
Até breve!

Wilson Porte Jr.
Post Tenebras Lux

Notas
1 HODGE, Alexander A. A Confissão de Fé de Westminster Comentada por A.A.Hodge. São Paulo: Puritanos, 1999, p. 171.
2 BEEKE, Joel; FERGUSON, Sinclair B. Harmonia das Confissões de Fé Reformadas. São Paulo: Cultura Cristã, 2006, p. 53.
3 Ibid., p. 53.
4 Ibid., p. 53, 55.

Fonte: http://rumoaoalvo.blogspot.com/2010/10/o-pacto-da-graca-uma-breve-introducao.html

13:46

Sola Fide

Rev. Paul Settle




“Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, sem as obras da lei” (Romanos 3:28)

Os Reformadores descobriram, à partir das Escrituras, que os pecadores são justificados pela fé somente. Eles descobriram que a fé é mais do que simplesmente andar de cabeça erguida, esperando que as coisas melhorem (confiança desconectada de um objeto de confiança), e que ela é mais do que meramente crer no que uma igreja ou uma autoridade eclesiástica ensina (confiar numa igreja e aceitar seus dogmas sem confiar em Cristo como Salvador).

Na Bíblia, a fé verdadeira e viva é crer na Palavra de Deus e se entregar a Ele em segura confiança. A fé é a apreensão inteligente da alma da verdade revelada, a aceitação da verdade como se aplicando a si mesmo e a resposta para as suas próprias necessidades, a apropriação da verdade como uma palavra e um convite pessoal de Deus, e uma confiança ativa em Deus e no Seu Filho. Os Reformadores enfatizaram que a fé não é apenas a aceitação intelectual de fatos, mas, antes, é a segura confiança no Cristo vivo. “Confiar em Cristo”, diz Sinclair Ferguson, “...é o cerne da fé. Fé significa habitar em Cristo (João 15:1-11); ela significa receber a Cristo (João 1:12) e, portanto, abraçá-Lo em total confiança”. A fé gira em torno de Cristo e está fundamentada nEle. J. I. Packer recordar o acróstico da escola dominical que a expressa perfeitamente: F-A-I-T-H [Fé] — “Forsaking All, I Take Him” [Abandonando tudo, eu O seguro].

A confiança ou certeza da fé brota da consciência de descansar sobre a Palavra de Deus que “não pode mentir” (Tito 1:2). Deus é digno de confiança; Ele fala a verdade; nós cremos nEle e confiamos seguramente nEle. “Agora, pois, Senhor JEOVÁ, tu és o mesmo Deus, e as tuas palavras são verdade, e tens falado a teu servo este bem” (2 Samuel 7:28). A fé começa com as Sagradas Escrituras que foram escritas por homens inspirados pelo Espírito Santo e cujas palavras, portanto, constituem a própria Palavra de Deus. “Pelo que também damos, sem cessar, graças a Deus, pois, havendo recebido de nós a palavra da pregação de Deus, a recebestes, não como palavra de homens, mas (segundo é, na verdade) como palavra de Deus, a qual também opera em vós, os que crestes” (1 Tessalonicenses 2:13).

Nossa experiência de fé começa com as Escrituras; mas, qual é a origem da fé, de onde ela vem? Fé é uma graça, um dom de Deus (Efésios 2:8; Filipenses 1:29). Ela começa (e continua!) como uma obra do Espírito de Deus. Homens caídos não podem ler e entender a Bíblia sem a Sua assistência miraculosa. Eles não podem apreender nem confiar na verdade, nem podem aceitá-la e aplicá-la a si mesmos, ou recebê-la no coração como um convite pessoal de Deus. Pecadores não podem se voltar para Cristo sem o auxílio soberano e poderoso de Deus. Somente quando, e não até que, o Espírito ilumina o coração, um incrédulo pode agarrar as realidades do evangelho, renunciar seus pecados e sua pecaminosidade e vir a Cristo. Em outras palavras, uma pessoa deve “nascer de novo” antes que ela possa crer. A fé, portanto, vem após a regeneração (João 3:3; 1 Coríntios 2:14; João 6:44, 65; 2 Coríntios 4:4-6; João 3:3-8). Nós estamos mortos; o Espírito imparte o sopro de vida; esta primeira respiração é a fé.

