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A lei


"...O Senhor não deu a lei, para que por meio do cumprimento dela se obtivesse a salvação, como ensinaria mais tarde os fariseus e como também ensina a igreja de Roma. Não; ele nos deu a lei para nos guardar das artimanhas do diabo. Porque é melhor ao homem servir a Deus do que aos ídolos...Quem conhece esta lei em todo o seu sentido que é o amor á Deus e ao próximo, aprende a pensar humildemente de si mesmo...nós não podemos cumpri-la perfeitamente. Pode algum homem cumpri-la? Por isso, devemos esperar na graça de Deus em Cristo. Porque a palavra de Deus nos ensina que estamos por natureza corrompidos, de modo que; por causa de nossos pecados estamos condenados diante de Deus. Paulo escreve: "...pela lei vem o conhecimento do pecado" (Rm 3:20)
O Senhor põe como condição que o amemos com todo o nosso coração e com todas as nosas forças, e ao próximo como a nós mesmos(Mt 22:37-40).O amor é o cumprimento da Lei (Rm 13:10). É visto que nós não podemos de nenhuma maneira guardar a lei é necessário que nos acheguemos a Cristo...A natureza do homem esta corrompida. Isto é fácil de ver entre os homens. Não somente entre os gentios, mas também entre os cristãos, nosso coração é mal. Também Noé, Abraão, Pedro e Paulo caíram, mais de uma vez. Porque estamos por natureza inclinados a odiar a Deus e ao próximo.

Resumo do texto: Para guardar su pacto/ La confesión de la iglesia comentário de Heidelberg/ J.C Janse

04:36

A Verdadeira Saga Batista

Pastor Chris Traffanstedt, da Igreja Batista Reformada de Providence, Estados Unidos da América.

Prefácio

A maioria dos cristãos de hoje não tem a menor idéia sobre a história da Igreja e quão importante é compreendê-la. Mesmo quando voltamo-nos específicamente para história de uma denominaçáo, como dos batistas, as pessoas ainda são ignorantes. Esta é uma breve história da fundação do grupo chamado batista. A intenção é desafiá-lo a explorar ainda mais a história dos batistas assim como a história da Igreja por conta própria, para além do material aqui disponível.

Comecemos com a premissa básica sobre a história dos batistas: a moderna denominação batista começou na Inglaterra e na Holanda no início do século dezessete. Esta origem tem sido muito debatida através da história, mas nosso alvo aqui é mostrar que nossa premissa é mais próxima dos fatos históricos do que outras posições sustentadas. Desde o início dos anos 1.600, vemos dois grupos principais emergindo na Inglaterra que podemos classificar como batistas: Batistas Particulares e Gerais. Antes de explorarmos estes dois grupos detalhadamente, porém, focalizemos primeiro a história que deu início a estes dois grupos.

A História que Culminou com a Fundação dos Batistas
A Reforma
O ano era 1.517. Um monge desconhecido de nome Martinho Lutero fixou uma lista de problemas (95 para sermos exatos) sobre um dos novos programas da Igreja. Nesta lista difícil de pregar ele atacou a visão da Igreja sobre as indulgências, que eram o pagamento à Igreja para obter perdão de pecados. Lutero via estes pagamentos como uma abominação à obra expiatória de Cristo. "As Noventa e Cinco Teses" eram uma convocação para o debate, apesar de o debate nunca ter acontecido. Esta chamada, contudo, realmente sacudiu o povo da Alemanha. O desafio de Lutero continuou desprezado pela Igreja estabelecida durante algum tempo, mas o povo não o deixou morrer. Pela providência de Deus, a chamada para verem as Escrituras como a única autoridade para os cristãos, começou a soar por toda Alemanha e outras partes da Europa.

Este movimento, mais tarde chamado de Reforma, foi um movimento de retorno à Bíblia. O lema tornou-se Sola Scriptura e estes "rebeldes de Deus" começaram a espalhar a mensagem do Evangelho mais uma vez pelo mundo. Outros homens foram usados também para trazer esta mensagem do Deus Soberano dando a Seu povo Suas Escrituras. Homens como Ulrich Zwinglio, João Calvino, e João Knox sempre estiveram associados com este grande movimento de Deus.

Com a expansão da Reforma através da obra de Calvino e Knox, vemos o próximo grande impacto do Evangelho no século XVII. É aqui que começamos a ver o berço do movimento batista.

História Inglesa
A Inglaterra era um país em mudanças tanto política quanto religiosamente. Isto pode ser visto no rei Henrique VIII (1.509-1.547) e em seu Decreto de Supremacia (1.534). Este decreto separou a Igreja da Inglaterra do controle de Roma, todavia mesmo com esta separação a Inglaterra continuou amplamente católica na prática e na doutrina.

Então, o rei Eduardo VI subiu ao trono em 1.547. Apesar de ser apenas um garoto, ele conduziu seu país ao Protestantismo. Este movimento foi provavelmente devido ao fato de Eduardo ter sido treinado por conselheiros protestantes. Com seu zelo de jovem, Eduardo abriu a porta para a doutrina e a prática protestante fluir e crescer à medida que os anos se passavam.

Todavia, a morte prematura de Eduardo levou a uma radical e criminosa mudança na Inglaterra. Esta mudança trouxe a lume uma guerra pelo trono que foi finalmente tomado por Mary Tudor em 1.553. Durante seu reino de cinco anos, ela ativamente restaurou o sistema católico e começou a livrar sistematicamente a Inglaterra dos protestantes. Esta atividade deu-lhe o renomado nome de "Maria Sanguinária".

Elizabeth Tudor sucedeu Mary e governou de 1.559 a 1.603. Apesar de não ser uma pessoa realmente religiosa, Elizabeth mantinha um catolicismo de aparências. Porém, movimentos políticos levaram-na a aceitar o protestantismo. Esse movimento político, ligado à reações do povo contra a antiga rainha Mary, guiaram a Inglaterra à posição protestante mais uma vez. Elizabeth, não querendo perder nenhum tipo de vantagem política, organizou um compromisso entre católicos e protestantes. Este decreto foi chamado de "Acordo Elizabetano" e com ele surgiu o pensamento de que as guerras religiosas da Inglaterra estavam "resolvidas". Mas isso só durou por um curto período. Mesmo com esta "paz", muitos na Inglaterra ainda clamavam por reformas maiores na Igreja. Este clamor por mais reformas originou um grupo de pessoas que viria a formar uma grande parte dos fundamentos batistas. Este grupo é chamado puritano.

Os Puritanos
Tristemente, a maioria das pessoas hoje não possui uma compreensão apropriada dos puritanos. Eles tendem a ser interpretados como velhos fanáticos que só queriam estragar o prazer de todo mundo. Contudo, a visão moderna dos puritanos está longe da verdade. Talvez a contribuição seguinte sobre os verdadeiros puritanos nos coloque no caminho para um entendimento correto:

A questão essencial em entender os puritanos é que eles eram pregadores antes de qualquer outra coisa… em seus esforços eles eram conduzidos por sua preocupação em reformar o mundo através da Igreja, e todavia estes esforços foram frustrados pelos líderes da Igreja. O que os manteve unidos, encorajou seus esforços, e deu-lhes a dinâmica para persistirem foi a sua consciência de que eram chamados para pregar o Evangelho.

Os puritanos queriam ver a verdadeira reforma bíblica alcançar a Igreja. Estes antigos puritanos foram conduzidos pelo Bispo Hooker e Thomas Cartwright e começaram a clamar por uma Igreja "pura". Contudo, a rainha e a Igreja da Inglaterra não estavam dispostas a discutir com estes puritanos e assim começaram a forçar a conformidade religiosa pela lei. Assim encerrou-se um breve período de paz religiosa.

Os Separatistas
Esta exigência de conformidade da parte da forças políticas e religiosas da Inglaterra originaram um grupo conhecido como os "Separatistas". Os princípios por trás deste movimento eram a liberdade da Igreja do domínio do Estado, doutrina pura ao invés de doutrina diluída ou comprometida, e reforma geral da Igreja. Os separatistas tomaram a Bíblia a sério e determinaram-se a conduzir suas vidas por seus ensinos. Eles enfatizavam que a Igreja era formada somente por aqueles que foram redimidos, não um corpo de oportunistas politicamente orientados. Eles se recusavam a crer que a Bíblia ensinasse um governo eclesiástico hierárquico (governo de cima para baixo), ao invés disso clamando por um governo eclesiástico que tivesse alguma participação do povo (governo a partir dos níveis mais rasteiros). Eles preferiam uma liturgia simples de adoração que enfatizasse o Deus Santo. Eles sentiam que os documentos estatais e os auxílios escritos da Igreja da Inglaterra levavam as pessoas a focalizarem sobre as formas e não sobre o Deus Soberano; por isso estes tipos de "auxílio" eram detestados.

Foi deste tipo de clamor por pureza na Igreja, tanto na adoração como na prática diária, que a "denominação batista", como é conhecida hoje, emergiu através do movimento separatista inglês. A melhor evidência histórica confirma esta origem, e nenhum grande erudito se levantou nesta metade de século para desafiá-la." (McBeth) Conforme dissemos anteriormente, os batistas emergiram com dois grupos separados. Voltemos nossa atenção agora para o exame destes dois grupos diferentes:

Batistas Antigos ou Gerais
Este grupo veio a ser conhecido como "Batistas Gerais" porque acreditavam na expiação geral. Os Batistas Gerais também tinham uma crença distinta em que os cristãos podiam enfrentar a possibilidade de "cair da graça". Os dois principais fundadores do movimento dos Batistas Gerais foram John Smyth e Thomas Helwys.

Acredita-se que a primeira Igreja Batista Geral foi fundada por volta de 1.608 ou 1.609. Seu fundador foi John Smyth (1.570-1.612) e está localizada na Holanda. A história de Smyth começa na Inglaterra onde ele foi ordenado como sacerdote anglicano em 1.594. Logo depois de sua ordenação, seu zelo levou-o à prisão por recusar-se a conformar-se aos ensinos e práticas da Igreja da Inglaterra. Ele foi um orador que era rápido em desafiar outros sobre suas crenças, mas era também tão rápido para mudar suas próprias posições à medida que sua própria teologia pessoal mudava. Smyth continuamente combateu a Igreja da Inglaterra até que começou a ficar óbvio que ele não podia mais ficar em comunhão com esta igreja. Assim, ele finalmente rompeu totalmente com ela e se tornou um "separatista".

Em 1.609, Smyth, junto com um grupo na Holanda, veio a crer no batismo do crente (oposto ao batismo de crianças que era a norma da época) e eles se uniram para formar a igreja "batista". No início, Smyth concordava com a posição ortodoxa típica da igreja; mas à medida que o tempo passava, como era tão típico, ele começou a mudar suas posições. Primeiro, Smyth insistiu que a verdadeira adoração era do coração e que qualquer forma de leitura a partir de um livro na adoração era uma invenção do homem pecador. Oração, cântico e pregação tinham que ser completamente espontâneos. Ele foi tão longe com esta mentalidade que não permitia a leitura da Bíblia durante a adoração "uma vez que ele considerava as traduções inglesas das Escrituras como algo menos do que a palavra direta de Deus" (McBeth, p 35).

Segundo, Smyth introduziu uma liderança eclesiástica de duas dobras, pastor e diácono. Isso estava em contraste com a liderança reformada de três dobras composta por presbítero-pastor, presbítero-leigo e diáconos.

Terceiro, com sua recém-descoberta posição sobre batismo, uma preocupação completamente nova surgiu para estes "batistas". Tendo sido batizados quando crianças, eles todos perceberam que tinham que ser rebatizados. Uma vez que não havia outro ministro para administrar o batismo, Smyth batizou-se a si mesmo e então continuou a batizar seu rebanho. Uma observação interessante neste ponto que deveria ser feita como fundamentação é que o modo do batismo usado era o da aspersão, pois a imersão não se tornaria o padrão durante mais uma geração. Antes de sua morte, como parece característica de Smyth, ele abandonou sua visão batista e começou a tentar trazer seu rebanho para a igreja menonita. Apesar de ter morrido antes que isso acontecesse, a maior parte da congregação uniu-se à igreja menonita depois de sua morte.

