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É UMA ELEIÇÃO DE INDIVIDUOS ou DE GRUPOS E NAÇÕES?



De repente, fui pego por uma declaração de um irmão, que afirmava que a Bíblia ensina uma eleição de grupos e não de indivíduos. Parece que a ignorância sobre o assunto paira sobre muitos corações. Realmente existe um incansável luta para destruir os alicerces desta doutrina gloriosa, mas nem que todo o inferno se levante poderá, de forma alguma, abalar esta gloriosa verdade.

“os arminianos poderão argumentar que o Texto ...(Romanos 9)...não é a respeito de predestinação, mas sobre Deus elegendo nações. Paulo esta aqui falando de Israel como povo escolhido. Tudo isso é verdade em Romanos 9, precisamos considerar, contudo, que na eleição de uma nação, Deus elege indivíduos, nações são constituídas de Indivíduos. Aqui vemos claramente, que Deus Soberanamente elegeu nações, assim como indivíduos. Paulo entende esse tratamento de eleição para além de Israel.”¹

Em outras palavras, a eleição foi pessoal, individual, e particular
O grande pregador batista, Charles H. Spurgeon, conhecido como o príncipe dos pregadores afirma que a eleição é algo pessoal.

“Quanto a esse particular, novamente os nossos oponentes têm procurado transtornar a doutrina da eleição ao afirmarem que deve estar em pauta a eleição de nações inteiras e não de indivíduos isolados. Entretanto o apóstolo havia declarado “...Deus vos escolheu...( 1Tm 2:13,14 )” Trata-se de uma das mais miseráveis e infundadas distorções do mundo, essa que procura mostrar que Deus não escolheu indivíduos, e, sim nações inteiras. Porque a mesmíssima objeção que pode ser levantada contra a escolha de indivíduos isolados, pode ser lançada contra a escolha de nações. Se houver qualquer erro em Deus ter escolhido indivíduos, teria sido muito mais injusto ainda, da parte Dele, se Ele tivesse escolhido nações, posto que as nações são agregados de grandes multidões de indivíduos. E escolher uma nação parece um “crime” mais gigantescos- se é que a eleição é um crime -do que escolher meros indivíduos... Do que se compõem as nações, senão de indivíduos? Que são povos inteiros, senão combinações de diferentes unidades?...Toda e qualquer pessoa que leia este texto bíblico, como também quaisquer passagens paralelas, verá que as escrituras continuamente se referem ao povo de Deus, destacando indivíduo por indivíduo; e elas se referem a cada um deles como um objeto especial da eleição divina. Sabemos que a Bíblia ensina uma eleição individual.”²

Cresci numa denominação arminiana, ouvindo afirmações como esta que diz que “a salvação é algo individual ou que Deus trata cada um individualmente”. Estou ciente que a eleição não é salvação, mas é para a salvação. Tanto a eleição, como a salvação é algo particular.

O que mais declaram os inimigos desta doutrina?

“Eles dizem que a Eleição na Bíblia tem referência só a Israel como nação e aos gentios como um todo, e que é somente uma eleição a posição e vantagem e não á vida eterna...”.

(1) Porem sabemos “... que em Romanos 9 e 11 temos uma eleição individual de Judeus para a vida eterna, bem como a eleição nacional de Israel a posição e vantagem, é evidente...pois:

a) A declaração que Deus tem misericórdia de quem Ele quer e endurece a quem Ele quer. Romanos 9:18...é inaplicável a eleição e rejeição nacionais ou globais. Ela só pode ser aplicada ao trato de Deus com indivíduos. E que ela assim se aplica tornar-se mais evidente ao passo que prosseguirmos além na discussão de Paulo.

b). A objeção antecipada desta maneira de tratar com os homens. Romanos 9:19.
Que é esta objeção em palavras claras?

É isto, como apresentada por A. N. Arnold:
É da vontade de Deus endurecer um homem, uma vez que a vontade de Deus não pode ser resistida com vantagem; mas, se é, como pode Deus culpar a pecadores endurecidos? Pelo Prof. David Brown a objeção é apresentada como segue: Esta doutrina é incompatível com a responsabilidade humana; se Deus escolhe e rejeita, perdoa e castiga a quem Lhe apraz, por que são culpados os que, se rejeitados por Deus, não podem evitar pecar e perecer. E este mesmo comentador prossegue, a dizer que esta objeção mostra a natureza real da doutrina objetada: que é a eleição e a não-eleição à salvação eterna antes de qualquer diferença de caráter pessoal a única doutrina que podia sugerir a objeção aqui apresentada.”.

c). A menção de vasos de misericórdia e vasos de ira. Romanos 9:21-23
Isto é inaplicável à eleição nacional ou global a posição e vantagem. Numa tal eleição as nações não-eleitas e grupos não podem ser justamente representados como vasos de ira, porque tal eleição não os representa totalmente abandonados à ira. Durante os dias do trato especial de Deus com os judeus como a nação eleita, outras nações não estiveram inteiramente excluídas. Indivíduos delas podiam participar das bênçãos teocráticas de Israel por se submeterem e observarem os ritos de Israel.

d). A menção de uma porção de Israel como a eleição e um resto segundo a eleição da graça Romanos 11:5,7.
Neste resto eleito, ajuntando de uma nação eleita, temos uma eleição dentro de uma eleição, uma eleição de indivíduos para a vida eterna que pertenciam e um povo a quem Deus elegera aos privilégios da graça (An American Commentary of the New Testament).