Os pecadores estão ligados ou unidos a Cristo pela fé somente. A fé, unindo-nos a Cristo, faz com que todas as bênçãos espirituais sejam nossas (Efésios 1:3). Assim, a fé é suficiente — nada mais é necessário ou requerido. A fé é perfeitamente adequada para salvar, pois ela liga pecadores com um Salvador perfeitamente adequado. Nós desfrutamos uma salvação perfeita porque, à vista de Deus, estamos unidos com um Salvador perfeito. Quando o carcereiro filipense perguntou, “O que devo fazer para ser salvo?”, a resposta de Paulo disse tudo, “Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo”.

Sola Fide!


(Rev. Paul Settle, um dos fundadores originais da Presbyterian Church in America (PCA), serve como pastor assistente na Park Cities Presbyterian Church (PCA) em Dallas, Texas).


Traduzido por: Felipe Sabino de Araújo Neto
Cuiabá-MT, 23 de Maio de 2005.

site: www.monergismo.net.br

07:26

Resenha do livro-Evangélicos em crise

Acesse o link:

www.mackenzie.br/fileadmin/Mantenedora/CPAJ/revista/VOLUME_I__1996__1/Paulo_Romeiro.pdf

10:23

Deus tem um povo escolhido - C. H. Spurgeon




Cremos que Deus tem um povo escolhido. Essas pessoas são redimidas e a elas será dada vida eterna. Cremos que a graça de Deus produz convicção dos pecados nos corações dessas pessoas. Primeiramente Deus lhes mostra seus pecados. Em seguida, Deus as leva a crerem em Cristo. Pelo fato de que Cristo é justo, Deus vê os Seus filhos que confiam em Cristo como justos também. Cremos ainda que estas pessoas escolhidas e eleitas certamente serão levadas à glória no céu. Essas doutrinas da graça são como uma corrente, cada uma está ligada às outras. Cada elo na corrente, isto é, cada doutrina, necessita das outras.

Existem muitas pessoas que não crêem neste ensinamento. Elas nos dizem que na Bíblia há advertência contra as pessoas que abandonam sua fé. Perguntam: "Por que são dados esses avisos se é realmente verdade que "os justos seguirão firmemente seu caminho?" Se não é possível para os verdadeiros cristãos abando¬narem sua fé, qual é a necessidade das advertências sobre perder--se? Será que essas advertências não são utilizadas por Deus para que Seu povo não se afaste dEle?"

Na Epístola aos Hebreus encontramos sérias advertências contra o abandono da fé (apostasia). Mas o autor de Hebreus está certo de que os verdadeiros cristãos a quem ele está escrevendo não estarão entre os que abandonarão sua fé. Ele diz: "Mas de vós, ó amados, esperamos coisas melhores" (Heb. 6:9).

No entanto, aqueles que não gostam do ensinamento de que o verdadeiro cristão não pode em última análise perder sua fé, nos dizem que na Palavra de Deus há aqueles que conheceram de fato a Cristo e mesmo assim abandonaram o caminho cristão. Devemos dizer a eles que isto não é verdadeiro. Devemos lembrá-los de versículos como I João 2:19: "Saíram de nós, mas não eram de nós; porque se fossem de nós, ficariam conosco; mas isto é para que se manifestasse que não são todos de nós".

No Evangelho de João, o Senhor Jesus Cristo fala dos ramos da videira que, por não produzirem nenhum fruto, foram cortados e queimados. Ilustrando-se isso de uma outra maneira, existem muitas pessoas que parecem ser cristãs exteriormente, mas que nos seus corações realmente não são cristãs. Essas pessoas deixarão a companhia dos autênticos cristãos e jamais retornarão. Elas serão como ramos sem frutos que só servem para serem queimados. Isso já não acontece com o cristão autêntico. Ele poderá se desviar, porém voltará. Ele não será como um ramo de árvore que foi cortado. Ele será como um ramo que foi podado, para que mais tarde produza novamente fruto. Em Mateus 7:23, aqueles a quem o Senhor diz: "Nunca vos conheci" jamais foram Seus seguidores.