Agora voltamos nossa atenção para Thomas Helwys. Ele tinha um relacionamento meio agitado com Smyth, mas depois que Smyth começou a se afastar da fé dos batistas gerais, Helwys continuou com os primórdios batistas. Helwys levou seu pequeno grupo para a Inglaterra em 1611 e esta foi considerada a primeira igreja batista em solo inglês. Este grupo aferrado ao batismo do crente, rejeitou o calvinismo por uma posição favorável ao livre-arbítrio (o que incluía o cair da graça), e permitiu que cada igreja elegesse seus oficiais, tanto presbíteros como diáconos (ou diaconisas). Por volta de 1.624, havia cinco igrejas batistas gerais conhecidas e por volta de 1650 elas contavam pelo menos 47 (McBeth, p 39). Apesar de alguns poderem ver o movimento batista moderno neste grupo, temos que entender que as crenças deste grupo estão longe da herança reformada que modelou a fé dos batistas modernos.

Batistas Particulares
Diz-se freqüentemente que os batistas na Inglaterra se dividiram sobre a doutrina da expiação, mas isso não é reflexo de uma verdade histórica. Sim, é verdade que os dois grupos mantinham diferentes visões sobre a expiação e doutrina em geral, mas eles não se dividiram. Antes, eles emergiram como dois grupos separados. Como foi com os batistas gerais, os batistas particulares surgiram do movimento separatista. Este grupo emergiu nos anos 1.630. Este grupo foi influenciado pelo grande reformador João Calvino e sustentava fortemente a expiação "particular". Acredita-se que a primeira igreja tenha sido fundada por volta de 1.633 ou 1.638, de acordo com alguns. Independentemente desta datação, porém, está claro que por volta de 1.644 os batistas particulares contavam pelo menos sete igrejas. Um ponto impressionante sobre este pequeno e muito jovem grupo é que em 1.644 estas igrejas atuaram juntas para redigir uma confissão de fé chamada de Primeira Confissão Batista de Londres. Esta confissão precedeu a amplamente conhecida Confissão de Fé de Westminster por dois anos. Conforme veremos, as atuais igrejas batistas podem recuar traçando uma linha até estes primeiros batistas.

Apesar da história batista típica ser atribuída mais ao movimento dos batistas gerais, é, na verdade, aos batistas particulares que a maioria dos batistas modernos devem sua doutrina e práticas. Como um historiador nos recorda, os batistas gerais sempre representaram uma pequena parte da vida batista na Inglaterra, e uma parte menor ainda na América. A influência deles sobre as principais correntes da vida batista em ambos os países parece ter sido muito pequena (McBeth, p 40).

A história do movimento batista particular começa com Henry Jacob (1.563-1.624). Apesar de Jacob nunca ter se tornado um batista, ele foi uma influência básica para o que seriam os batistas particulares. Poderíamos chamar Jacob um separatista moderado. Jacob não estava disposto a chamar a Igreja da Ingalterra de anticristo, portanto ele trabalhou continuamente para reformá-la. Em 1.603, Jacob assinou um documento que clamava por reforma na Igreja da Inglaterra. Este documento deveria ser vetado pelo rei Tiago I. Apesar de Jacob não pedir separação, ele escreveu um tratado intitulado "Razões" tirado da Palavra de Deus e dos melhores testemunhos humanos para provar a necessidade de reformar as igrejas na Inglaterra. Com a publicação deste livro, Jacob foi lançado na prisão por um curto período. Quando de sua libertação, ele foi para o exílio na Holanda como fizera a maioria dos separatistas. Apesar de estar relutante em cair radicalmente sobre a Igreja da Inglaterra, ele veio a fazer uma distinção entre as verdadeiras e falsas igrejas da Igreja da Inglaterra. Esta nova abordagem fê-lo clamar por liberdade para formar diferentes tipos de igrejas com diversos tipos de adoração.

Em 1.616, Jacob pôde retornar à Inglaterra e formou a Igreja JLJ, como é conhecida hoje (pelas iniciais de seus três primeiros pastores: Henry Jacob, John Lathrop, e Henry Jessey). Era essa igreja que daria mais tarde início aos batistas particulares. Esta igreja tinha vários debates surgindo em seu meio sobre batismo, debates que levaram a diferentes rompimentos na Igreja JLJ. Um rompimento aconteceu em 1.633 quando dezesseis pessoas pediram permição para saírem da Igreja JLJ para formar uma igreja separada. As razões para esta divisão eram duplas. A primeira estava além da necessidade. A Igreja JLJ estava se tornando grande demais e corria perigo de ser "descoberta" (uma vez que era ilegal ficar fora da Igreja da Inglaterra). A segunda razão citada era a de que havia muita conformidade com a Igreja da Inglaterra. Em 1638, um outro rompimento aconteceu quando seis pessoas deixaram a igreja JLJ por causa da questão do batismo de crentes, que eles mantinham fortemente. Assim, a primeira Igreja Batista Particular pode ser vinculada a uma ou ambas as igrejas.

Panorama das Origens Batistas
Como tentamos esclarecer, a história destaca que as origens da vida batista surgiram do movimento separatista dos anos 1.600 na Inglaterra. Todavia, esta não é a única visão que tem sido apresentada a respeito das origens dos batistas. Por amor à clareza histórica, precisamos explorar brevemente estas outras posições que tem sido declaradas a respeito da origem do movimento batista.

A Influência Anabatista
A maioria dos batistas engana-se ao pensar que vieram dos anabatistas só porque a palavra "batista" é encontrada no nome deles. Mas precisamos usar de muito cuidado aqui. Temos que explorar quem foram realmente os anabatistas e fazer uma pergunta de suma importância: São eles realmente representantes das crenças batistas?

Quem são estas pessoas chamadas "anabatistas"? Este grupo se refere a uma comunidade de rebeldes durante o período da Reforma; eles eram considerados a ala radical da Reforma. Mesmo dentro deste grupo havia várias visões e facções. Duas principais facções podem ser identificadas: os "anabatistas revolucionários" e os "anabatistas evangélicos." (NDT) Nós realmente não queremos gastar muito tempo sobre o grupo revolucionário, pois eles dificilmente refletem uma abordagem bíblica do cristianismo. Eles, na verdade, tomaram a forma de uma seita, sustentando uma visão experimental extremamente mística e crendo que seus líderes eram profetas. Eles estavam também prontos a usar a violência para abrir caminho.

Por outro lado, os anabatistas "evangélicos" foram um movimento diferente. E é deste grupo que muitos dizem que o movimento batista nasceu. Assim, precisamos tomar algum tempo para examiná-los. Este grupo, antes de tudo, rejeitava a visão ortodoxa cristã do pecado. Ao invés de sustentar que o pecado é uma cadeia tanto da natureza como das ações da humanidade, eles sustentavam que o pecado era "a perda da capacidade ou uma doença séria." (NDT) Os anabatistas, seguindo a visão de justificação de Roma, sustentavam que Deus nos justifica e então aceita com base em nossa justiça. Eles também acreditavam que Cristo não recebeu Seu corpo de Maria, mas sustentavam uma origem celestial para a Sua carne. Em tratando-se do mundo, os anabatistas acreditavam que devíamos nos separar totalmente do mundo (apesar de eles terem mergulhado num evangelismo zeloso na ocasião). Os anabatistas rejeitavam o batismo de crianças e sustentavam o batismo do crente, mas seu modo era em grande parte aspersão, não o derramar água ou o imergir. Sua visão de interpretação da Escritura era de estrita imitação, o que levou a grandes movimentos de legalismo.

Quando olhamos para os anabatistas temos que concordar que houve algumas similaridades com os antigos batistas gerais, mas de um modo geral estas semelhanças são leves e nem sempre relacionais. No final, temos que dizer que este grupo de Cristãos não reflete o ensino histórico dos batistas. A maior parte da história batista demonstra que os batistas sustentaram uma forte posição sobre o pecado, tanto em nossa natureza como em nossas ações, não apenas como uma simples doença. Os batistas também têm sustentado a crença no nascimento virginal e vêem que isso aponta para a doutrina do Deus-Homem, não somente como um ilusão celestial. Da mesma forma, os batistas têm sustentado fortemente a recuperação da doutrina da justificação da Reforma Ãê que é baseada na justiça de Cristo somente e não na nossa justiça porque não temos nenhuma. E finalmente, os batistas tem sempre visto que as Escrituras devem ser estudadas e aplicadas à vida cotidiana através do poder do Espírito Santo e não seguidas em cega imitação ou por um salto de fé. Portanto, devemos claramente rejeitar, como o faz a história, que as origens dos batistas fluem dos anabatistas.

Continuação ou Sucessão do Ensino Batista
A próxima visão da origem batista não é fortemente defendida hoje mas ainda encontra expressão em alguns círculos batistas. Esta visão é conhecida como a Continuação ou visão Sucessivista. Ela declara que a igreja batista pode ser traçada através dos tempos numa sucessão ininterrupta de igrejas batistas organizadas (apesar de não terem o nome de batistas) até Jesus Cristo e João Batista. Temos que ter cuidado com o modo como refutamos esta posição, pois não queremos de modo algum dizer que nossa herança batista não veio de Cristo e das verdades estabelecidas nas Escrituras Sagradas. Mas temos que falar contra a posição que sustenta que nossa história é uma trilha de verdadeiras igrejas batistas que pode ser traçada desde o Novo Testamento até os dias atuais.

Esta visão sucessivista tem sido apresentada num livrete chamado "A Trilha de Sangue" por JM Carroll. Este livrete tenta mostrar que "de acordo com a História, os batistas têm uma linha ininterrupta de igrejas desde Cristo." Este livro e outros como ele têm enfatizado que João Batista representa o início da denominação e que Jesus formou-a e prometeu que ela nunca fracassaria. Eles fizeram declarações arrogantes como "a verdadeira igreja é batista" e "todos as comunidades cristãs durante os três primeiros séculos eram da denominação batista." Estes tipos de visão são mais baseados em fontes inadequadas e numa mentalidade polêmica do que numa base histórica. Eles fazem grandes suposições onde faltam evidências. Esta posição inflexível surgiu em um tempo (anos 1.800) de intensa competição denominacional, quando as pessoas criam que a fé era algo que vinha de dentro deles e não um maravilhoso dom da graça de Deus. Muitos pensavam que este tipo de visão traria de volta a segurança que havia sido perdida com a emergência da sociedade moderna. (McBeth pp 58-61)

Precisamos também nos recordar que quase todos os batistas primitivos rejeitaram a visão sucessivista. John Smyth foi um destes, como pode ser visto em seus escritos: "Eu nego toda sucessão exceto na verdade" e "Não há sucessão na igreja exterior, mas que toda sucessão é do céu." (McBeth p 60). Thomas Helwys, falando contra a mentalidade sucessionista, disse: "Nenhum homem pode jamais prová-la… lance isso fora, visto que não há garantia na palavra de Deus para assegurar-lhe isso, que ele ou eles foram os primeiros." (McBeth pp 60-61). Também John Spilsbury, um pastor batista particular, declarou: "Não há sucessão sob o Novo Testamento, mas o que é espiritualmente pela fé e pela Palavra de Deus." (McBeth p 61) Esta última citação nos dá um modo apropriado de olhar para nós mesmos como batistas. Apesar de não termos sempre existido como denominação batista, é sobre a verdade eterna de Deus que fomos formados! Mais uma vez, somos recordados disso na Confissão Batista de Fé, cap. 26:3: "As igrejas mais puras sob o céu são sujeitas à mistura e ao erro; e algumas têm se degenerado de tal maneira que deixaram de ser igrejas de Cristo, mas sinagogas de Satanás; não obstante, Cristo sempre tem tido, e sempre há de ter um reino neste mundo, até o fim, daqueles que crêem nele, e fazem profissão do seu nome." Assim, o que devemos ver é que a denominação batista começou a partir da Reforma, especificamente dos separatistas da Inglaterra. Com isso em mente, nós como um grupo protestante devemos refletir nossos antecedentes reformados e manter, como nossos pais fizeram, as doutrinas da graça, justificação pela fé somente, autoridade da Escritura e sacerdócio de todos os crentes.

O Desenvolvimento da História Batista
Voltemos agora a ver como os batistas floresceram na Inglaterra e então como eles moveram-se para os Estados Unidos. Temos que prestar especial atenção ao movimento para o novo mundo, pois é aqui que nós batistas americanos descobrimos nossos pais batistas diretos.