(2) Que os gentios não substituíram os judeus é evidente,... pois :

a) O fato de Israel não ter sido rejeitado no sentido de sua eleição ser revogada.
Israel foi temporariamente rejeitado de sua posição nacional no plano de Deus, mas, quanto à eleição, ainda é benquisto e ainda será restaurado ao seu lugar (Romanos 11:25-31). O chamado de Deus, se nacional, global, ou individual, é imutável (Romanos 11:29). Logo, todo falatório de os gentios terem substituído os judeus é puro idiotice.

b). O argumento de Paulo em Romanos 9:6.
O argumento de Paulo é que a incredulidade da grande massa de judeus não ab-rogou a promessa de Deus a Abraão com fundamento que a promessa não se aplicou a toda a semente de Abraão. Mas, se os judeus tivessem sido rejeitados como atinentes à eleição e os gentios os substituíssem, o argumento de Paulo desenvolver-se-ia alguma coisa como segue:
A escolha de Abraão e sua semente não falhou; porque, ainda que Israel tenha sido rejeitado, os gentios tomaram o seu lugar e Deus tem o direito de escolher a nação que ele quiser aos privilégios do seu reino visível (Comentary Jamieson, Fauset, and Brown).

(3) Que há uma eleição individual dos gentios, tanto como dos judeus à vida eterna é evidente pois:

a) Romanos 9:24.
Neste verso Paulo segue sua referência a vasos de misericórdia... Que para gloria já dantes preparou com a afirmação (V. 24) Mesmo nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas dentre os gentios também. Isto mostra-nos claramente que os vasos de misericórdia que são manifestante indivíduos eleitos, constituem-se tanto de judeus como de gentios. Temos assim uma eleição individual de gentios bem como de judeus. Sobre este verso o Prof. Brown nota luminosamente. Aqui, pela primeira vez neste capítulo, introduz-se a chamada dos gentios; tudo antes dizendo respeito não à substituição dos judeus rejeitados pelos gentios chamados, mas à escolha de uma porção do mesmo Israel. Fora total a rejeição de Israel, a promessa de Deus a Abraão não se teria cumprido pela substituição deles pelos gentios; mas sendo só parcial a rejeição de Israel, a conservação de um resto, no qual a promessa valeu, porém segundo a eleição da graça. E agora, pela primeira vez, o apóstolo nos diz que, a par com este resto eleito de Israel, é propósito de Deus tirar dos gentios um povo para Seu nome." (Atos 15:14).

b). Referências à eleição em outros livros do Novo Testamento.
Estas referências aparecem nalgum lugar nesta discussão, pelo que não precisam ser mencionadas aqui. Vire o leitor as páginas deste capítulo e note estas referências, marcando quão certo elas se referem a uma eleição individual para a salvação. Note especialmente II Tessalonicenses 2:13 em contraste com a teoria que a eleição é só para posição e vantagem e não para salvação.

c). Todos os argumentos que dirigimos agora à segundo teoria, a qual nega que a eleição foi individual.
O fato que Deus salva gente como indivíduos
A imutabilidade de Deus, como já indicamos, leva-nos a crer que Deus propôs eternamente fazer tudo o que Ele faz. Portanto, desde que Ele salva o povo como indivíduos, Ele deve ter tido um propósito eterno de os salvar como indivíduos. Este propósito eterno é igual à eleição, e assim está provado ser a eleição individual.
Tudo destes argumentos mostra também que em nenhum sentido a eleição respeita a todos os homens: ela toca somente à aqueles a quem Deus salva atualmente. Todos os outros Ele passou, deixando-os sofrer a justa penalidade dos seus pecados no inferno.”³

Sola Gratia
Aldair Ramos Rios

Bibliografia
¹Sproul, R.C, eleitos de Deus; editora Cultura Cristã
²Spurgeon, Charles H; eleição; editora Fiel
³Simmons, Thomas Paul, Predestinação, traduzido por E.W. Kerr

1 comentários:

Anônimo disse...

Aldair,

O arminianismo procura negar a eleição soberana e graciosa através de subterfúgios. O de que Deus elegeu uma coletividade amorfa e indefinida é apenas mais um deles.

Tratei desse mesmo assunto, num breve comentário a uma afirmação de uma irmã, e que se encontra em Eleição Corporativa.

Em Cristo,

Clóvis