A primeira razão que damos para mostrar porque os verdadeiros crentes seguirão firmes até o fim, é o tipo de vida que receberam ao nascerem de novo. O apóstolo Pedro diz que os filhos de Deus foram "de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva, e que permanece para sempre" (I Ped. 1:23). Toda pessoa que nasce neste mundo tem um corpo físico, o qual irá morrer. Mas todo aquele que tem esta nova vida espiritual, possui uma nova natureza, a qual não morre. Essa nova vida vem de Deus e é eterna, então como pode morrer?

A pessoa que nasce de novo odiará o pecado e lutará contra ele. Essa pessoa não será capaz de levar uma vida de pecado, embora nunca esteja completamente livre de pecar. O Senhor Jesus Cristo, falando à mulher samaritana ao poço, disse: "Qualquer que beber desta água tornará a ter sede; mas aquele que beber da água que eu lhe der se fará nele uma fonte d'água que salte para a vida eterna" (João 4:13-14). A nova vida que recebemos como crentes jamais será retirada de nós. Ela nos dá vida eterna. Ela vence a nossa natureza pecaminosa.

Fonte: http://www.charleshaddonspurgeon.com/2010/10/deus-tem-um-povo-escolhido-c-h-spurgeon.html

19:00

A MORTE DO PECADO







Aquele que não teve pecado, Deus o fez pecado por nós...



Comparável a essa frase em seu conteúdo esmagador somente uma outra:



Ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar...



Ambas referem-se ao Cordeiro de Deus, a Jesus, o Senhor.



O que me choca é que está tudo feito e acabado, menos para quem diz “crer”. Os que “crêem” não sabem que ainda não crêem, ou não sabem no que crêem. Pois se o soubessem, saberiam que a Lei morreu em Cristo; que a força do pecado é a Lei, mas que com sua morte, ela, a Lei, já não tem poder sobre nós. Ora, essa morte da Lei matou a força do pecado, pois onde não há Lei, também não há transgressão. Assim, o que Jesus Pagou por nós, está Pago para sempre. Mas quem crê?



Então você pergunta: Se é assim, como então nós ainda pecamos?



Ora, o pecado que eu peco é fruto de minha queda, mas já não carrega em si mesmo o poder de me matar, tanto quanto já não carrega mais o poder de me fazer “compulsivo”, pelo simples fato de que em minha consciência ele já não se faz acompanhar da condenação da morte.



É o medo da morte e a certeza da condenação o poder que gera toda compulsão!



O pecado faz mal ao meu ser, mas já não tem o poder de daná-lo, se se está confiante no poder e na consumação do que Jesus já fez por nós. Afinal, o pecado só existe em mim, mas já não existe como algo que pende como espada da morte sobre minha cabeça. Eu estou em Cristo!



Já não há mais nenhuma condenação para os que estão em Cristo Jesus!



Agora eu ouço:



Filhinhos meus, não pequeis; se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai; Jesus Cristo, o Justo; Ele é a propiciação pelos nossos pecados; e não somente pelos nossos próprios, mas inda pelos do mundo inteiro!



O Deus que se fez carne também se fez pecado por nós!



E certamente Ele não fez isto para que continuasse tudo igual. Tem que haver um fato-fator-real que decorra dessa ação. O fato real é um só: o pecado existe na vida de cada um de nós, mas já não existe como condenação. O fato do pecado em mim é inegável. Todavia, é também inegável que ele já não tem poder sobre mim.



Como? Não tem poder? Como?



Ele existe como produção de minha carne (corpo-totalidade-do-ser), pois faz parte de minha constituição caída. Hoje ele pertence à dimensão de minha animalidade não elevada em consciência, pois ainda está presa à minha condição de “egoísta-essencial”. No entanto, o pecado virou gripe: amolece, mas já não me mata.