Batistas na Inglaterra
Nós agora vemos que em meados dos anos 1.600, ambos os grupos batistas estavam funcionando na Inglaterra. Mas o que, exatamente, aconteceu a estes dois grupos diferentes; o que aconteceu às suas igrejas? Os batistas gerais adentraram os anos 1.600 com um movimento crescente, mas à medida em que os anos 1.600 se encerravam e os 1.700 começavam, este grupo estava confuso com problemas doutrinários. A deidade de Cristo começou a ser questionada. Os batistas gerais estavam morrendo rapidamente com esta mentalidade anti-bíblica. Todavia, em 1.763, um convertido metodista chamado Dan Taylor reavivou os batistas gerais por um tempo, chamando-os de volta a uma abordagem bíblica. Mas uma vez mais, esta "Nova Conexão" (1.770) somente durou por um tempo. A razão pela qual esta visão foi perdida rapidamente foi provavelmente devida ao fato de que os batistas gerais tinham alistado em suas patentes pastores e líderes pouco instruídos. Só levou uma geração mais para que os batistas gerais saíssem da história.

Os batistas particulares tiveram uma história diferente. Os anos 1.600 trouxeram grande crescimento para eles mesmo em meio à perseguição religiosa grassando na Inglaterra. Em 1644, os batistas particulares publicaram a Primeira Confissão Batista. Esta confissão era calvinista em seu caráter e rejeitava todas as sugestões de que eles fossem anabatistas. Apesar desta Confissão não ser exaustiva, ela foi um forte documento que ajudou a unir os primitivos batistas particulares.

Então, em 1.677, uma segunda confissão foi desenvolvida refletindo a Confissão de Westminster (1.647) e a Declaração de Savoy (1.658). Em sua maior parte, esta confissão seguiu a Confissão de Westminster mas em sua posição sobre o governo da igreja (o assunto crítico aqui era o poder da igreja) a Confissão Batista segue a Declaração de Savoy. Esta nova Confissão Batista saiu para lidar com assuntos como que tipo de poder as associações representativas nas igrejas tinham sobre as igrejas locais. Também, lidava com batismo estabelecendo uma posição sobre o batismo de crentes ao invés de manter o batismo infantil. Temos que manter em mente que não se chegou a esta distinção seguindo os "anabatistas", mas ela emergiu do intenso desejo de refletir a Escritura conforme ela nos foi dada.

Os batistas particulares na Inglaterra tiveram seu declínio também, mas o deles era um movimento para a direita e não para a esquerda. O começo do hiper-calvinismo.

Foi em 1.707 que a Associação Batista Filadélfia foi fundada. Esta forte fraternidade batista particular teve um efeito duradouro sobre os batistas na América. Em 1.742, esta associação adotou a Confissão Batista de Londres de 1.689 como sua confissão de fundação, e deu-lhe um novo nome: A Confissão de Fé de Filadélfia. Estes batistas foram ágeis em colocar sua fé em ação, e em 1.770 eles fundaram uma Faculdade e começaram a enviar missionários regularmente por toda a América. Deste tempo em diante, os batistas particulares encobriram os fracassados batistas gerais. Mas mesmo com sua forte posição histórica e doutrinária, os batistas particulares também começaram a perder sua pureza doutrinária no Novo Mundo.

O Declínio dos Batistas Particulares
A questão com a qual vamos encerrar este estudo é: por que os batistas perderam sua herança reformada? Como essa perda de doutrina aconteceu?

Samuel E Waldron, em seu livro Raízes Batistas na América, nos dá várias razões para este grande declínio em nossa herança. É muito importante que entendamos estes fatores, pois, como é típico, nós batistas modernos estamos continuando nos mesmos erros de anos passados. Comecemos a explorar a avaliação de Waldron sobre este grande declínio.

Primeiro, Waldron chama a nossa atenção para o ethos democrático americano. Esta foi a mentalidade americana de absoluta liberdade que surgiu com a Revolução Americana. A América tinha uma forte mentalidade independente e esta cosmovisão começou a infiltrar-se na Igreja. Como qualquer cosmovisão independente e auto-centrada, o Deus Soberano foi colocado na prateleira, por assim dizer, por um Deus que não impedirá nossa independência. Este tipo de ethos foi o que levou ao começo do declínio das crenças dos batistas particulares.

Em segundo lugar, nós vemos outra causa para o declínio no "reavivalismo" dos batistas particulares que varreu o nosso país nos anos 1.700 e 1.800. Temos que evitar compreender mal este ponto; o problema não estava com o reavivamento, mas com as respostas ao reavivamento. Foram as duas respostas extremistas que causaram esta grande tragédia. Um extremismo para este reavivalismo começou com a idéia de que tem que haver ordem na igreja. Isso levou a um legalismo linha-dura que causou morte lenta naquelas igrejas que tomaram esta direção, e como os batistas particulares caíram nesta posição, começaram a declinar. O outro extremo era o da experiência segundo o coração do indivíduo. Isto levou a uma posição anti-tradicional e abriu as portas para o arminianismo. Este novo método de igreja era apelativo a muitos batistas, pois eles objetivavam sua sobrevivência; mas ao invés de sobrevivência isso produziu um vírus na igreja que atacou exatamente o cerne da herança reformada batista.

Em terceiro lugar, vemos o "sincretismo" como a próxima queda dos batistas particulares. O sincretismo está unindo duas posições em uma. Esta adaptação de teologia nos estágios iniciais de nosso país foi visto por alguns como uma necessidade de forma que o evangelho pudesse seguir sem impedimento. Mas este sincretismo levou a um desvio teológico que condenou a herança batista a uma versão fraca e diluída de suas raízes calvinistas. Como foi com os filhos de Israel no Velho Testamento, assim os batistas na América permitiram que o lume da cultura contemporânea os cegasse para as verdades que Deus revelou.

Em quarto lugar, quando há um movimento para diluir a teologia, há uma transferência para o outro extremo. Esta oscilação foi o "hiper-calvinismo". Muitos hoje precisam ser desafiados neste ponto, pois o que eles chamam calvinismo não é o verdadeiro calvinismo bíblico, mas a variação "hiper". Porque alguém não gosta de uma posição, ele não tem o direito de definí-la em sua formas extremistas. Todavia, é preciso dizer que o "hiper-calvinismo" não tem nada a ver com o verdadeiro calvinismo e temos que ser ágeis em dizer também que isso não tem parte no cristianismo. "Hiper-calvinismo" é uma negação da idéia de que a chamada do evangelho se destina àqueles que não são eleitos... isso é a negação da idéia de que a fé é o dever de cada um que ouve o evangelho (Waldron p 22). Como dissemos antes, quando uma posição extremista é tomada, uma morte lenta certamente se seguirá. Quando várias igrejas batistas particulares tornaram-se "hiper-calvinistas", seu colapso havia chegado. E com o seu colapso foram-se também aquelas igrejas que tinham sido rotuladas como "hiper-calvinistas", pois parece que quando o rótulo é colocado sobre alguém que lembra posição tão desastrosa, ele também é radicalmente afetado.

Em quinto lugar, o declínio foi também resultante do "liberalismo". Esta nova cosmovisão avassalou a América como uma tempestade e foi aceita de uma forma ou de outra. Quando este grupo começou a enfatizar o individualismo sobre tudo o mais, a forte visão sobre a soberania de Deus e os absolutos das Escrituras começou a ruir na igreja. Muitas igrejas começaram a aceitar esta posição depois da Guerra Civil e a influência dos batistas particulares estava em declínio como estava toda a fé ortodoxa.

Por último, vemos que o "Movimento Fundamentalista" foi outro grande fator no declínio dos batistas particulares na América. Os fundamentalistas, respondendo ao liberalismo, produziram um inesperado extremo oposto: o do legalismo. Esta nova mentalidade cristã clamava por uma visão geral da doutrina. Eles sustentavam que as verdades grandemente reclamadas pela Reforma não eram importantes, pois eles criam que a doutrina leva o indivíduo a descansar sobre o conhecimento somente, sem abrir a Bíblia. Eles sustentavam uma posição não-credal e enfatizavam as emoções mais do que as doutrinas. Isso levou ao que pode ser chamado ensurdecimento do conhecimento bíblico e doutrinário e eventualmente desembocou numa salvação de "fácil aceitação". Esta "nova" visão de salvação enfatizava a fé centrada no homem ao invés da fé centrada em Deus. Como acontece com qualquer posição antropocêntrica, a doutrina se perdeu. E quando a dourtina se perdeu, perdeu-se a nossa grande herança batista.

Uma Chamada para Reforma
Agora que vimos os fundamentos históricos da igreja batista e que eles podem ser alinhados de volta aos batistas particulares, precisamos reclamar nossa herança. Quanto mais ficarmos longe da doutrina reformada tanto mais veremos um declínio no conhecimento bíblico e espiritualidade. Temos que ver que a herança batista é fortemente enraizada na Reforma que resgatou a Escritura de uma igreja pragmática. Conforme olhamos à nossa volta hoje, observamos que a maioria das igrejas batistas (e neste assunto a igreja evangélica como um todo) estão sendo devoradas pelo pragmatismo. Se quisermos ver uma Reforma hoje, temos que voltar à nossa herança reformada. A teologia batista tem produzido uma das mais fortes influências no mundo desde 1.700. Mas não devemos permitir que uma versão diluída da teologia batista interrompa nossa influência contínua. Se vamos nos chamar batistas, temos que seguir nossos antecessores em sua busca pela pureza bíblica para com as doutrinas ortodoxas cristãs. Somos um povo de doutrina, um povo que tem vindo da Reforma para chamar o mundo a seguir o Soberano Deus que enviou Seu Filho para morrer na cruz por todo aquele que viria a crer! Comecemos esta Reforma hoje!

Notas
"Somente a Escritura", em latim.

Packer, JI, A Quest for Godliness.

McBeth, H Leon, The Baptist Heritage, Broadman Press: Nashville, 1.987, p 31.

Expiação geral é a crença de que Cristo morreu para salvar toda e qualquer pessoa que viveu e virá a viver, embora só receba a salvação quem O aceitar.

Expiação particular é a crença de que Cristo morreu por seu povo escolhido somente.

New Dictionary of Theology, "Anabaptist Theology", InterVarsity Press: Downers Grove, Illinois, 1988, p 18.

Legalismo: uma visão de estrita imitação na qual uma pessoa somente viverá as passagens diretamente da Escritura. Assim, se não obedecermos palavra por palavra da Escritura não temos parte em praticar ou pensar sobre ela. Não há lugar para princípios, nem para uma abordagem sistemática das Escrituras.

A doutrina do sacerdócio de todos os crentes tem sido historicamente ensinada como sendo que o Espírito Santo guia Seu povo individualmente através do "julgamento particular", "da comunidade atual dos santos" e da "herança cristã".

O arminianismo sustenta que a salvação está aberta a toda a humanidade e é baseada na decisão do homem em aceitar ou rejeitar a Cristo.

A Confissão de Savoy é congregacional e foi escrita por John Owen, Thomas Goodwin, Philip Nye, William Bridge, Joseph Caryl and William Greenhill (todos exceto Owen estiveram na Assembléia de Westminster).

Hiper-calvinismo é a crença de que Deus planejou o mundo de tal forma que causas secundárias (nossas ações) não são necessárias de modo algum, ou seja, se Deus já escolheu quem vai ser salvo, não é necessário pregar o Evangelho. Esta visão não reflete o calvinismo histórico. Poderíamos chamá-la anti-calvinismo, pois não reflete os ensinos bíblicos de Deus e Sua criação.

Samuel E Waldron, Baptist Roots in America, Simpson Publishing Company: Boonton; New Jersey, 1.991.

Pragmatismo é a crença que diz "se funciona, tem que estar certo". É uma mentalidade do tipo "os fins justificam os meios".

Posfácio
Este texto foi encontrado nos arquivos da extinta lista de discussão Teonet, e publicado em Textos da Reforma. Desconhecemos o seu tradutor, mas recentemente encontramos sua versão original em Inglês.

Revisado pelo pastor batista Franklin Ferreira, e por Leandro Guimarães Faria Corsetti Dutra.

fonte:http://www.uira.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=5:a-origem-da-igreja-batista&catid=42:cristianismo&Itemid=54

14:31

O Proveito de Estudar e Pregar a Eleição

O estudo da eleição dá a devida glória a Deus. No homem natural, sem a graça de Deus, não habita bem algum (Rm. 7:18) e não pode fazer nenhuma coisa boa que agrada a Deus (Rm. 8:8) sendo que a inclinação da carne é apenas morte (Rm. 8:7).

O desejo do homem natural não busca Deus (Rm. 3:11) e a sua mente não entende as coisas de Deus (I Co. 2:14). Tudo que Deus requer para a salvação, o arrependimento e a fé, não vem do homem mas de Deus (Jo. 1:12,13; 6:29, 44; At. 16:14; Ef. 2:8,9). A eleição incondicional, pessoal, particular e preferencial atribui a Deus, e somente a Deus, toda e qualquer obra boa que o homem vem a fazer para agradar a Deus. Tanto a santificação do Espírito quanto a fé na verdade é atribuída a Deus (Ef. 2:8,9) e, por isso, somos incentivados pela Palavra de dar graças a Ele por eleger os Seus para a salvação (II Ts. 2:13).