Então, eu constato o pecado em mim. Grito: “Desventurado sou!”. Mas meu grito já não ecoa para a eternidade, não ecoa nem mesmo no tempo, exceto em mim, que me entristeço comigo mesmo. Entretanto, ele já não passa daí. Pois a Lei do Espírito e da Vida em Cristo, me libertou da Lei do pecado e da morte!



Agora, se creio no que “está feito”, vivo pelo que Ele fez por mim, não em razão do que eu, mesmo crendo, ainda faço contra mim.



Aquele que não teve pecado Deus o fez pecado por nós, para que nós que pecamos já não sejamos pecado, mas sem pecado Nele, que nunca tendo pecado, foi feito pecado em meu lugar.



A lógica é uma só: quem nunca foi...foi feito...para que quem é...possa já não ser, mesmo que ainda seja...pois mesmo sendo, só o é para si mesmo...mas não mais para Aquele que por nós se fez aquilo que Ele mesmo não era...para que nós que somos...já não o sejamos como quem em sendo morre do é.



Quem eu sou já não me mata!



Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo!



Com efeito Deus condenou na carne o pecado!



Com efeito a condenação do pecado aconteceu na Cruz!



Com efeito, quem crê já está liberto; ainda que pratique a sua própria liberdade tomando consciência de que quem ele é, o é em Cristo; não em si-mesmo.



Com o pecado morto, e com a Lei sepultada, o que sai da morte e da sepultura não é mais o que me mata, mas o que me salva.



Cristo morreu pelas nossas transgressões e ressuscitou para a nossa justificação!



Eu sei, no entanto, que é muito difícil crer na pregação. Isaías ainda pergunta: Quem creu na pregação?



Ora, pouca gente crê!



Quem dera essas multidões que confessam a Jesus como Senhor soubessem e cressem também; e quem dera que sobretudo cressem no que “os penosos trabalhos de sua alma” realizaram por todos nós!



A promessa divina era que o Salvador veria os resultados dos “penosos trabalhos de sua alma e ficaria satisfeito; pois que como o Seu ‘conhecimento’ Ele justificaria a muitos”.



Há um conhecimento a ser apreendido!



Somos salvos pela fé. Mas há um “saber em fé” que é o “conhecimento” da justificação já realizada.



É esse “conhecimento em fé” é aquilo que nos mergulha no descanso que declara: “o castigo que nos trás a paz estava sobre Ele, e pelas suas pisaduras nós fomos sarados”.



Para mim já está pago!



Não aceito nem mesmo os débitos que minha carne me apresenta para que eu os pague. Olho, constato, e declaro: “Todo escrito de dívidas foi encravado na Cruz”.



Eu não creio em mim, mas Deus sabe que eu creio na pregação!





Nele, que Resolveu para sempre,





Caio

Fonte:http://www.caiofabio.net/2009/conteudo.asp?codigo=02506

06:21

Nadando contra a maré?






Postado por Felipe F. Inácio


Observando o crescimento exponencial que os evangélicos têm assumido nos últimos anos, percebemos que o número de pessoas preocupadas com questões sociais, política e econômica que o mundo enfrenta é mínimo. Temos visto crises em toda a existência humana, mas ao que parece, a maioria dos evangélicos não tem encontrado relevância no esforço em melhorar um mundo que só tende a piorar. Isso nos leva a pergunta: Qual o papel da Igreja em meio a nossa sociedade?

O Evangelho que presenciamos em nossos dias não tem abarcado o homem por completo. Age como uma espécie de teologia “manca”. Têm se feito uma dicotomia entre secular e sagrado. E para muitos, o evangelho é algo que se refere unicamente à religião. Vemos um total desinteresse com matérias presentes em nosso dia-a-dia. Quantos cristãos proclamam com ar de “espiritualidade” que não devemos nos preocupar com temas como política, sociedade e economia! Para eles, o que importa é que tudo isso acabará e viveremos em um lar celestial! Estas pessoas se recusam a tentar mudar a situação atual, pois para eles o mundo vai de mal a pior, até que tudo se finde. Para estas, o “mundo jaz no maligno”, somos “peregrinos na Terra” e este “mundo é passageiro”.

No entanto, quando olhamos de uma forma mais ampla o conceito bíblico acerca dessas questões, vemos um Deus que ao criar o mundo, desejou glorificar o seu nome e esta glória era em todas as áreas da vida. Com a entrada do pecado por meio do homem, a glória de Deus ficou manchada. Tudo passou a ser caos. Cristo, então, vem ao mundo para restabelecer aquilo que foi perdido com o intuito de redimir o homem, para que este volte a refletir o esplendor divino. Ele veio não para agir em uma única esfera da vida, mas veio para restaurar o homem por completo. No coração do homem regenerado agora, passa a ecoar as palavras de Abraham Kuyper: “Não há um único centímetro quadrado em todos os domínios da existência humana sobre o qual Cristo, que é o Soberano sobre tudo, não clame: é meu!”¹

O desejo maior que o crente tem nesse instante, é a busca da glória de Deus em tudo e todos. Viver desinteressado com as crises presente nas esferas da existência humana, não é a atitude de quem anela ver a glória de Deus. É impossível desejar glorificar ao Senhor por completo e não se preocupar com o império satânico que vêm crescendo no mundo. O cristão sincero sabe que a injustiça irá aumentar, que o mundo só atingirá a perfeição na consumação dos séculos. Mas ele se recusa a cruzar os braços, ele se recusa viver sem que o nome de Cristo seja glorificado em todas as áreas da vida. Pois em seu coração, “o fim supremo e principal do homem é glorificar a Deus e alegrar-se nele para sempre”².

Não é “nadar contra maré”, não é utopia, nem falsa esperança, mas é simplesmente a busca incessante para que a glória de Deus seja estabelecida na Terra. O verdadeiro cristão sabe que não é por mero esforço humano que o Reino de Deus será implantado, mas ele que tem o coração do Pai odeia a injustiça, odeia a glória do homem, odeia as crises decorrentes do pecado, e sua posição para com os problemas do mundo é que “o homem tem que viver e só pode viver coram deo”³

Referências bibliográficas

1. Kuyper, Abraham. Sphere Sovereignty. Em: Bratt, James. Abraham Kuyper: A Centennial Reader. Grand Rapids: Eerdmans, 1998.

2. Catecismo Maior de Westminster, São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 1991.

3. Van Til, Survey of Christian Epistemology, 97.

Retirado do Blog: http://apologiaeespiritualidade.blogspot.com/2010/05/nadando-contra-mare.html

15:05

Tolerância e pluralismo

Uma das virtudes cardeais do final do século XX e começo do século XXI é a tolerância, especialmente no campo da religião. O homem moderno se orgulha de ser aberto, pluralista, diz aceitar o direito de todos para construir seu próprio sistema de verdade e de valores. A única coisa que a sociedade parece tolerar é a intolerância. Por conseguinte, quem defende a existência de riscos a verdade absoluta há de ser visto como um intolerante e teimoso. O dicionário Royal Academy define "tolerância" como "respeito ou respeito pelas opiniões dos outros, embora diferente da nossa." E é certamente uma força para mostrar esse traço de caráter. Mas o que acontece quando uma pessoa está errada? O que um professor em sala de aula deve fazer quando a criança responde que 2 mais 2 são 5? Ou o caso de um médico com um paciente que insiste em continuar com o tratamento que ele estabeleceu para si próprio e que pode comprometer sua saúde ou mesmo a própria vida? Acaso não seria uma demonstração de amor por parte do médico mostrar ao paciente o grave erro que ele esta cometendo?