Devemos observar nesse ponto que na salvação, o homem tem uma responsabilidade de escolher o arrependimento e a fé, mas o nosso estudo não é a responsabilidade do homem mas a eleição divina. Na salvação, o homem tem uma responsabilidade que exercita em resposta à operação divina, mas na eleição, apenas Deus opera.

O estudo da eleição é conveniente por ser uma verdade revelada na Palavra de Deus. Toda a Escritura é inspirada e portanto, é proveitosa (II Tm. 3:16). Os ministrantes de Deus, que querem ter uma boa consciência, têm responsabilidade de “anunciar todo o conselho de Deus” (At. 20:27). Se a eleição existe na Bíblia é porque ela é proveitosa e, sendo parte do cânon, deve ser anunciada. Há assuntos que não são revelados a nós, e estes assuntos não são para nós anunciarmos ou estudarmos, mas, os que são revelados, como é o caso da eleição, são tanto para nós quanto para nossos filhos (Dt. 29:29).

O estudo da eleição prioriza a fé sobre o raciocínio do homem. É uma verdade que a eleição não é entendida facilmente. Se não estudássemos os assuntos da eleição por serem difíceis de entender, mostraríamos uma falta de fé na inspiração das Escrituras e uma confiança maior no raciocínio do homem. Quando consideramos mais a lógica do homem do que as declarações divinamente inspiradas, duvidamos que elas são proveitosas para o ensino, a correção e o aperfeiçoamento dos servos de Deus. O deixar de crer no que a Bíblia claramente revela por não seguir a lógica do homem, seria dar primazia à lógica humana e não à fé. A fé não se manifesta naquilo que se pode racionalizar mas naquilo que se crê apenas por ser revelado pela própria Palavra de Deus (Hb. 11:1, 6). Deus não pede que entendemos tudo que é revelado pelas Sagradas Escrituras, mas espera que os que querem O agradar, crêem naquilo que Ele revela, pela fé.

O estudo e a proclamação das doutrinas da eleição fazem parte da adoração verdadeira. A adoração que Deus aceita é aquela que é segundo o Seu Espírito e conforme a Sua verdade declarada. Deus já expressou qual é a maneira que convém adorá-lo: Em espírito e em verdade (Jo. 4:24). Do próprio coração do homem natural não emana verdade mas somente a perversidade e o engano (Jr. 17:9; Mt. 15:11, 18-20), mas a verdade de Deus é Cristo (Jo. 14:6) e é ministrada em nós pelo Espírito Santo (Jo. 16:13; I Co. 2:14-16). Se a verdade importa na adoração verdadeira, e se a verdade vem de Deus, o estudo da eleição só pode agradar a Deus pois ela é a declaração da verdade. O estudo da eleição é aceita por Ele como aquela adoração que Lhe convém. Se as verdades da eleição forem ignoradas e não estudadas, a adoração a Deus pela declaração da verdade será comprometida. Verdadeiramente, pela eleição, um grau imenso do amor de Deus, da Sua misericórdia, da Sua justiça e dos Seus atributos santos são entendidos, e, esse entendimento agrada a Deus.

O estudo da doutrina da eleição promove crescimento espiritual. A obra do ministrante que é chamado para anunciar todo o conselho de Deus pela Palavra de Deus, quando exercitado corretamente, promove conforto na alma, edificação em espírito e conformidade à imagem de Cristo (Ef. 4:11-16; I Tm. 4:14-16). Não o ensino da verdade, mas a falta do ensino dela destrói, desestabiliza e engana. Jamais aquela que instrui, reprova, corrige e ensina seria para a destruição de qualquer membro na igreja. Os rudimentos básicos das doutrinas bíblicas são o leite racional que promove crescimento (I Pe. 2:2). A doutrina mais avançada, que inclui a doutrina da eleição, é mantimento sólido e faz os sentidos que por ela é exercitada a crescerem para o discernimento tanto do bem como do mal. (Hb. 5:11-14).

O estudo da eleição produz evangelismo bíblico. Nem todos que dizem: “Senhor, Senhor” agradam o Senhor Deus mas somente os que fazem a vontade do Pai (Mt. 7:21). Nem tudo que pode encher uma igreja ou arrumar seguidores é de Deus (At. 5:35-37; II Tm. 4:3,4). A eleição direciona e impulsiona os ânimos evangelizadores ao uso dos meios bíblicos, quais são a pregação de Cristo (Rm. 10:17; II Ts. 2:13,14) e a oração zelosa (Tg. 5:16; II Tm. 2:1-10). Um entendimento da operação de Deus pela eleição faz com que o evangelista não se contenta naquilo que é meramente visível mas naquele crescimento que vem somente de Deus (I Co. 3:6,7). A pregação bíblica inclui a eleição (Mt. 11:25,26; Jo. 6:37, 44, 65; 10:26) e é uma boa mensagem pois destroi qualquer esperança que o pecador possa ter em si mesmo ou numa obra humana ou religiosa. Pela pregação da eleição o pecador é incentivado a clamar ao Deus soberano para ter misericórdia na face de Jesus Cristo (Rm. 2:4; Is. 55:6,7). Esta é evangelização bíblica (I Co. 2:1-5).


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Autor: Pastor Calvin Gardner
Fonte: www.PalavraPrudente.com.br

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15:46

Na alegria ou na dor

11:56

A lei


"...O Senhor não deu a lei, para que por meio do cumprimento dela se obtivesse a salvação, como ensinaria mais tarde os fariseus e como também ensina a igreja de Roma. Não; ele nos deu a lei para nos guardar das artimanhas do diabo. Porque é melhor ao homem servir a Deus do que aos ídolos...Quem conhece esta lei em todo o seu sentido que é o amor á Deus e ao próximo, aprende a pensar humildemente de si mesmo...nós não podemos cumpri-la perfeitamente. Pode algum homem cumpri-la? Por isso, devemos esperar na graça de Deus em Cristo. Porque a palavra de Deus nos ensina que estamos por natureza corrompidos, de modo que; por causa de nossos pecados estamos condenados diante de Deus. Paulo escreve: "...pela lei vem o conhecimento do pecado" (Rm 3:20)
O Senhor põe como condição que o amemos com todo o nosso coração e com todas as nosas forças, e ao próximo como a nós mesmos(Mt 22:37-40).O amor é o cumprimento da Lei (Rm 13:10). É visto que nós não podemos de nenhuma maneira guardar a lei é necessário que nos acheguemos a Cristo...A natureza do homem esta corrompida. Isto é fácil de ver entre os homens. Não somente entre os gentios, mas também entre os cristãos, nosso coração é mal. Também Noé, Abraão, Pedro e Paulo caíram, mais de uma vez. Porque estamos por natureza inclinados a odiar a Deus e ao próximo.

Resumo do texto: Para guardar su pacto/ La confesión de la iglesia comentário de Heidelberg/ J.C Janse

15:33

Andando na contramão



" Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela. E porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem"(Mt 7:13,14)


Você já andou alguma vez na contramão?
Se você conhece bem o Código de trânsito brasileiro sabe bem os perigos de andar na contramão, sabe também que é um tipo de infração de alta periculosidade, pois pode causar acidentes graves, especialmente quando ocorrer à colisão frontal.
O mundo caminha numa direção oposta a da igreja, e a igreja caminha numa direção oposta a do mundo. A questão é que para o mundo a igreja esta na contramão
O mundo odeia aquilo que Deus ama e ama aquilo que Deus odeia...e "...porque larga é a porta, e espaçoso o caminho ..." o mundo caminha em rebelião contra Deus e sem ao menos saberem a razão ou qual destino vão chegar pelo caminho que trilham, apenas seguem adiante e num estado de cegueira espiritual não conseguem enxergar que este caminho espaçoso por onde estão levando a vida "...conduz à perdição,..." .
O que anteriormente era errado, hoje, é considerado como certo. E o que anteriormente era certo, hoje, é considerado como errado, é mais ou menos assim, o mal é chamado de bem e o bem é chamado de mal.

Ouvi uma declaração certa vez, mais ou menos assim "...as pessoas valem pelo que tem...". As pessoas estão tão frias que não sentem mais a dor próximo, mais em ultima ánalise se conformam, por achar que as coisas estão "normais" do jeito que estâo indo.O mundo vem impondo suas leis, defendendo a morte e rejeitando a vida, e isto está tão explicito quando é levantada a bandeira em defesa do aborto e da eutanásia.

A familia "nosso maior patrimônio", esta sendo destruida e desvalorizada...fico pensando como é que uma espécie pode sobreviver sem os elementos básicos que a compõe.

Fico impressionado ao ver a mídia forçando a opinião pública a aceitar os valores determinados por uma minoria. Os resultados estão ai; relacionamentos vazios que tem sido formados, sob os alicerces dos prazeres passageiros. Vemos também uma juventude que vive na promíscuidade e que sem referenciais se perde em um mundo de escuridão e morte,concluindo... tudo esta indo numa só direção; ao caos.

Romanos 3:16,17 Em seus caminhos há destruição e miséria; E não conheceram o caminho da paz


" Entrai pela porta estreita;..."

Mas o cristianismo bíblico aponta para uma direção oposta.
Ser um seguidor de Cristo Jesus é um desafio. Afirmamos, pois, que é pela graça somente do ínicio ao fim.
"...E porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem"
De fato a igreja está mesmo na contramão, pois a vida cristã é repleta de dificuldades, envolve renuncia ao pecado e abnegação, somos convovados a nadar contra a maré. Enquanto tudo caminha para o caos, a igreja caminha em direção ao seu destino glorioso e vitorioso.

Eu gostaria de deixar aqui três considerações:

1-Andar na contramão é ilegal
Neste caso a igreja é obrigada a viver na "ilegalidade", pois os padrões deste mundo, não estão sujeitos a lei de Deus.

"E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus." (Romanos 12:2)


2 Timóteo 2:4 "Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra."

2-Quem anda na contamão corre riscos
Quem esta na contramão quase sempre se envolve numa colisão frontal, bate de frente com os conceitos e com as leis do mundo. Vida cristã é luta, Jesus mesmo nos avisou "no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.(Jo 16:33 Ver : Sal 34:19 ) " . Paulo escreve aos tessalonicenses dizendo que em "em todas as ...perseguições e aflições ..." eles haviam suportado com "...paciência e fé"(2 Tes 1:4); escreve também a Timóteo dizendo "Sofre, pois, comigo, as aflições, como bom soldado de Jesus Cristo."(2 Tm 2:3). Pedro afirma:

1 Pedro 4:13 "Mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis."

Independentemente dos perigos devemos marchar na direção oposta, mas olhando para o alvo, tendo a mesma certeza de Paulo que diz:

Romanos 8:18 "Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada."

3-Andar na contramão é suícidio

Lucas 17:33 Qualquer que procurar salvar a sua vida, perdê-la-á, e qualquer que a perder, salvá-la-á.(Mat 10:39; Mat 16:25 ; Mar 8:35 Luc 9:24)

João 12:25 Quem ama a sua vida perdê-la-á, e quem neste mundo odeia a sua vida, guardá-la-á para a vida eterna.

Isso aqui não é uma defesa ao suicidio, Jesus nunca ensinou os homens a tirarem suas próprias vidas. Mas aquele que foi escolhido, não se conforma em viver como antes, e nem andar pelo caminho de antes.Então insiste em andar na contramão de uma vida mesquinha e vazia. Este amor que nos envolve e nos traz dominados também nos impulsiona a trazer todo pensamento cativo em obediência a Cristo, e nesta insistência ou aquilo que poderia ser chamado de "irresponsabilidade santa", o verdadeiro discipulo do caminho se vê diante da própria morte, " Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia; Somos reputados como ovelhas para o matadouro.(Rom 8:36)"; mas não se amedronta diante dela, não por ser autosuficiente, mas por crer NAQUELE que é AUTOSUFICIENTE.

" Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou. Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, Nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.(Rm 8:37-39)"

.E por causa deste amor, nós vemos pessoas simples que perderam de vistas as coisas passageiras.
" Os quais pela fé venceram reinos, praticaram a justiça, alcançaram promessas, fecharam as bocas dos leões, Apagaram a força do fogo, escaparam do fio da espada, da fraqueza tiraram forças, na batalha se esforçaram, puseram em fuga os exércitos dos estranhos. As mulheres receberam pela ressurreição os seus mortos; uns foram torturados, não aceitando o seu livramento, para alcançarem uma melhor ressurreição; E outros experimentaram escárnios e açoites, e até cadeias e prisões. Foram apedrejados, serrados, tentados, mortos ao fio da espada; andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, desamparados, aflitos e maltratados (Dos quais o mundo não era digno), errantes pelos desertos, e montes, e pelas covas e cavernas da terra." (Hb 11:33-38)

Se a sua esperança se resume a esta vida, você é o mais miserável de todos os homens
O tempo de colher o que plantamos certamente virá, importa sofrermos aqui, mas nos encontrarmos com o Senhor, importa trilharmos o caminho estreito, do que aquele que é espaçoso o qual leva a destruição eterna...e é neste caminho largo que o mundo esta indo, ...o caminho das massas e das multidões.

Pra onde você esta caminhando? Sabe qual é o seu destino?
Existe um Salvador, e ele é Jesus, e todos aqueles que ele mesmo salva, caminham na contramão mesmo...
Cristo pode te tirar deste túmulo oh! pecador, Cristo pode te dar a vida...ele pode trazer descanso para tua alma...abandone os seus pecados, se lance aos pés da cruz de Cristo e reconheça a tua miséria.

E quando Ele te der a vida eterna verás que independentemente dos perigos da jornada, temos a certeza de que esta conosco o Criador do Universo, O Rei Jesus.

" Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?(Rom 8:31)"

De seu irmão em Cristo

Aldair Ramos Rios

06:14

13:24

13:37

NOSSA MISÉRIA (Catecismo de Heidelberg)

DOMINGO 2

3. Como você conhece sua miséria?

R. Pela lei de Deus

Rm 3:20. “Por isso ninguém será justificado diante dele pelas obras da lei; antes, pela lei vem o conhecimento do pecado.”

4. O que a lei de Deus exige de nós?


R. Isto Cristo nos ensina num resumo, em Mateus 22:37-40: "Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. " Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas" (1).

(1) Lv 19:18 “Não te vingarás, nem guardarás ira contra os filhos do teu povo, mas amarás o teu próximo como a ti mesmo.Eu sou o Senhor.”

Dt 6:5 “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de toda a tua força.”

Mc 12:30,31 “Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de todas as tuas forças.
O segundo é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes.”

Lc 10:27. “ Respondeu-lhe o homem: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de toda as tuas forças e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo”

5. Você pode observar esta lei perfeitamente?


R. Não, não posso, porque por natureza sou inclinado a odiar a Deus e a meu próximo .

Rm 3:10,20,23 “Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer; não há ninguém que entenda, não há ninguém que busque a Deus...Por isso, ninguém será justificado diante dele pelas obras da lei; antes, pela lei vem o conhecimento do pecado”

1Jo 1:8,10. “Se dissermos que não temos pecado nenhum, enganamos-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda injustiça”

Gn 6:5 “Viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra, e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era má continuamente”

Gn 8:21 “ O Senhor sentiu o suave cheiro, e disse em seu coração: Não tornarei mais a amaldiçoar a terra por causa do homem; porque a imaginação do homem é má desde a sua meninice. E jamais tornarei a ferir a todos os seres viventes como fiz.”

Jr 17:9 “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas e incorrigível. Quem o conhecerá ?”

Rm 7:23 “mas vejo nos meus membros outra lei que batalha contra a lei do meu entendimento, e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros”

Rm 8:7 “A inclinação da carne é inimizade contra a Deus, pois não é sujeita a lei de Deus, nem em verdade o pode ser.”

Ef 2:3 “Entre eles todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos. E éramos por natureza filhos da ira, como também os demais.”

Tt 3:3. “Outrora nós também éramos insensatos, desobedientes, extraviados, servindo á várias paixões e prazeres, vivendo em malícia e inveja, odiosos e odiando-nos uns aos outros.”

14:49

08:49

Consolo nas Escrituras II (Catecismo de Heidelberg)


2. O que você deve saber para viver e morrer neste fundamento?

R. Primeiro: como são grandes meus pecados e minha miséria (1).

Mt 9:12 “Jesus, porém, ouvindo isso, disse: Não necessitam de médico os sãos, mas, sim, os doentes.”

Jo 9:41 “Disse Jesus: Se fosseis cegos, não teríeis pecado; mas como agora dizes: Nos vemos, permanece o vosso pecado.”

Rm 3:10 “Como esta escrito: Não há um justo, nem um sequer; não há ninguém que entenda, não há ninguém que busque a Deus.”

1Jo 1:9,10. “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça. Se dissermos que não pecamos, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós.”

Segundo: como sou salvo de meus pecados e de minha miséria (2).


Lc 24:46,47 “…e disse: eis o que esta escrito: O Cristo padecerá, e ao terceiro dia ressurgirá dentre os mortos, e em seu nome se pregará o arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações começando por Jerusalém.”

Jo 17:3 “Ora, a vida eterna é esta: que conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus cristo a quem enviaste.”

At 4:12 “Em nenhum outro há salvação, pois também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos”

At 10:43 “Dele dão testemunho todos os profetas, de que todos os que nele crêem receberão o perdão dos pecados pelo seu nome”

1Co 6:11; “E tais fostes alguns de vós. Mas fostes lavados, mas fostes santificados, mas fostes justificados em nome do Senhor Jesus, pelo Espírito do nosso Deus”

Tt 3:3-7. “Outrora nós também éramos insensatos, desobedientes, extraviados, servindo á várias paixões e prazeres, vivendo em malicia e inveja, odiosos e odiando-nos uns aos outros. Mas quando apareceu a benignidade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com os homens, não por obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, ele nos salvou mediante a lavagem da regeneração e da renovação pelo Espírito Santo, que ele derramou ricamente sobre nós, por meio de Jesus Cristo nosso Salvador, a fim de que, justificados por sua graça, sejamos feitos seus herdeiros segundo a esperança da vida eterna.”

Terceiro: como devo ser grato a Deus por tal salvação (3).


Sl 50:14,15 “ Oferece a Deus sacrifícios de louvor , paga ao Altíssimo teus votos, e invoca-me no dia da tua angústia; eu te livrarei, e tu me glorificarás.
Sl 116:12,13 “Que darei eu ao Senhor por todos os benefícios que me tem feito? Tomarei o cálice da salvação, e invocarei o nome do Senhor”

Mt 5:16 “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso pai que está nos céus.”

Rm 6:12,13 “Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe oferecerdes em suas concupiscências. Nem tão pouco apresenteis os vossos membros ao pecado por instrumento de iniqüidade, mas apresentai-vos a Deus, como vivos dentre os mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça.”
Ef 5:10 “...descobrindo o que é agradável ao Senhor.”

2Tm 2:15 “procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.”

1Pe 2:9,12. “mas vós sois geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as grandezas daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”

Mt 11:28-30; “vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.”

Ef 5:8.”Pois outrora éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor. Andai como filhos da luz”

16:06

Teologia Reformada

A Teologia Reformada pode ser honesta e conscienciosamente resumida como a “Teologia dos Cinco Pontos”?! Bem, esses pontos são fundamentais para a correta ênfase da Soberania de Deus e sua aplicação na salvação de Seu povo. Contudo, esses marcos são apenas o princípio, não todo o Calvinismo. Portanto, nem cinco nem cinqüenta!



Em Mileto, Paulo quando se despede dos presbíteros de Éfeso, diz que durante o seu ministério de três anos entre eles, jamais deixou de “anunciar todo o desígnio de Deus” (At 20.27). O Evangelho não consiste no anúncio de “algumas partes” da Bíblia, mas sim de todo o “Conselho” de Deus revelado nas Escrituras. (Vd. Gl 1.8,9,11). O conteúdo da mensagem cristã deve ser nada mais, nada menos do que toda a vontade revelada de Deus (Vd. Dt 29.29).



O calvinismo, declara Packer, é uma maneira teocêntrica de pensar acerca da vida, sob a direção e controle da própria Palavra de Deus". A Teologia Reformada envolve uma nova cosmovisão, que, partindo da Palavra, afeta obviamente todas as áreas de nossa existência, não havendo compartimentos estanques do ser e do saber onde a perspectiva teocêntrica não se faça presente de forma determinante em nossa epistemologia doutrinária e existencial.



O Calvinismo, com sua ênfase na centralidade das Escrituras, é mais do que um sistema teológico, é, sobretudo, uma maneira teocêntrica de ver, interpretar e atuar na história. O estudioso inglês Tawney (1880-1962), observa que “o Calvinismo foi uma força ativa e radical. Era um credo que buscava não meramente purificar o indivíduo, mas reconstruir a Igreja e o Estado, e renovar a sociedade permeando todos os setores da vida, tanto públicos como privados, com a influência da religião”.



O Cristianismo – conforme entende o Reformado –, não é uma forma de acomodação na cultura, antes de formação e de transformação através de uma mudança de perspectiva da realidade, que redundará necessariamente numa mudança nos cânones de comportamento, alterando sensivelmente as suas agendas e praxes. Assim sendo, a nossa fé tem compromissos existenciais inevitáveis. Ser Reformado não é apenas um status nominal vazio de sentido, antes reflete a nossa fé em atos de formação e transformação.



Abraham Kuyper (1837-1920) interpretando o pensamento reformado, diz:



Calvino abomina a religião limitada ao gabinete, à cela ou à igreja. Com o salmista, ele invoca o céu e a terra, invoca todas as pessoas e nações a dar glória a Deus.

Deus está presente em toda vida com a influência de seu poder onipresente e Todo-Poderoso e nenhuma esfera da vida humana é concebida na qual a religião não sustente suas exigências para que Deus seja louvado, para que as ordenanças de Deus sejam observadas, e que todo labora seja impregnado com sua ora em fervente e contínua oração.



Todavia, neste estado de existência, nenhuma cultura é ou será perfeita; haverá sempre, em maior ou menor grau o estigma do pecado. O calvinismo consiste numa busca constante de fidelidade a Deus; a transformação cultural é apenas um resultado daqueles que têm os olhos firmados na Palavra, um coração prazerosamente submisso a Deus e um comprometimento existencial no mundo, no qual vive e atua para a glória de Deus. Tawney interpreta corretamente: “Para o Calvinista, o mundo está ordenado para manifestar a majestade de Deus, e o dever do cristão é viver para tal fim”. Com estes princípios o Calvinismo influenciou as artes, a política, a ciência, a economia, a literatura e outros diversos setores da cultura. Para Calvino, a pergunta condenatória de Tertuliano (c.160-c.220 AD) à Filosofia não fazia sentido, o Cristianismo é uma cosmovisão que parte das Escrituras para o exame de todas as facetas da realidade. “Para Calvino, nenhum tipo de ensino que levasse os homens a deixarem de se preocupar com qualquer coisa que afetasse de maneira profunda a vida humana, até mesmo em suas preocupações puramente humanas, poderia de forma alguma ser cristão”.



A Palavra de Deus oferece-nos o escopo de nosso pensar e agir. Através dela poderemos ter uma real visão de Deus, de nós mesmos e do mundo. Portanto, uma cosmovisão Reformada é uma visão que se esforça por interpretar a chamada realidade pela ótica das Escrituras. Sem as Escrituras permanecemos míopes para distinguir as particularidades do real, tendo uma epistemologia desfocalizada. Calvino usa de uma figura que continua atual: “Exatamente como se dá com pessoas idosas, ou enfermas de olhos, e quantos quer que sofram de visão embaçada, se puseres diante deles até mui vistoso volume, ainda que reconheçam ser algo escrito, mal poderão, contudo, ajuntar duas palavras; ajudadas, porém, pela interposição de lentes, começarão a ler de forma mais distinta. Assim a Escritura, coletando-nos na mente conhecimento de Deus de outra sorte confuso, dissipada a escuridão, mostra-nos em diáfana clareza o Deus verdadeiro”.



O calvinismo fornece-nos óculos cujas lentes têm o senso da soberania de Deus como perspectiva indispensável e necessária para ver, interpretar e atuar na realidade, fortalecendo, modificando ou transformando-a, conforme a necessidade. Isso tudo, num esforço constante de atender ao chamado de Deus a viver dignamente o Evangelho no mundo. Schaff comenta que “O senso da soberania de Deus fortaleceu os seus seguidores contra a tirania de senhores temporais, e os fez os campeões e promotores de liberdade civil e política na França, Holanda, Inglaterra, e Escócia”.