Tolerância não é sinônimo de relativismo. Dois postulados contraditórios não podem ser verdadeiras ao mesmo tempo e na mesma direção. E o amor deve mover-se vigorosamente na luta contra o erro, especialmente quando esta em perigo a vida de uma pessoa ou o que é pior, o destino eterno de sua alma. Ao contrário do que muitos pensam, não é a sinceridade de uma crença que conta. Se um homem toma um veneno por engano, acreditando sinceramente que era outra coisa, sua sinceridade não elimina os efeitos nocivos do veneno. O pluralismo é um atentado contra a verdade absoluta e é filosoficamente insustentável, porque Deus só tem uma maneira de pensar. Se uma religião é verdadeira, aqueles que sustentam dogmas contrários não podem ser também. Se Jesus era quem dizia ser, o Filho de Deus encarnado que morreu para salvar os pecadores, então não há outro Salvador ou outro meio de salvação, todas as outras religiões fora do cristianismo deve ser necessariamente falsa. A Bíblia afirma que fora de Cristo não há salvação, "não há outro nome debaixo do céu dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos" (Atos 4:12). E o próprio Cristo disse de si mesmo: "Eu sou o caminho, a verdade, e a vida: ninguém vem ao Pai senão por mim" (João 14:6)

Fonte: Retirado do site: http://www.ibsj.org/

18:51

A Imagem de Deus

Bíblia de Estudo de Genebra



Gênesis 1:27: “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”.

As Escrituras ensinam (Gn 1.26-27; 5.1; 9.6; 1Co 11.7; Tg 3.9) que Deus fez o homem e a mulher à sua própria imagem, assim de que os seres humanos são semelhantes a Deus, como nenhuma outra criatura terrena é.

"Este é o livro das gerações de Adão. No dia em que Deus criou o homem, à semelhança de Deus o fez.(Gn 5:1)"

"O homem, pois, não deve cobrir a cabeça, porque é a imagem e glória de Deus, mas a mulher é a glória do homem."(1Co 11.7)


"Com ela bendizemos a Deus e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus."(Tg 3.9)


A dignidade especial dos seres humanos está no fato de, como homens e mulheres, poderem refletir e reproduzir – dentro de sua própria condição de criaturas – os santos caminhos de Deus. Os seres humanos foram criados com esse propósito, e, num sentido, somos verdadeiros seres humanos na medida em que cumprimos esse propósito.

O que tudo envolve essa imagem de Deus na humanidade não está especificado em Gn 1.26-27, mas o contexto da passagem nos ajuda a defini-lo. O texto de Gn 1.1-25 descreve Deus como sendo pessoal, racional (dotado de inteligência e vontade), criativo, governando o mundo que criou, e um ser moralmente admirável (pois tudo o que criou é bom). Assim, a imagem de Deus refletirá essas qualidades. Os versículos 28-30 mostram Deus abençoando os seres humanos que acabara de criar, conferindo-lhes o poder de governar a criação, como seus representantes e delegados. A capacidade humana para comunicar-se e para relacionar-se tanto com Deus como com outros seres humanos aparece como outra faceta dessa imagem.

Por isso, a imagem de Deus na humanidade, que surgiu no ato criador de Deus, consiste em: (a) existência do homem como uma “alma” ou “espírito” (Gn 2.7), isto é, como ser pessoal e autoconsciente, com capacidade semelhante à de Deus para conhecer, pensar e agir; (b) ser uma criatura moralmente correta – qualidade perdida na queda, porém agora progressivamente restaurada em Cristo (Ef 4.24; Cl 3.10); (c) domínio sobre o meio ambiente; (d) ser o corpo humano o meio através do qual experimentamos a realidade, nos expressamos e exercemos domínio e (e) na capacidade que Deus nos deu para usufruir a vida eterna.

A queda deformou a imagem de Deus não só em Adão e Eva, mas em todos os seus descendentes, ou seja, em toda a raça humana. Estruturalmente, conservamos essa imagem no sentido de permanecermos seres humanos, mas não funcionalmente, por sermos agora escravos do pecado, incapazes de usar nossos poderes para espelhar a santidade de Deus. A regeneração começa em nossa vida o processo de restauração da imagem moral de Deus. Porém, enquanto não formos inteiramente santificados e glorificados, não podemos refletir, de modo perfeito, a imagem de Deus em nossos pensamentos e ações – como fomos criados para fazer e como o Filho de Deus encarnado refletiu na sua humanidade (Jo 4.34; 5.30; 6.38; 8.29,46).





Fonte: Bíblia de Estudo de Genebra, Nota Teológica, página 10.


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18:05

16:57

A morte foi morta

Se existe um assunto que causa medo á muitas pessoas, este é sobre a morte. As incertezas que cercam este momento põe as claras a fragilidade humana. Todos nós passaremos por ela, e ninguém por humano que seja, pode detê-la.
A morte é consequência do pecado.

"Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás". (Gênesis 2:17)

"Como a justiça encaminha para a vida, assim o que segue o mal vai para a sua morte."(Provérbios 11:19)

"Eis que todas as almas são minhas; como o é a alma do pai, assim também a alma do filho é minha: a alma que pecar, essa morrerá." (Ezequiel 18:4)

"Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor."(Romanos 6:23)

Todo aquele que está distante da vida (que é o próprio Deus) por causa do pecado, se encontra morto, invisível, endurecido, odioso as coisas espirituais.
Cristo veio sofrer a penalidade da lei divina em nosso lugar, ele tomou sobre si a nossa condenação embora fosse inocente.
A morte reinava neste mundo e agora no calvário, o filho do homem parecia estar vencido pela própria morte, e ele morre.

Teria a morte prevalecido sobre ele?

A MORTE NÃO PODERIA DETÊ-LO

"Por isto o Pai me ama, porque dou a minha vida para tornar a tomá-la.
Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder para a dar, e poder para tornar a tomá-la. Este mandamento recebi de meu Pai."(João 10:17-18)

SUBMETEU-SE A MORTE POR NOSSOS PECADOS

"Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras," (1 Corintios 15:3)

DEMONSTROU A SUA VITÒRIA PELA PRÒPRIA RESSURREIÇÃO

"Declarado Filho de Deus em poder, segundo o Espírito de santificação, pela ressurreição dos mortos, Jesus Cristo, nosso Senhor,"(Romanos 1:4)

I- TEM AS CHAVES DA MORTE

"E o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno." (Apocalipse 1:18)

II-ELE DESTRUIRÀ COMPLETAMENTE A MORTE

"Porque convém que reine até que haja posto a todos os inimigos debaixo de seus pés.

Ora, o último inimigo que há de ser aniquilado é a morte."(1 Corintios 15:25,26)

"E, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória."(1 Corintios 15:54)

"E que é manifesta agora pela aparição de nosso Salvador Jesus Cristo, o qual aboliu a morte, e trouxe à luz a vida e a incorrupção pelo evangelho;"(2 Tm 1:10)

Louvado seja o teu nome Óh!Jesus.

Aldair Ramos Rios

12:16

Ei ! Arminiano, Deus não tem livre-árbítrio?

Na mão de quem está a vida e a morte?
Se Deus resolver ressuscitar uma pessoa, ele estará sendo injusto por não considerar seu livre-arbítrio?
Você pode argumentar: Mas isso é um absurdo... a pessoa está morta. Se Deus perguntar a ela --- você deseja viver?
Haverá porventura resposta?.
Qualquer ser pensante, chegará a seguinte conclusão: NÃO !

O pecador está morto, está foi a consequência do pecado original, o salário pago pelo pecado (Rm 6:23)
Os pecadores estão mortos em seus "delitos e pecados" (Ef 2:1). Pode o morto reconhecer que está morto?
Percebe-se sem a vida? Se dá conta que está prestes a descer a sepultura?
Deus escolhe quem quer, assim como ele se reserva no direito de ressuscitar quem quiser.
Ei ! Arminiano, Deus não tem livre-árbítrio?

Aldair Ramos Rios

13:40

Onde pensas encontrar a Cristo?