No entanto, mesmo com toda essa influência, o calvinismo não moldou a cultura ocidental somente através das idéias, mas principalmente através de seus ideais que fizeram com que homens fiéis morressem pelo testemunho de sua fé. “Os protestantes franceses, conta-nos Leith, ao serem levados para a prisão ou para a fogueira, cantavam salmos com tanta veemência que foi proibido por lei cantar salmos e aqueles que persistiam tinham sua língua cortada. O salmo 68 era a Marselhesa huguenote”.



Como nos adverte Kuyper, “[a] vida que o Calvinismo tem pleiteado e tem selado, não com lápis e pincel no estúdio, mas com seu melhor sangue na estaca e no campo de batalha”. A força prática da teologia reformada não está simplesmente em seu vigor e capacidade de influenciar intelectualmente os homens, mas no que tem produzido na vida de milhões de pessoas, conduzindo-as, em submissão ao Espírito, à fidelidade bíblica e a uma ética que se paute pelas Escrituras. A grande contribuição do Calvinismo não se restringe aos manuais das mais variadas áreas do saber, mas, estende-se à integralidade da vida dos discípulos de Cristo que seguem esta perspectiva.



Calvino, com sua vida e ensinamentos, contribuiu para forjar um tipo novo de homem: “O reformado”, que vive no tempo, a plenitude do seu tempo para a glória de Deus! Portanto, “O verdadeiro discípulo de Calvino só tem um caminho a seguir: não obedecer ao próprio Calvino, mas Àquele que era o mestre de Calvino”.



Portanto, podemos dizer que o Calvinismo prima não simplesmente pela preocupação teológica – o que sem dúvida é fundamental – mas, sim, pela obediência incondicional ao Deus da Palavra. Assim, dentro desse princípio fundamental – que recebe os Símbolos de Westminster como exposição fiel das Sagradas Escrituras –, podemos dizer que a nossa identidade Reformada enfatiza, entre tantas outras coisas:



1) O fundamento de nossa relação com Deus está no Pacto da Graça através do qual Deus “livremente oferece aos pecadores a vida e a salvação através de Jesus Cristo....”. (Confissão de Westminster, VII.3)



2) A salvação por Graça unicamente em Jesus Cristo; o Deus encarnado: Verdadeiro Deus e Verdadeiro Homem.



3) A suficiência do sacrifício de Cristo para salvar completa e totalmente o povo de Deus.



4) A fé como a boa obra do Espírito em nós que nos capacita a responder positivamente ao chamado de Deus.



5) A Palavra de Deus, e somente Ela é a autoridade final de todo o nosso pensar, crer, agir e sentir.



6) A Inerrância e infalibilidade das Escrituras como princípios teóricos e práticos que norteiam a nossa perspectiva da realidade em todas as suas dimensões: religiosa, social, política, econômica, ética, profissional, familiar, etc. Portanto, uma ética comprometida com as Escrituras.



7) O Culto a Deus como meta e razão de ser da Igreja, que se manifeste em consonância com a Palavra, em santo temor e sincera gratidão para com Deus.



8) Um compromisso com o real a partir da fé em Cristo, gerada em nós pelo Espírito.



9) A aceitação incondicional da Majestade de Deus e do Senhorio de Cristo em todas as coisas a começar de nossa salvação definitiva.



10) A compreensão de que a Igreja de Deus não é um conjunto de pessoas individuais mas, é o corpo de Cristo, o povo constituído por Deus através do Seu Espírito, para cultuá-Lo, viver a Sua Palavra e proclamar a Sua salvação em Cristo.



11) O zelo pela pregação fiel da Palavra, administração correta dos Sacramentos e o exercício fiel da disciplina.



12) Oração sincera e submissa. Como vimos, de forma figurada, Calvino diz que “o coração de Deus é um ‘Santo dos Santos’, inacessível a todos os homens”, sendo o Espírito Quem nos conduz a Ele. Entendia que “com a oração encontramos e desenterramos os tesouros que se mostram e descobrem à nossa fé pelo Evangelho” e, que “a oração é um dever compulsório de todos os dias e de todos os momentos de nossa vida”, e: “Os crentes genuínos, quando confiam em Deus, não se tornam por essa conta negligentes à oração”. Portanto, este tesouro não pode ser negligenciado como se “enterrado e oculto no solo!”. “Agora, quanto é necessário, e de quantas maneiras o exercício da oração é útil para nós, não se pode explicar satisfatoriamente com palavras”. Aqui está o segredo da Palavra de Deus, segundo a percepção de Calvino: Estudo humilde e oração, atitudes que se revelam em nossa obediência a Cristo. Schaff resume: “Absoluta obediência de seu intelecto à Palavra de Deus, e obediência de sua vontade à vontade de Deus: esta foi a alma de sua religião”. “A oração tem primazia na adoração e no serviço a Deus” (Calvino). Daí o seu conselho: “A não ser que estabeleçamos horas definidas para a oração, facilmente negligenciaremos a prática”. No entanto, devemos ter sempre presente o fato, que é o Espírito “Quem deve prescrever a forma de nossas orações”.



13) A Glória de Deus como alvo supremo de toda as coisas. (1Co 10.31). “Não busquemos nossos próprios interesses, mas antes aquilo que compraz ao Senhor e contribui para promover sua glória”.



Encerro essas anotações, com as palavras do Rev. José Manoel da Conceição (1822-1873), o primeiro grande reformador nacional:



Não há reforma possível que não comece por reafirmar: 1º que Cristo crucificado uma só vez no Calvário é a única e suficiente expiação pelo pecado, e já não há mais oferenda pelo pecador; 2º, que os méritos de Cristo estão ao alcance de toda a alma contrita e crente; 3º que a essência de uma vida cristã está na reabilitação do homem interior, e não há força capaz de efetuar tal transformação exceto o Espírito de Deus, com quem estamos em contato imediato.

Fonte: http://www.mackenzie.br/teologia_reformada_est.html

15:11

O conforto nas Escrituras

É, portanto, um grande conforto que podemos ser propriedade do bom mestre, nosso Senhor Jesus Cristo. Compreenderemos muito melhor isto se aprendemos com o catecismo (Heidelberg) estas três partes das Sagradas Escrituras.
I - De nossa miséria
II- De nossa redenção
III- Do agradecimento ou seja reconhecimento

Estes são os três aspectos da fé, por meio dos quais a igreja ensina a seus membros a riqueza da doutrina da redenção que esta em Cristo Jesus. O apostolo Paulo trabalhou e sofreu muito para fazer conhecido as igrejas qual é o único consolo. Ele pregou a Cristo para quem em todas as dificuldades e perseguições pudessem ser consolados os seus corações, e pudessem conhecer o mistério de Deus (Cl 2:2-3)

I-As escrituras nos falam da queda no pecado que veio a todos os homens em Adão, e das conseqüências e do poder do mesmo. Já não vivemos mais no paraíso, sim em mundo onde os filhos de Deus muitas vezes são perseguidos e contrariados...
Que consolo temos agora em saber que Cristo é nosso mestre.

II-As Escrituras nos fala também do meio para sermos livre do pecado.

III-E também nos fala que devemos nos sentir agradecidos por tão grande salvação.

Com todas estas coisas os filhos de Deus podem compreender o que Jesus disse : “Bem aventurados...(Mt 5:1-12). Apesar das dificuldades e misérias,temos ânimo. Porque em Cristo temos tudo.

Janse J. C /La confesion de la iglesia/comentário al Catecismo de heidelberg/Felire

14:04

JESUS ME ACEITOU


"...na verdade quem nos aceitou foi ele..."

Eu não consigo me esquecer daquela afirmação, aquele senhor acabava de confirmar aquilo que era a mais simples verdade do "Evangelho" mas esquecida pela grande massa dos crentes contemporâneos .Estamos tão acostumados com o "evangelho" mesclado com o humanismo, que já não conseguimos discernir a mínima diferença entre a mão direita e a esquerda. Num bate papo com qualquer cristão, vamos concluir que o entendimento que eles possuem é que; se foram salvos um dia é por que fizeram alguma coisa para receber a esta salvação." Isto soa como algo assim: "Deus tem feito tudo o que Ele pôde fazer, o próximo passo (aquele que realmente é decisivo) depende de você ... Céu ou inferno ! a escolha é sua". Assim, por "aceitar" Cristo, o homem virtualmente se torna seu próprio salvador. O homem é tido como se estivesse no volante, e Deus como um mero espectador.¹ " Ou seja, o Próprio salvador fica impossibilitado de salvar, pois em ultima ánalise quem decide é o pecador. Mas como alguém (no caso do pecador) decide por algo que nunca deseja? "Hoje em dia, muitos púlpitos proclamam um Deus que tenta, de um modo altamente inócuo, ser aceito pelos homens. Mas, se uma pequena parte da verdade é apresentada como se fosse a verdade total, o resultado será, na melhor das hipóteses, confusão, e na pior, decepção. A verdade parcial pode ser mais perigosa do que uma mentira aberta!¹ "É bem verdade, que a VERDADE nua e crua, é intolerável aos nossos corações rebeldes. Nossos ouvidos não pode ouvi-la sem ao menos serem ameaçados pela justiça Divina, pois é como afirma o apóstolo "...para que toda a boca esteja fechada e todo mundo seja condenável diante de Deus¹ "(Rom 3:19) Uma música do grupo Logos, retrata bem a trágica mudança no conteúdo da mensagem pregada,...

Diz a letra da música;
"Eu sinto verdadeiro espanto no meu coração, em constatar que o evangelho já mudou; quem ontem era servo agora acha-se Senhor, e diz a Deus como Ele tem que ser. Mas o verdadeiro evangelho exalta a Deus, ele é tão claro como a água que bebi, e não se negocia sua essência e poder, se camuflado a excelência perderá ² "

Mas qual é a pura essência do Evangelho? "O Evangelho de Jesus Cristo é essencialmente centralizado em Deus, e não no homem... o pecado foi introduzido ao mundo, e tem inteiramente corrompido todo o coração e natureza, de todos os homens. Assim, nós estamos separados de Deus por uma barreira infinita. A justiça e a santidade divina, demandam que nossos pecados sejam punidos. Em nosso estado de pecado, nós nem somos capazes de pagar pelos nosso próprios pecados, nos transformar, tampouco fazer as pazes com Deus. Nossa única esperança é que alguém maior que nós faça por nós o que não podemos fazer por nós mesmos, e nos fazer aceitáveis a Deus ...Mas, quem pode pagar totalmente por todos os nossos pecados? Quem pode viver perfeitamente ! sem nenhum pecado ! e merecer o favor de Deus para nós? Quem pode nos fazer aceitáveis a Deus? A resposta bíblica é inequivocamente clara: somente Deus pode fazer tudo isto. ¹ " Ei, alguém ai já pensou em um abismo?...existe um grande abismo entre Deus e os pecadores...onde estes jamais poderão caminhar em direção a Deus, a única alternativa parte de Deus, pois somente Ele pode caminhar em direção ao homem. "E Ele tem feito isto de tal modo que os pecadores são salvos e a justiça ainda é mantida. O culpado segue livre, mas os padrões de justiça não são quebrados. Cristo, o Eterno Filho de Deus, veio a este mundo e se tornou um homem, viveu uma vida pura de obediência ao Pai, e morreu a morte que os pecadores mereciam morrer, satisfazendo por completo, todas as obrigações da lei. Assim nós lemos: Deus nos fez agradáveis a si no Amado (Efés. 1:6). Aceitar é, sobretudo, a prerrogativa de Deus. A salvação é Seu ato, Sua iniciativa, Sua intervenção em um caso sem esperança. Do Senhor vem a salvação (Jonas 2:9). A salvação não é tanto o pecador aceitando a Deus quanto Deus aceitando o pecador, o qual, em desespero, se torna do pecado e se agarra em Cristo. Esta é a mensagem evangélica que exalta a Deus e que manifesta Ele no comando. Isto faz com que o homem seja uma esfera que está em órbita ao redor de Deus. " Será que ficou claro meu irmão arminiano?"Na graça, a ênfase não está em quem recebe, mas sim, no Doador! " Eu sei muito bem que está claro, mas parece que você "se acha" capaz, não é mesmo?"Eu quase posso escutar alguém dizendo, mas, e a minha decisão? Eu não necessitava a fazer alguma coisa? Eu não precisava ao menos ter que decidir, e desejar ser salvo?...Eu deixarei que Charles Haddon Spurgeon (1834-1892) dê uma resposta, através de sua autobiografia:

Quando eu estava chegando a Cristo, eu pensei que estivesse o fazendo por mim próprio, e mesmo que eu procurei zelosamente ao Senhor, eu não fazia idéia que o Senhor me procurava. Eu não penso que o recém convertido esteja, primeiramente, ciente disto. Eu posso fazer um retrospecto daquele dia e daquela hora em que eu recebi estas verdades em minha alma pela primeira vez ! quando elas foram queimados em meu coração, como John Bunyan diz: como se fosse ferro em brasa; e posso relembrar de como me senti crescido, subitamente, de um bebê a um homem ! que eu fiz um progresso no conhecimento das Escrituras, através do descobrimento, de uma vez por todas, deste entendimento da verdade de Deus. Numa noite da semana, quando estava sentado na casa de Deus, eu não estava pensando muito no sermão do pregador, pois eu não acreditei nele. Um pensamento me atingiu: "Como você se tornou um Cristão?" Eu procurei ao Senhor. "Mas como você veio a buscar o Senhor?" Por um instante a verdade veio em minha mente: Eu não O procuraria a menos que tivesse existido alguma influência prévia sobre a minha mente, que me fizesse O procurar. "Eu orei!", pensei eu. Mas então perguntei a mim mesmo: "Como vim a orar?" Eu fui induzido a orar pela leitura das Escrituras. "Como vim a ler as Escrituras?" Eu As li, mas o que me fez Às lerem? Então, por um momento, eu vi que Deus estava por trás de tudo, e que Ele era o Autor de minha fé, e então a plena doutrina da graça se abriu para mim, e desta doutrina eu não me afastei até este presente dia, e desejo fazer esta a minha confissão constante: "Eu atribuo a minha mudança completamente a Deus ¹ ". Só podemos escolher aquilo que desejamos, e de fato a única coisa que um pecador deseja é pecar. Somente a graça de Deus poder convencer um coração endurecido de seu pecado e rebelião. Em seu comentário acerca de Efésios 2:1-10

Matheus Henry, afirma que:

"O pecado é a morte da alma. um homem morto em delitos e pecados não sente desejos pelos prazeres espirituais. Quando olhamos para um cadáver, dá uma sensação espantosa. O espírito que nunca morre foi embora, e nada tem deixado senão as ruínas de um homem. Todavia, se víssemos bem as coisas, deveríamos sentir-nos muito mais afetados com o pensamento de uma alma morta, um espírito perdido e caído.

O estado de pecado é o estado de conformidade com este mundo. Os homens ímpios são escravos de Satanás, que é o autor dessa disposição carnal orgulha que existe nos homens ímpios; ele reina nos corações dos homens. na Escritura fica claro que se os homens têm sido mais inclinados à iniqüidade espiritual ou sensual, todos os homens, sendo naturalmente filhos da desobediência, são também por natureza filhos da ira. Então, quanta razão têm os pecadores para procurarem fervorosamente a graça que os fará filhos de Deus e herdeiros da glória, tendo sido filhos da ira!

O amor eterno ou a boa vontade de Deus para com suas criaturas é a fonte de onde fluem todas suas misericórdias para conosco; esse amor e Deus é amor grande, e sua misericórdia é misericórdia rica. Todo pecador convertido é um pecador salvo; livrado do pecado e da ira. A graça que salva é a bondade e o favor livre e imerecido de Deus; Ele salva, não pelas obras da lei, senão pela fé em Cristo Jesus.

A graça na alma é vida nova na alma. Um pecador regenerado chega a ser um senhor vivente; vive uma vida de santidade, sendo nascido de Deus: vive, sendo livrado da culpa do pecado, pela graça que perdoa e justifica. Os pecadores se revolvem no pó; as almas santificadas sentam nos lugares celestiais, levantadas por sobre este mundo pela graça de Cristo.

A bondade de Deus ao converter e salvar pecadores aqui e agora, estimula os outros a esperar, no futuro, por Sua graça e misericórdia. Nossa fé, nossa conversão, e nossa salvação eterna não são pelas obras, para que nenhum homem se vanglorie. Estas coisas não acontecem por algo que nós façamos, portanto, toda jactância fica excluída. Todo é livre dádiva de Deus e efeito de ser vivificado por seu poder. Foi seu propósito para o qual nos preparou, dizendo-nos com o conhecimento de sua vontade, e seu Espírito Santo produz tal mudança abençoando-nos com o conhecimento de sua vontade, e seu Espírito Santo produz tal mudança em nós que glorificaremos a Deus por nossa boa conversação e perseverança na santidade. Ninguém pode abusar desta doutrina apoiando-se na Escritura, nem a acusa de nenhuma tendência ao mal. Todos os que assim agem, não têm escusa.³ "

A nossa resposta ao chamado do Salvador é consequência do seu agir em nós. "Por que Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a Sua boa vontade (Fil. 2:13). Ninguém vem á Cristo arrastado, nem por força, Deus primeiro fazer o pecador querer ser salvo, convencendo de que a sua única saída esta em reconhecer a sua miséria e clamar á Deus por salvação. Somos nós os pecadores, somos nós que estamos na "ilegalidade", de tal maneira que não somos nós que recebemos a Cristo, mas é Ele quem nos recebe pela misericórdia..." quando nós olhamos a palavra "receber", nós novamente estamos face a face com a realidade que é, definitivamente, Deus quem faz a recepção. Isto também é afirmado pelas Escrituras. Por exemplo, o salmista foi confortado em saber que ele me receberá (Sal. 49:15). Os fariseus queixaram-se de Cristo: este recebe pecadores, e come com eles (Luc. 15:2). Paulo ensinou aos Romanos que Cristo também nos recebeu para a glória de Deus (Rom. 15:7). Hebreus 12:6 diz que Deus é ativo em adotar filhos espirituais na Sua família: Porque o Senhor corrige o que ama, e açoita a qualquer que recebe como filho...Aquele bem conhecido versículo em João 1, o qual diz: Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome (v. 12), é de fato uma verdade preciosa; mas não termina aí. O próximo versículo diz claramente que, ter sido recebido por Cristo só foi possível pela graça de Deus que capacita: Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus (v.13). ¹ "

Que Maravilhoso Deus nós temos, que nos recebeu e não nos expulsou de sua santa presença para sempre, que minha alma reconheça pelos séculos dos séculos tão grande salvação e tão grande Salvador, que nos meus dias eu nunca venha cessar o meu louvor á Deus por sua misericórdia.

E quanto a você meu amigo, que e ainda não se arrependeu de seus pecados..."É verdade que você deve chegar a Cristo, e receber a salvação. Esta vinda de Cristo Jesus ao mundo para salvar pecadores são as boas notícias, e é verdadeiramente digna de toda a aceitação (I Tim 1:15). Mas você deve chegar humildemente como um mendigo, de mãos vazias, se lançando a si mesmo diante de Cristo, maravilhando-se em Seu amor infinito. Eu te imploro que venha ao Salvador dos pecadores necessitados já. Aceite a Ele do mesmo modo, que um náufrago aceita uma bóia ... do mesmo modo que um pobre mendigo aceita esmolas ... um prisioneiro aceita a liberdade! Receba a Ele do mesmo modo, que um doente recebe o médico! ¹ "

Pois não há outro caminho, não outra saída, não há escapatória, de fato todos os caminhos te levará a Deus como Juiz, mas somente em Jesus Cristo você pode escapar da ira vindoura e do tormento eterno. Todo o teu esforço será inútel, todas as suas obras consideradas como lixo...a salvação não se compra...e nem se conquista, mas é recebida mediante a fé...e esta claro que "O homem não pode receber coisa alguma, se não lhe for dada do céu (João 3:27). "

De eternidade a eternidade esta verdade prevalecerá, foi Jesus quem me aceitou.



Aldair Ramos Rios


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Citações dos textos:
¹Quem Aceita Quem? /Daniel A. Chamberlin, Pastor /Tradução: Gustavo Stapait, 09/01 /Fonte: www.PalavraPrudente.com.br
²Letra da Música "Evangelho" Grupo Logos
³Matheus Henry/Comentário Bíblico/CPAD

13:14

CRISTO NOS FAZ PRISIONEIROS DELE PARA TERMOS SUA PAZ


Por Adriano Gama
LEITURA: Rm 5.1-11
TEXTO: Fm 1-3

Amada Congregação do Senhor Jesus Cristo e visitantes,

Poucas pessoas em nossas congregações têm acesso à história do autor da Confissão Belga, nosso amado irmão o Rev. Guido de Brès.
Mas aqueles que tiverem a oportunidade de ler sobre a vida de Guido de Brès terão um grande testemunho de um homem que viveu muitas TRIBULAÇÕES POR CAUSA DO EVANGELHO.
O Rev. Guido de Brès viveu num período da Reforma de terríveis perseguições à Igreja de Cristo. Numa época onde quem confessasse a Fé Bíblica tinha seus bens tomados, família separada, seriam presos, torturados e mortos.
O próprio Rev. Guido não descansou durante seu ministério. Tinha que fazer seus sermões escondido num pequeno barraco de ferramentas, viveu muito tempo usando um outro nome para evitar ser pego pelas autoridades, mas por fim foi feito PRISIONEIRO.
A cela onde ele passou vários meses ficava na parte mais baixa da prisão. A luz entrava por um pequeno buraco na parte superior da cela de onde também escorria o esgoto da prisão. Uma PERTURBADORA situação.
Mas irmãos, quando nós lemos os depoimentos de pessoas que o visitaram na prisão e as cartas que ele enviou para sua esposa, parece que aquele homem não estava passando por nada disto que acabamos de ouvir.
Agora pense: Humanamente falando o Rev. Guido tinha alguma razão para ter UM CORAÇÃO CHEIO DE PAZ? UM PRISIONEIRO com Paz no coração?
Para descobrimos a fonte dessa Paz no coração de Guidó de Brès, eu vos proclamo a Palavra de Deus no seguinte tema:

CRISTO NOS FAZ PRISIONEIROS DELE PARA TERMOS SUA PAZ

1. PAZ DA PARTE DE DEUS NOSSO PAI E DO SENHOR JESUS;

2. PAZ COM NOSSOS IRMÃOS

1. CRISTO NOS FAZ PRISIONEIROS DELE PARA TERMOS SUA PAZ: PAZ DA PARTE DE DEUS NOSSO PAI E DO SENHOR JESUS CRISTO;

Paulo está PRESO em ROMA quando escreve a Filemom e aos irmãos de Colossos. E na sua saudação Paulo se identifica como “Paulo. prisioneiro de Cristo Jesus” (v.1).
Agora você não acha estranha esta saudação? Como alguém de cara vai se identificar como um prisioneiro? Que honra há nisto?
Imagine você, alguém de dentro do presídio escreve para seus parentes: Fulano de Tal, o prisioneiro do Anibal Bruno...? Esta saudação seria muito esquisita e muito desonrosa!
É muito esquisito o título que Paulo dá para si na Epístola a Filemon. Ele pode se identificar como “servo de Cristo” (Rm 1.1; Fl 1.1; Cl 1.1; ), “apóstolo de Cristo” (1 Co 1.1; 2 Co 1.1;Gl 1.1; Ef 1.1; 1 Tm 1.1; 2 Tm 1.1; Tt 1.1) ou como simplismente Paulo (1 Ts 1.1; 2 Ts 1.1) ou até mesmo de forma forte como faz em Tito se denominando “servo de Deus e apóstolo de Cristo” (Tt 1.1).
Títulos fortes e que mostram uma grande posição dentro da Igreja de Cristo. Mas Paulo prefere se identifica como “prisioneiro de Cristo”? Por que ele não se identifica assim?
Por que Paulo quer mostrar que é um prisioneiro por amor do Evangelho, mas que apesar de ser um prisioneiro ele é um prisioneiro DE Cristo!
PRISIONEIRO DE QUEM? O texto diz: de Cristo Jesus” (v.1). O que é um prisioneiro? É alguém que pertence ao Estado. É alguém que por algum motivo perde sua liberdade e é colocado sob a guarda do Estado.
Paulo é um prisioneiro. Mas não do ESTADO! Paulo é o prisioneiro de CRISTO JESUS. Ele É PRISIONEIRO DO MESSIAS SALVADOR DO SEU POVO.
Paulo assim mostra que a SUA LIBERDADE não pertence a nenhum homem nem a ele mesmo. A SUA LIBERDADE PERTENCE A CRISTO JESUS, pois dEle Paulo é prisioneiro.
Por isso, ele não se envergonha deste título, porque é uma honra ser um prisioneiro de Cristo Jesus!
MAS, PRISIONEIRO POR CAUSA DE QUÊ? “Por causa do EVANGELHO (v. 13). Não por causa de um crime cometido. Não por causa de um ideal político. Não por causa de seus INTERESSES PARTICULARES, mas por causa da Boa Nova de Cristo Jesus. Do Evangelho que é poder de Deus, para reconciliar o homem com Deus e o homem com o seu próximo!
Paulo assim faz QUESTÃO de manifestar que é Cristo que o prende e que está aprisionado por causa de Cristo. Paulo deixa claro que CRISTO JESUS FEZ ELE RENUNCIAR SUA LIBERDADE, SEU CONFORTO PARTICULAR POR CAUSA DO EVANGELHO PAZ!
Irmãos, por causa de Cristo, Paulo tem problemas PARA-DAR-E-VENDER! Ele, humanamente falando, tem TUDO para ser um DAQUELES crentes depressivos por causa da PERTURBAÇÃO DA VIDA.
Paulo poderia ser MAIS UM daqueles crentes PERTURBADOS, DE CARA ABATIDA que quando você pergunta a ele: Como vai você irmão, está tudo bem? Ele responde SEMPRE com uma cara de enterro: “Mais ou menos ... é tanta luta, são tantos problemas...”.
Mas, você vê o CONTRÁRIO na Carta de Filemom. VÊ um Filho de Deus COM PAZ E QUE COMUNICA A PAZ AOS IRMÃOS!
VEJA A SAUDAÇÃO APOSTÓLICA no v. 3. Uma tradução mais literal do v. 3 é: Graça a vós outros e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo.
Será que esta saudação é uma saudação de um CRENTE DEPRESSIVO E PERTURBADO? NÃO, DE MODO NENHUM!
Esta é a saudação de um Apóstolo e de um crente que PROVA A GRAÇA DE CRISTO. Alguém que por causa da graça recebe a paz que parte de Deus e do Senhor Jesus Cristo e entra em nosso coração!
PAZ que não vem dos homens nem da terra, mas que procede de Deus pai e do Seu Cristo. A paz que vem do céu para nós!
Por isso, nenhuma prisão, nenhum homem, nem nada neste mundo pode retirar esta paz de Paulo nem do coração dos filhos de Deus!
Mesmo que você passe pela mais terrível tribulação. Mesmo que você sofra as mais terríveis dores. Mesmo que você esteja se sentindo só ou abandonado por Seus parentes e amigos. Mesmo que visivelmente sua vida esteja sendo virada de cabeça para baixo.
Essa PAZ não pode ser arrancada do SEU CORAÇÃO, porque ela nasce em Deus, ela vem de Deus, ela nos pertence por causa do sacrifício de Cristo Jesus na Cruz! LÁ NA CRUZ, quando Cristo esta preso no madeiro, Ele faz, pelo Seu Sangue, a paz entre Deus e nós!
E DO CÉU ESTA PAZ É ENVIADA PARA NÓS POR PURA GRAÇA! Se você tem a paz com Deus, então, você tem a verdadeira paz nesta vida!
NÃO UMA PAZ MUNDANA! Aquela que: SE eu TENHO dinheiro no bolso: Ah! Tenho PAZ! SE POSSUO o que eu quero: Ah! Possuo PAZ! SE ESTOU com as contas pagas: ESTOU EM PAZ! SE DESFRUTO de uma boa relação na família: Ah! Desfruto de grande paz! Se GOZO dos PAPARICOS DA IGREJA: Hum! Como Gozo de Paz!
SE É ESSA A TUA PAZ, ENTÃO, VOCÊ TEM UMA FALSA PAZ! É A PAZ QUE VEM DO MUNDO E NÃO DE DEUS! E a mesma paz que seu vizinho descrente tem! E um TIPO DE PAZ que até o mundo e Satanás podem dar a você!
Agora, como você tem provado DA VERDADEIRA PAZ? COMO VOCÊ REAGE AS PERTURBAÇÕES do DIA A DIA? Você fica perturbado e se desanima logo com tudo e até com a Igreja de Cristo? Lembre-se: A FALSA PAZ é aquela que só existe quando tudo está andando do nosso jeito! Que só existe no seu coração, quando VOCÊ ACHA QUE ESTÁ TUDO NO SEU CONTROLE!
Se Você É UM crente e está PERTURBADO: ORE AO DEUS DA PAZ, RECORRA ao PRINCIPE DA PAZ, CRISTO! PEÇA AO PAI A PAZ QUE CRISTO CONQUISTOU PARA VOCÊ! Esteja debaixo da PREGAÇÃO do EVANGELHO DA PAZ.
Assim, com toda certeza, você provará A PAZ que Paulo como crente desfruta e como Apóstolo saúda a Igreja! A PAZ QUE PROCEDE DE DEUS PAI E DO SENHOR JESUS CRISTO!
Cristo fez o Apóstolo Seu Prisioneiro para que ele recebesse a PAZ que procede de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo.

2. CRISTO NOS FAZ PRISIONEIROS DELE PARA TERMOS SUA PAZ: PAZ COM NOSSOS IRMÃOS

A paz que vem de Deus tem resultado em nossa vida! Ela se manifesta em nossos contatos com nossos irmãos.
É como a chuva: A chuva vem do céu. Ela cai sobre as plantas aqui na terra e faz estas plantas frutificarem!
A PAZ DE DEUS VEM DO CÉU E NOS FAZ FRUTIFICAR AQUI NA TERRA! ELA É UM FRUTO DO ESPÍRITO SANTO EM NÓS (GL 5.22)! Veja ESTA PAZ em Paulo:
O Apóstolo, CHEIO DO ESPÍRITO SANTO, diz que é prisioneiro NÃO para TIRAR PROVEITO PARA SI, MAS PARA O PROVEITO DOS OUTROS.
Ele usa o título de “prisioneiro de Cristo Jesus” para introduzir um pedido especial a Filemom. Ele quer promover a PAZ entre Filemom e seu escravo Onésimo (vs. 9,10). Ele quer promover a PAZ na Igreja, POR ISSO ELE ESCREVE TAMBÉM A IGREJA NA CASA DE FILEMOM (v. 2)!
Onésimo tinha roubado e abandonado seu senhor Filemom (8-17). Não sabemos como, mas Onésimo se encontra com Paulo e é salvo por meio da pregação do Apóstolo Paulo, que esta na prisão (v.10).
E agora Onésimo, que era inútil para Filemom É TRANFORMADO NUM SERVO ÚTIL PARA O PROGRESSO DO EVANGELHO. Onésimo chega a ser enviado por Paulo para Colossos, Igreja onde Filemom era Ministro da Palavra, como “o fiel e amado irmãos, para edificar a Igreja (Cl 4.8,9): O Evangelho TRANSFORMA UM HOMEM INÚTIL EM ÚTIL SERVO DO SENHOR!
AGORA VEJA: Paulo na prisão intercede por um irmão, para manter e promover a PAZ de Deus na Igreja!
Normalmente, quando sofremos QUEREMOS SABER SOMENTE DE NÓS MESMOS. Muitas vezes não estamos nem aí com os problemas dos outros! Geralmente dizemos nestas situações: Já tenho problema demais na minha vida para tentar resolver os problemas na vida dos outros!
Mas, Qual é a atitude de Paulo? É o contrário disto. Ele se preocupa com OS OUTROS! Ele se preocupa com a PAZ, COM A COMUNHÃO ENTRE OS IRMÃOS.
Ele intercede de forma tão intensa, gentil e amorosa por Onésimo ao ponto de PEDIR QUE FILEMOM receba o ex-esvravo-fujão como se recebesse a ele mesmo (v. 12, 17)!
Paulo chega ao ponto tomar as dívidas de Onésimo para si (v. 18,19)! Quem tem a PAZ de Deus PROMOVE A PAZ ENTRE OS IRMÃOS!
DEVEMOS tomar o CUIDADO PARA QUE A PAZ DE DEUS NÃO ESTEJA SOMENTE EM NOSSAS BOCAS E EM NOSSAS SAUDAÇÕES!
É fácil dizer que tem a PAZ DE DEUS E SAUDAR OS OUTROS COM A PAZ DO SENHOR, mas difícil é promover a verdadeira paz entre os irmãos, especialmente, quando você está em tribulação!
Por isso, uma Igreja que VERDADEIRAMENTE tem a PAZ DE DEUS, A PAZ DO SENHOR é aquela onde você pode ver a PAZ entre os Irmãos!
E COMO ESSA PAZ DO SENHOR SE MANIFESTA NA IGREJA? Quando vemos os membros MANTENDO E PROMOVENDO A COMUNHÃO.
Quando os Crentes REPUDIAM E LUTAM CONTRA FOFOCAS, INTRIGAS E O PARTIDARISMO DENTRO DA IGREJA!
Quando os crentes ao ouvirem sobre intrigas tentam apaziguar com a Palavra de Deus os ânimos das partes envolvidas! Quando há uma luta mortal contra toda e qualquer coisa e sentimento que ameace a paz entre os irmãos: NESSAS ATITUDES VEMOS QUE A IGREJA DE FATO TEM A PAZ DO SENHOR!
E aí: Como você tem promovido a paz de Deus na igreja? Como você tem se esforçado para que seus irmãos, irmãs cresçam na comunhão.
Como você tem evitado e lutado contra aquilo que pode PREJUDICAR a PAZ entre os crentes? Como você tem combatido A FOFOCA, AS INTRIGAS, OS RANCORES e O EGOÍSMO? Como você tem buscado usar todos os SEUS DONS para MANTER e PROMOVER A COMUNHÃO NA IGREJA?
A resposta a estas perguntas vai mostrar a você SE A PAZ DE DEUS ESTÁ OU NÃO EM SEU CORAÇÃO!
Preste atenção! Veja que o Espírito Santo diz: SE VOCÊ PREJUDICA A PAZ ENTRE OS IRMÃOS sendo um crente egoísta, fechado, resmungão, um crente não-me-toque, que sempre aponta para os erros nas pessoas, OU, se você é OMISSO NA TAREFA DE PROMOVER A PAZ na IGREJA: A PAZ DE DEUS E DO SENHOR JESUS CRISTO NÃO ESTÁ EM VOCÊ!
Arrependa-se deste pecado, porque a paz na igreja custou caro. Deus matou o Seu Filho para que sua igreja tivesse paz com Ele e dentro dela! Por isso, não canse de promover a paz entre os irmãos. Se esforce, pois para isto você foi salvo por Cristo. Assim poderemos não somente saudar, mas viver A PAZ DO SENHOR.
E se em nosso meio existem pessoas que não desfrutam dessa paz, porque estão fora de Cristo, saiba: Cristo é o PRÍNCIPE DA PAZ! Ele é a nossa PAZ! E você só pode ter PAZ verdadeira e real com Deus e com o Seu próximo SE você está em CRISTO. Por isso, confesse seus pecados ao SENHOR, peça a Ele o perdão dos seus pecados e, então, desfrute a PAZ que vem de Deus e do Senhor Jesus Cristo.


Conclusão:

Certo que o título de “prisioneiro” está ligado a Paulo, mas todos os cristãos são “prisioneiros de Cristo Jesus”. Com certeza nem todos estão em Prisões como Paulo, mas Cristo pela Sua morte nos tornou Seus prisioneiros, pois nos PRENDEU a Ele com Seu Sangue! Sendo assim, aproveite da PAZ que Cristo deu a você.
ENCERRO com o exemplo de nosso amado irmão Guido de Brès. Ele mesmo preso, segue o exemplo de Paulo, promoveu a Paz e comunhão entre os irmãos!
Ele na prisão enviou cartas encorajadoras para os crentes. Mas não somente isto. Ele escreveu um Livro sobre a Santa Ceia do SENHOR! Amém.
A Santa Ceia. Onde celebramos a PAZ QUE CRISTO conquistou para nós! A Santa Ceia que é um dos maiores SINAIS E SELOS da PAZ de DEUS E DA PAZ COM NOSSOS IRMÃOS!
Nosso Irmão, Rev. Guido de Brès, manifestou que também foi um verdadeiro “PRISIONEIRO DE CRISTO JESUS” NÃO SÓ NA PRISÃO, MAS ESPECIALMENTE, antes de ser ENFORCADO.
Ele, em PRAÇA PÚBLICA, encorajou e estimulou os seus irmãos a viverem fielmente ao Senhor e obedientes aos governadores.
Um homem que, pela graça de Deus, junto com o Apóstolo Paulo, verá o resultado de Suas algemas como um prisioneiro de Cristo Jesus Cristo no GRANDE DIA FINAL. Um homem que, como muitos outros, teve uma paz, cuja fonte é o Grande Deus e o Nosso Grande Salvador Jesus Cristo. Ao Princípe da paz seja toda glória. Amém.