"E aconteceu naqueles dias que saiu um decreto da parte de César Augusto, para que todo o mundo se alistasse (Este primeiro alistamento foi feito sendo Quirino presidente da Síria). E todos iam alistar-se, cada um à sua própria cidade. E subiu também José da Galiléia, da cidade de Nazaré, à Judéia, à cidade de Davi, chamada Belém (porque era da casa e família de Davi), A fim de alistar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida. E aconteceu que, estando eles ali, se cumpriram os dias em que ela havia de dar à luz. E deu à luz a seu filho primogênito, e envolveu-o em panos, e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem."(Lc 2:1-7)"Tendo Jesus nascido em Belém da Judéia no tempo do rei Herodes, vieram do oriente uns magos a Jerusalém, perguntando: Onde está aquele que nasceu Rei dos Judeus? porque vimos a sua estrela no oriente, e viemos adorá-lo. (Mt 2:1)


"Entrando na casa, viram o menino com Maria, sua mãe, e, prostrando-se, adoraram-no; e abrindo os seus cofres, fizeram-lhe ofertas de ouro, incenso e mirra. " (Mt 2:11)

Caminhamos sempre em direção á algum alvo ou lugar. Nenhuma criatura sai de sua casa, sem um destino pré-definido; sempre existirá uma causa que nos impulsionará a agir deste ou daquele modo...O nosso maior desejo, mostra para onde o nosso coração esta inclinado, e isso aponta para qual destino iremos.

O homem peca porque o seu coração é mau; se porventura esse coração é mudado, suas atitudes também o serão. Esta é a lição que tiramos deste texto, o aparecimento desta estrela no oriente demonstra primeiro a mão soberana de Deus em ação...A ida dos magos até onde o menino Jesus estava foi consequência desta graça; porque ninguém; (ninguém mesmo) pode ir até Jesus se pelo Pai não for concedido (Jo 6:64).Somente uma criatura alcançada pela graça, sente na alma o desejo de adorar a Cristo, de segui-lo de perto, de vê-lo, e de prostrar-se e consequentemente apresentar-se diante Dele como sacrificio vivo.

"podemos pensar que desilusão foi para eles quando encontraram que uma barraca era seu palácio, e sua própria e coitada mãe era a única servidão que tinha. Contudo, estes magos não se acreditaram impedidos, pois tendo achado o Rei que buscavam, lhe ofereceram seus presentes. Quem procura humildemente a Cristo não tropeçará se achar Ele e seus discípulos em casebres escuros, depois de tê-los procurado em vão nos palácios e cidades populosas." (Mathew Henry)

Jesus pode estar, onde pensamos não estar, assim como também, pode não estar, onde pensamos estar. Ele não esta em templos feitos pelas mãos dos homens. Ele não é propriedade da religião; Ele é o Senhor da glória. O Evangelho é tão simples, que confunde a "razão"..."a palavra da cruz é loucura para os que perecem..." . Deus mesmo...destroi a sabedoria dos sábios, e aniquila a inteligência dos inteligentes , sendo que a sua "loucura" é mais sábia do que os homens . ( 1 co 1:18;19,25) . Pensavam os religiosos encontrar o Messias entre os pecadores?

"E aconteceu que, estando ele em casa sentado à mesa, chegaram muitos publicanos e pecadores, e sentaram-se juntamente com Jesus e seus discípulos.E os fariseus, vendo isto, disseram aos seus discípulos: Por que come o vosso Mestre com os publicanos e pecadores? Jesus, porém, ouvindo, disse-lhes: Não necessitam de médico os sãos, mas, sim, os doentes. Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício. Porque eu não vim a chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento"(Mt 9:10-13)

Enquanto os nossos olhos estão nos "astros" ,nas belezas, nas riquezas e sabedorias deste mundo .
O Criador do universo prova o seu amor, á procura de miseráveis pecadores.
Jesus veio salvar "gente" perdida... Porque o Filho do homem veio SALVAR o que se tinha perdido (Mateus 18:11 )
"gente" louca...Mas Deus ESCOLHEU as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias;
"gente" fraca...e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes;
Jesus é o único que escolhe, aqueles que são considerados o lixo da sociedade "E Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são, para aniquilar as que são; Para que nenhuma carne se glorie perante ele."(1 Co 1:27-30)

Onde pensas encontrar a Cristo, para onde você esta caminhando ?
O "vento sopra onde quer"...e onde o Vento Sopra, tudo se transforma...

De seu irmão em Cristo
Aldair Ramos Rios